sábado, 31 de maio de 2014

Taça Jules Rimet - A vitoria Alada derretida


                        
                                                   Sim! Tal serás um dia, ó deusa da beleza, 
                                                   Após a bênção derradeira,
                                                   Quando, sob a erva e as florações da natureza,
                                                                                      Tornares afinal à poeira.
                                                                                                                                                                                                                                               Baudelaire
Taça Jules Rimet.

Jules Rimet (1873-1956) foi presidente da Federação Francesa de Futebol, de 1919 a 1945 e da FIFA, de 1921 a 1954.
Durante o Congresso da FIFA, 28 de maio de 1928, época dos Jogos Olímpicos de Amsterdã, por proposta do Comitê Executivo daquele órgão ficou decidido levar a efeito um campeonato mundial de futebol. Apareceram, então, seis países candidatos a realizar o primeiro certame: Hungria, Itália, Holanda, Espanha, Suécia e Uruguai.
No Congresso de Barcelona, em 1929, a FIFA fixou o ano seguinte para a disputa da Primeira Copa do Mundo, escolhendo o Uruguai como sede da referida disputa.
A escolha fundamentou-se em três motivos: prestígio do futebol uruguaio como campeão olímpico em 1924 e 1927; o Uruguai comemoraria em 1930 o centenário de sua independência, além da Associação Uruguai de Futebol oferecer vantagens financeiras aos participantes.
Decidida a promoção do mundial, Jules Rimet, ainda em 1929, idealizou - o que foi uma das últimas providências para concretização do seu sonho - confecção de uma bela taça.
A obra foi executada pelo artesão Abel Lafleur, em Paris, que depois, por decisão do Congresso da FIFA, realizado em Luxemburgo (01.07.1946) levaria o nome de Jules Rimet.
O rico troféu representava uma Vitória alada, levando em suas mãos, levantadas sobre a cabeça, um vaso octogonal em forma de copa.
                                       
Era de ouro puro com um quilo e oitocentos gramas e seu peso total correspondia a quatro quilos, com trinta centímetros de altura, incluindo a base de mármore em que se apoiava.
Ao pé desta, em placas especiais, passaram a figurar o nome gravado dos vencedores dos mundiais realizados até 1970. Os nomes são: 1930 (Uruguai), 1934 (Itália), 1938 (Itália), 1959 (Uruguai),
1954 (Alemanha), 1958 (BRASIL),
                   
                   

Nomes do elenco completo 

Vicente Feola (Técnico); Hilton Gosling (médico); Mario Américo (massagista); Assis(roupeiro); Paulo Amral (Preparador físico) ; Jogadores : De Sordi; Djalma Santos; Nilton Santos. Castilho; Bellini; Oreco; Orlando; Zózimo; Zito; Mauro Ramos; Gylmar; Dino Sani; Joel; Garrincha; Didi. Pelé; Vavá; Zagallo; Dida; Mazolla; Pepe e Moacir.

                                                 
                                                                             Bellini

O gesto do campeão Bellini
"Ao subir no pódio com a pequena Jules Rimet bem presa nas minhas mãos, eu lembrava os homens que batalharam por ela sem sucesso desde 1030 [...] , A Jules Rimet que levantei tinha dezenas de tonelada. Talvez por isso, eu só conseguisse erguer com as duas mãos, esticando os dois braços".
Em 1958, Bellini - capitão da seleção - inaugurava o gesto de erguer a taça da Copa do Mundo com as duas mãos.

                                                                  1962 (BRASIL),
                               


Nomes do elenco completo de 1962:

Paulo Macha do de Carvalho; Adolfo Marques; Carlos Nascimento; José de Almeida; Ronaldo Vaz Moreira (dirigente); Aymoré Moreira (técnico); Paulo Amaral (preparador físico); Mario Américo (massagista); Mario Trigo (dentista); Assis (roupeiro); Aristides (sapateiro); Jair da Costa; Djalma Santos; Didi; Mengálvio; Castilho; Pepe; Zózimo; Zito; Gylmar; Zequinha; Mauro; Amarildo; Zagallo; Nilton Santos; Váva; Pelé; Jair Marinho; Jurandyr; Altair; Garrincha e Coutinho.


1966 Inglaterra),

                                                             1970 (BRASIL).
                       
 


Nomes do elenco completo:

Em pé da esquerda para a direita: Rogério;Cláudio Coutinho (preparador físico); Carlos Alberto Parreira (preparador físico); Félix; Joel Camargo; Leão; Fontana; Brito; Clodoaldo; Zagallo(treinador); e Admildo Chirol (preparador físico); Ajoelhados ao centro: Rivelino; Carlos Alberto Torres; Baldochi; Wilson Piazza; Everaldo; Paulo César Lima; Tostão; Marco Antonio e Aldo. Sentados: Mário Américo(massagista); Edu; Zé Maria; Dario; Gérson; Roberto Miranda; Jairzinho; Pelé e Noucate Jack (massagista).

O Brasil ficou de posse definitiva da taça Jules Rimet por ter conquistado seu tri-campeonato no México na cidade de Guadalajara.

A trajetória do troféu 

A taça Jules Rimet ficou pronta em abril de 1939, antes da primeira copa do mundo, e os gastos totais atingiram 50 mil francos, uma fortuna para a época.
O belo troféu, que havia sido mantido escondido na Segunda Grande Guerra Mundial pelo desportista italiano Otorino Barassi, foi roubado na Inglaterra, em 1966, mas logo recuperado.
O ladrão foi preso, mas não revelou onde estava o troféu, que acabou sendo encontrado de um jeito realmente inusitado. David Corbette passeava com seu cachorrinho Pikles, quando este farejou algo em uma praça no sul de Londres.
Era a taça O cachorro foi premiado com um suprimento vitalício de ração.

Aqui no Brasil, de acordo com o trecho abaixo retirado de [ www.redevita.com.br] o fato da taça desaparecer era somente uma questão de tempo, como se pode inferir, pelo relato de um episódio envolvendo o médico da seleção e a forma como a segurança da taça era realizada.
"Nas duas primeiras edições da Copa do Mundo, em 1930 e 1934, não havia médico na equipe técnica da Seleção. Esse profissional só foi incluído a partir de 1938, com os médicos José Maria Castelo Branco e Álvaro Lopes Cançado, o "Nariz". 
Mas o primeiro médico a ter uma atuação crucial no torneio foi Hilton Gosling, que acompanhou a seleção campeã de 1958.
Quando foi chamado para ser o médico da seleção de 1958, Gosling era professor assistente na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, e colocou toda a equipe médica para fazer o diagnóstico e tratamento dos atletas.
Gosling convocou também o psicólogo João Carvalhaes e o dentista Mário Trigo para acompanharem a seleção. Os problemas odontológicos, aliás, eram vários e graves.
Trigo e sua equipe fizeram dezenas de extrações e obturações; muitos jogadores, inclusive Pelé, estavam ameaçados de não participar do torneio devido a problemas dentários, que ele resolveu.
O irmão Hélcio Gosling conta que, ao retornar da Copa de 1962, Hilton fez uma "travessura": trouxe a taça Jules Rimet para sua casa, para mostrar para a família e amigos. "Estávamos admirando o troféu quando, a certa altura, ligou o João Havelange, presidente da CBF, e perguntou 'Hilton, você sabe onde está a Taça?', ele respondeu 'Está aqui!', e foi devolver o troféu", conta Hélcio.

Da segunda vez o troféu não teve tanta sorte foi roubado em 1983, da sede da CBF no Rio de Janeiro. A sede foi invadida durante a noite, e a taça, levada embora. Inexplicavelmente, dentro do cofre da entidade estava uma réplica da Jules Rimet.
O roubo foi planejado por Sérgio Pereira Ayres e executado por Francisco José Rocha Rivera, o “Barbudo”, e José Luiz Vieira da Silva, o “Bigode”. Diz-se que a taça foi derretida pelo comerciante Juan Carlos Hernandez.
Os ladrões ,foram presos, mas o troféu já havia sido derretido.
E para decepção dos desportistas brasileiros, a imprensa anunciou no dia 28 de janeiro de 1984 que a taça Jules Rimet havia sido derretida no dia seguinte ao roubo, juntamente com outros troféus ganhos pelo futebol brasileiro.
Em 1986, a Kodak doou uma réplica para a CBF.
Da conquista mesmo sobrou a réplica que o Pelé ganhou da Fifa em 1970.

                           
                               
Com a conquista em definitivo da Taça Jules Rimet pelo Brasil, foi instituído um novo troféu para o mundial de 74. O Comitê Executivo da FIFA, reunido na cidade de Atenas, janeiro de 1971, deliberou a confecção de uma nova taça, com a denominação de Copa Mundial da FIFA.
Após uma comissão especial examinar projetos apresentados por 53 empresas européias de sete países, decidiu pelo projeto da Companhia Bertoni de Milão.
O autor do projeto vitorioso foi o milanês Silvio Gazzaniga, chefe da firma Bertoni, e com passagem pela Escola Superior de Artes de Milão.
A Copa Mundial simboliza a força e a pureza das disputas esportivas mundiais, representadas por
                                              
dois atletas segurando o globo terrestre.
É de ouro maciço 18 quilates, pesando cinco quilos e medindo 49 centímetros de altura, incluindo a sua base.
Nesta base existe espaço para registro de 18 vencedores de Copas, a contar de 1974 (Alemanha) o primeiro campeão da nova taça.
Em 71, o custo do novo troféu foi de 20 mil dólares. Ao contrário da taça Jures Rimet, a Copa Mundial não ficará em definitivo, em poder de nenhum país.
O vencedor de cada mundial manterá a posse da original por quatro anos. Depois disso, receberá uma réplica, apenas banhada em ouro, que reterá definitivamente. (Fonte: Museu dos Esportes: História das Copas do Mundo de Futebol)
O futebol continua lindo, dentro de campo, e arrasta multidões pelo mundo, não obstante, transformou-se em um mega - negócio, deixando para trás os tempos românticos e menos capitalista
que de acordo com um trecho escrito no livro (Brasil um século de Futebol, pág 174) diz, [...] Havelange teve adversários ferrenhos em seus 8526 dias como presidente da Fifa. Adversários políticos, esportivos, pessoais, interessados em desbancá-lo, ou idealistas esperançosos que o futebol voltasse a ser o que nunca mais seria: mais jogo do que négocio, mais amor que cobiça, mais alegria que tensão, mais prazer que dever, como nas peladas de antigamente.
Um desses idealistas, o uruguaio Eduardo Galeano, convencia-se que o reinado do super-empresário
Havelange roubara muito da pureza do jogo.
"A historia do futebol é uma triste viagem do prazer ao dever. Ao mesmo tempo em que o esporte se torna indústria, foi desterrando a beleza que nasce da alegria de jogar pelo prazer de jogar. Neste mundo de fim de século [1995], o futebol profissional condena o que é inútil, e é inútil o que não é rentável. 
Ninguém ganha nada com essa loucura que faz com que o homem seja menino por um momento...".
Em vista disso, non sine aliquo metus escribo, quem já se empolgou com o trecho da marchinha que dizia:
" A taça do mundo é nossa, com o brasileiro não há quem possa,
Eh ,Eh, esquadrão de ouro é bom no samba é bom no couro..."
naturalmente, também sente saudades, ai de mim !....

Sou como um rei sombrio de um país chuvoso,
Rico, mas incapaz, moço e no entanto idoso,
Que, desprezando do vassalo a cortesia,
Entre seus cães e outros bichos se entedia.
Nada o pode alegrar, nem caça, nem falcão,
Nem seu povo a morrer defronte do balcão.
Do jogral favorito a estrofe irreverente
Não mais desfranze o cenho deste cruel doente.
Em tumba se transforma o seu florido leito,
E as aias, que acham todo príncipe perfeito,
Não sabem mais que traje erótico vestir
Para fazer este esqueleto enfim sorrir.
O sábio que ouro lhe fabrica desconhece
Como extirpar-lhe ao ser a parte que apodrece,
E nem nos tais banhos de sangue dos romanos,
De que se lembram na velhice os soberanos,
Pôde dar vida a esta carcaça, onde, em filetes,
Em vez de sangue flui a verde água do Lestes.
                       ( SPLEEN – Charles Baudelaire)






sábado, 24 de maio de 2014

Água - há para todos?

          
                                                     Cataratas do Iguaçu

Um documento elaborado pela UNESCO e pela Organização Meteorológica Mundial, intitulado A água no Mundo : Há o bastante? (1997) conclui que:
“A diminuição dos recursos hídricos, associada a uma maior demanda por água potável, ameaça transformar essa matéria em uma explosiva questão geopolítica, já que aproximadamente 200 bacias hidrográficas se localizam em áreas de fronteiras de vários paises.”
Vamos nos enveredar nesta postagem pelos caminhos e percursos das águas, que sem sombra de dúvidas é um tema assaz pertinente e portanto, exige reflexão por parte de todos.
E então, por ter acesso a um espaço de comunicação que pode ser visto por várias pessoas, resolvi falar do elemento vital para a vida e da razão da existência dos igarapés (caminhos de canoa) que também nomeia este espaço.
        Igarapé
Podemos iniciar dizendo que, o estudo da Mecânica dos Fluidos teve início antes de Cristo, estimulada pela necessidade de sistemas de distribuição de água para as pessoas e para a irrigação, assim como para o projeto de barcos para a navegação e os dispositivos e armas de guerra. Naquela época o seu desenvolvimento foi empírico sem utilizar conceitos matemáticos nem da mecânica, entretanto, eles serviram como base para o desenvolvimento ocorrido na civilização grega antiga e no império romano.
Os primeiros escritos conhecidos sobre a Mecânica dos Fluidos são os de Arquimedes (287 - 212 a.C.), abordando os princípios da hidrostática e da flutuação.
No início da era cristã, Sextus Juluis Frontinus (40 - 103 d.C.), engenheiro romano, descreveu detalhadamente sofisticados sistemas de distribuição de água construídos pelos romanos.
                          
Apesar de haver controvérsias sobre a população romana, é razoável afirmar-se que alcançava, no período inicial do Império, um milhão de habitantes.
Deve-se distinguir, na cidade de Roma de então, os domus (casas particulares) dos patrícios e as casernas de aluguel, construções quase sempre verticais que chegavam a alcançar dez andares no I séc. a.C.
Tendo em vista o tamanho e o clima da cidade, o abastecimento de água constituía uma de suas principais necessidades. Neste campo os romanos foram célebres.
Para Plínio, o abastecimento de água da cidade era uma das maravilhas do mundo, para muitos, até hoje sem paralelos. A rede de água (das fontes aos locais de distribuição na cidade) chegou à extensão de 420km.
Mas a água que entra na cidade precisa sair: daí terem sido os romanos grandes também na captação de águas servidas!
É neste contexto que devem ser vistas as grandes conquistas urbanas e higiênicas alcançadas pelos romanos, e que não deixam de ser interessantes quando comparadas às grandes cidades atuais dos países não desenvolvidos, com seus marcantes contrastes.
Na distribuição de água utilizavam canos de chumbo, bronze e barro. Por questões de saúde, os de chumbo foram substituídos em 24 d.C. por canos de barro.
Um sistema tríplice de distribuição fornecia águas, preferencialmente, às fontes públicas, depois, a lugares públicos como teatros e locais de banho, e, finalmente, às casas particulares.
O sistema teve seu grande momento sob a administração do curador das águas Julius Frontinus. . Naquele tempo a cidade recebia 700 mil m³ de água, sendo a metade para fins públicos.
Da outra metade, um quinto ia para o palácio imperial, e o restante, para as casas.
O sistema era controlado e vigiado por cerca de 700 pessoas entre inspetores, pedreiros e escravos.
Havia normas de conservação e penas para os infratores.
As casas remuneravam o Estado pela água de acordo com um sistema de cobrança por volume.
Hösel indica que nos tempos dos imperadores, o consumo diário de água por cabeça era de 200 a 250 litros.
Contudo, a maioria da população só era atendida pelas fontes públicas, de modo que as casernas de aluguel não podiam deixar de ser sujas, já que a água para limpeza e outros usos devia ser apanhada nas fontes.
Devido a sua importância inegável para a vida humana, devemos entender como esta substância vital distribui-se pela natureza.
[Partes deste trecho foi baseado em: E M Í L I O  M A C I E L  E I G E N H E E R, A limpeza urbana através dos tempos ]

Distribuição da água na Natureza

A superfície terrestre ao receber as precipitações pluviais interage com o solo através da infiltração, do escoamento superficial e da percolação. Estes processos contribuem para as recargas hídricas, tanto em forma de alimentação dos fluxos de água subterrâneos, como em descargas nos reservatórios superficiais, além da umidade dos solos e da atmosfera. Considera-se atualmente, que a quantidade total de água na Terra seja de 1386 milhões de km³, onde 97,5% do volume total formam os oceanos e os mares e somente 2,5% constituem-se de água doce. Este volume tem permanecido aproximadamente constante durante os últimos 500 milhões de anos. Vale ressaltar, todavia, que as quantidades estocadas nos diferentes reservatórios individuais da Terra variam substancialmente ao longo desse período. (Rebouças, 1999 ver tabela)    Volume de água em circulação na Terra - km³ / ano ( 1km³ = 1 bilhão de m³)

            
A partir dos dados acima, podemos concluir que existe uma quantidade finita de água, e que a maior parte está concentrada nos oceanos, não obstante, termos uma demanda crescente da população com reflexos diretos no consumo da água.
Os mananciais mais acessíveis utilizados para as atividades sociais e econômicas da humanidade são os volumes de água estocados nos rios e lagos de água doce, que somam apenas 200 mil km³.
Em face, a estes dados já se podemos constar que onze paises da África e nove do Oriente Médio já não tem água. A situação também é critica no México, Hungria, Índia, China, Tailândia e Estados Unidos. Os paises mais pobres em água possuem sua maior concentração populacional próxima aos rios, estando estes localizados em zonas áridas ou insulares da terra. Considera-se que menos de 1000 m³ per capita / ano já representam condição de "estresse da água" e que menos de menos de 500 m³ / hab.ano já significa "escassez de água" (Falkenmark, 1986)
A tabela abaixo mostra como o consumo de água  também esta diretamente ligado a condição econômica da população, onde se observam níveis de variação ligados aos desperdícios por falta de conscientização com conseqüência da falta de instrução (classe baixa) ou por descaso provocado pelo seu baixo valor monetário (classe alta).
       

         
  Consumo médio de água no mundo - Faixa de renda. (Fonte UNIÁGUA.2006)

A situação critica devera atingir 30 paises no ano de 2025, o que sugere a "guerra eminente da água". Os problemas políticos e sociais agravar-se-ão ainda mais pela falta de empenho dos governos na busca do uso mais racional da água.
A deficiência poderia ser minimizada mediante o gerenciamento inteligente  dos recursos internos, incluindo-se a utilização dos lençóis subterrâneos, o Reuso e a adequação das atividades agrícolas principalmente (Rebouças, 1999).
A UNIÁGUA (2006) alerta: "Mais de um sexto da população mundial, 18%, o que corresponde a 1,1 Bilhões de pessoas, não tem abastecimento de água". A situação piora quando se fala em saneamento básico, que não faz parte da realidade de 39% da humanidade, ou 2,4 bilhões de pessoas.
Até 2050, quando 9,3 bilhões de pessoas devem habitar a Terra, 2 a 7 bilhões destas não terão acesso a água de qualidade, seja em casa ou na comunidade. A confirmação ou não desses números externados depende das medidas adotadas pelos governos. Estes dados fazem parte de relatório da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), órgão responsável pelo Programa de Avaliação Hídrica, como preparação para o 3° Fórum Mundial da Água, que aconteceu em Kyoto, Japão, em março de 2003.
Os mananciais do planeta estão secando rapidamente, problema esse que vai se somar  ao crescimento populacional, á  poluição e ao aquecimento global, com tendência a reduzir em um terço, nos próximos 20 anos, a quantidade de água disponível para cada pessoa do mundo.
O volume de água vem caindo desde 1970. "As reservas de água estão diminuindo, enquanto a demanda cresce de forma dramática, em um ritmo insustentável", afirmou o diretor-geral da  UNESCO, Koichiro Matsuura.
Doenças relacionadas à água estão entre as causas mais comuns de morte no mundo e afetam especialmente paises em desenvolvimento. Mais de 2,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo de água contaminada e a falta de saneamento, sendo as mais afetas as crianças com até cinco anos.
A Unesco montou um ranking de 122 paises comparando a qualidade de seus mananciais.
A Bélgica ficou em ultimo lugar, atrás de paises subdesenvolvidos como a Índia e Ruanda. Isto porque a Bélgica possui escassos lençóis freáticos em conjunto com intensa poluição industrial e um precário sistema de tratamento de esgotos.
No topo da lista estão Finlândia, Canadá, Nova Zelândia, Reino Unido e Japão.
O estudo também constatou disparidade quanto a disparidade de água nos diversos paises.
No Kuwait, por exemplo, cada pessoa tem a disposição apenas 50 metros cúbicos de água anualmente, já na Guiana Francesa, são 812.121 metros cúbicos per capita.
Ainda de acordo com o relatório, os rios asiáticos são os mais poluídos do mundo, e a metade da população nos paises pobres está exposta à água contaminada por esgotos, , ou resíduos industriais.
Em vista dos dados expostos, fica claro que as medidas de preservação de água são de extrema necessidade por parte da população mundial, para garantia de seu próprio abastecimento e conseqüente preservação.
Portanto, as medidas de proteção e reuso da água, são uma pauta constante de discussão pelos governos em suas políticas, não obstante, a conscientização ainda é pequena em relação ao tamanho do problema, e deve acontecer em vários níveis de atuação.
O reuso da água
Pode ser entendido como aproveitamento do efluente após uma extensão de seu tratamento, com ou sem investimentos adicionais. No caso dos esgotos, nem todo volume gerado precisa passar por tratamento para ser reutilizado, porém, existem casos em que estes efluentes exigem um processo bastante especifico em seu tratamento.
Os dados estatísticos mostram que um ponto variante ao consumo de água doce, se refere ao nível de desenvolvimento atingido pela população de cada pais, ou a importância das atividades de irrigação.

                       

 Uma analise feita em 50 paises mostra que há uma tendência de redução das taxas de consumo a partir de um certo nível de riqueza, pois concluí-se que, uma vez atingido um certo nível de desenvolvimento, buscam-se alternativas de otimização e eficiência que resultam em queda do consumo de água.
                      
Nas regiões áridas e semi-áridas, a água é um fator limitante para o desenvolvimento urbano, industrial e agrícola, sendo necessário a busca de novas fontes de recursos, para complementar a pequena oferta disponível.
Muitas regiões com recursos hídricos abundantes, mas insuficientes para atender as demandas excessivamente elevadas, também experimentam conflitos de uso e sofrem restrições de consumo, que afetam o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. (Mancuso, 2003).
Além da escassez, o reuso da água para fins não potáveis compensa a dificuldade de atendimento da demanda da água e substitui mananciais próximos e de qualidade adequada. Com a política do reuso, importantes volumes de água potável são poupados, usando-se água de qualidade inferior, geralmente efluentes secundários pós-tratados, para atendimento de finalidades que podem prescindir da potabilidade.(Abes, 1997).
O conceito de “substituição de fontes” mostrou-se, então, como a alternativa mais plausível para satisfazer as demandas menos restritivas, reservando a água de melhor qualidade para usos mais nobres, como abastecimento doméstico. Em 1985, o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas estabeleceu uma política de gestão para ares carentes de recursos hídricos com base nesse conceito: “A não ser que exista grande disponibilidade, nenhuma água de boa qualidade deve ser utilizada para usos que toleram  águas de qualidade inferior”. (UNIÁGUA, 2001)
A água com qualidades inferiores, tais como esgoto de origem domestica, água de drenagem agrícola e água salobra, deve, sempre que possível, ser considerada como fonte alternativa para usos menos restritivos. O uso de tecnologias apropriadas para o desenvolvimento dessas fontes se constitui hoje, em conjunção com a melhoria da eficiência dôo uso e o controle da demanda, no estratagema para a solução do problema da falta mundial de água.(Abes, 1997).
Reuso urbano
O esgoto de origem essencialmente doméstica, ou com características similares, facilita a viabilização de seu reuso para fins urbanos. Por motivos de segurança à saúde publica, esse esgoto deve ser reutilizado para os fins “fins menos nobres”, ou seja, que não exigem qualidade de água potável, tais com irrigação dos jardins, lavagens dos pisos e dos veículos automotivos, na descarga dos vasos sanitários, na manutenção paisagísticas dos lagos e canais com água, na irrigação dos campos agrícolas, pastagens etc.
                        
O reuso urbano para fins potáveis (serviço de abastecimento publico de água) ocorre em locais em que há escassez crônica de água e esta tecnologia se apresenta como a única solução adequada. Quando isto acontece, os cuidados para com a qualidade do esgoto devem ser redobrados (inclusive pela própria população). Para que isto ocorra, além de ser necessário que o efluente tenha características estritamente orgânicas e de ser exigido que seu tratamento se efetue em nível terciário, é preciso que na seqüência, seu efluente siga para o tratamento complementar de potabilização desta água.
No setor urbano o potencial de reuso é bastante diversificado, porém demanda água com qualidade elevada, exigindo sistemas de tratamento e de controle avançados, podendo levar a custos incompatíveis com os benefícios correspondentes.
De uma maneira geral o esgoto tratado pode, no contexto urbano, ser utilizado para fins potáveis e não potáveis.(Ivanido Hespanhol, 1999).
    
Como exemplo a ser citado de reuso, a Republica da Namíbia – Zimbabwe, que vem tratando esgoto exclusivamente domestico para fins potáveis, o esgoto industrial é coletado em rede separada e tratado independentemente. Além disso, um controle intensivo é efetuado pela municipalidade, para evitar a descarga mesmo acidental, de efluentes industriais ou compostos químicos de qualquer espécie, no sistema de coleta de esgoto doméstico.          
Água pluvial
O aproveitamento da água pluvial tem importante destaque para usos não potáveis nas áreas urbanas, tais como rega de jardins públicos, lavagem de passeios, descarga de vasos sanitários, além de aplicações industriais. No entanto, quando a potabilidade é requisitada, este recurso deve ser bem avaliado. No Brasil, por exemplo, as vantagens hidrológicas naturais não justificam sua utilização para fins potáveis, excetuando casos extremos de algumas partes do pais onde não há outra opção.(UNIÀGUA, 2005)
O reaproveitamento da água servida de residências (grey water) e a captação de água de chuva já são muito aplicados na Califórnia.
É prevista, para o século XXI, a falta de água para 1 / 3 da população mundial.(Hespanhol, 2005)
Atualmente no Brasil, nos locais onde existe um sistema de abastecimento de água implantado, a população recebe água com custo referente ao seu tratamento (potabilização) e sua distribuição.
Ou seja, não é computado o valor monetário da própria água, uma vez que ela é considerada um bem publico.
No dia 8 de janeiro de 1997, foi promulgada a lei federal 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos. A regulamentação desta lei instituiu a cobrança pelo liquido em si, até então gratuito, estabelecendo que a água seja um bem publico dotado de valor econômico, o que consiste uma novidade legislativa.
Em vista disso, é fundamental evitar o desperdício, não poluir e racionalizar o uso da água. O secretario de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente mencionou dados para frisar o desperdício, comparando os 40% a 50% que as empresas de distribuição do Brasil perdem na rede de água com índices europeus e americanos, que não ultrapassam os 20%.
Salati(1999) declara:
“O desenvolvimento futuro mundial terá sérios problemas, com a escassez de água, constituindo-se um desafio a administração das diversas demandas e suas importâncias.
As analises globais preliminares confirmam, que a escassez de água está afetando áreas cada vez mais extensas, particularmente a Ásia Ocidental e a África. 
Este fato repercute em segurança nacional, conflitos e migrações em larga escala, mostrando haver a necessidade de gestão integrada da água no nível das bacias hidrográficas e a determinação adequada do seu custo”.
A escassez da água, já foi motivo para muitas guerras no passado, pode, cada vez mais, agir como catalisador no conjunto de causas ligadas a qualquer conflito futuro.
Encerro escrevendo :
O caminho de canoa, depende dos seus leitores e de maneira poética, principalmente das águas, que não podem e não devem secar, portanto, exorto a todos pensarem, mais do que isto, agirem, mesmo com pequenas ações para que tal malefício não aconteça, e assim, parafraseando o poeta “Navegar é preciso, porém, mais do que isto, viver também é preciso".
Pense sobre isto!!!

                        

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Drones - Teslautomatons - High Tech

                 

  Drones - Teslautomatons - High Tech

Dentro do enfoque tecnológico contemporâneo, temos contato com artefatos que parecem ejaculados de um delírio, isto devido ao conteúdo high-tech que apresentam que beiram ao surreal, no entanto, ao debruçarmos sobre a saga da humanidade, constataremos na realidade, um processo evolutivo que está relacionado à busca de novos conhecimentos e sua consolidação por um processo educacional distribuído que permite a participação de maior quantidade de pessoas ao redor do mundo. 
Obviamente, nas nações onde o processo de distribuição é mais homogêneo e melhor planejado as conquistas conseqüentemente são maiores.
Como o impacto da tecnologia atual é imenso e intenso, chegando a ser desconcertante em muitos casos, elegi fazer uma postagem sobre sistemas automáticos que permeiam nosso dia-a-dia, para desta maneira, ter um conhecimento maior sobre o assunto e suas particularidades, assim, inicio com uma introdução história, para isto apelo para uma parte do texto que colhi em [Minicurso: Introdução a Robótica Educacional;  samuel, akynara, renata}@roboeduc.com ].

História da Robótica

Historicamente parece haver razões para crer que teriam sido os gregos que construíram o que podemos chamar de primeiros robôs. Ctesibius, um matemático e engenheiro grego que viveu cerca de 285-222 a.C. em Alexandria, arquitetou uma série de aparelhos robóticos, o mais famoso destes, foi a clepsidra ou relógio de água, o qual constitui-se um dos primeiros sistemas criados pelo homem para medir o tempo.
Há também relatos sobre Heron de Alexandria, geômetra e engenheiro grego contemporâneo a Cristo e aos apóstolos. 
Este construiu diversas invenções na área da automação, dentre seus sistemas robóticos esta a primeira máquina de vender bebidas da história, na qual a pessoa colocava uma moeda nela e recebia um jato de água. Também construiu um autômato que possuía autonomia para andar para frente e para traz movido por engrenagens em um sistema que utilizava a energia cinética de grãos de trigo que caíam de um recipiente no topo do autômato. Criou também o primeiro motor a vapor documentado na história.
No entanto, o célebre artífice, Leonardo Da Vinci ganha importância no invento de engenhocas robóticas. Da Vinci, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico é reverenciado até os dias atuais por sua engenhosidade tecnológica. 
Concebeu idéias muito à frente de seu tempo, como um helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, dentre outros. Porém um número relativamente pequeno de seus projetos chegou a ser construído, entre seus projetos desenvolveu os planos de um cavaleiro que se deveria mover autonomamente, mas como se tivesse no seu interior uma pessoa. 
Este artefato que alguns designam por "Robô de Leonardo" era usado para entretenimento da realeza.
No mundo da robótica, Jacques de Vaucanson, inventor e artista francês, também se destaca. 
Em 1738 ele criou o primeiro robô funcional, um andróide que tocava flauta, assim como um pato mecânico que se alimentava. 
Após expor para sociedade as primeiras criações robóticas, a tecnologia avançou a ponto das pessoas preverem o uso das criaturas mecânicas como força de trabalho, as respostas literárias ao conceito dos autômatos (robôs) refletiram o medo dos seres humanos, de serem substituídos por suas próprias criações.

Com o passar dos anos e com o avanço da tecnologia a Westinghouse em 1933, criou o primeiro robô
                                                     
dos tempos modernos. Um robô humanóide conhecido como Elektro. video
Porém, foi somente com o avanço da eletrônica analógica que o primeiro robô autônomo pode ser desenvolvido por Grey Walter em 1948.

Enquanto na ficção eclodiam obras com base na robótica ficcional, na realidade começam a ser criados os primeiros robôs fabricados para industrialização. Isso ocorre na década de 1950. 
Joseph F. Engelberger, engenheiro e empresário considerado o "pai da robótica", foi o primeiro a construir tal robô, chamado Unimate. Este robô foi vendido para General Motors, passando a trabalhar na linha de montagem em Nova Jersey, em 1961. Alguns textos creditam a criação do Unimate também ao inventor George DeVol, expondo que este e Joseph F. Engelberger trabalharam em conjunto na estruturação do primeiro robô fabril.
E para contrapor com o trecho acima sobre o "pai da robótica", apresento uma tradução feita por mim de um texto que fala sobre Nikolas Tesla, na qual considero (tirando é claro, o fato de minha admiração pelo mesmo) que há fatos que ajudarão na construção do raciocínio sobre os caminhos da conquista tecnológica da automação e sobre o tipo de equipamento mencionado no titulo da postagem.

Teslautomatons

".... I have by every thought and act of mine, demonstrated, and does so daily, to my absolute satisfaction that I am an automaton endowed with power of movement, which merely responds to external stimuli beating upon my sense organs, and thinks and moves accordingly...."
"Eu tenho por todos os meus pensamentos e atos, demonstrado e feito tão diariamente, para a minha absoluta satisfação que eu sou uma automação hábil com capacidade de movimento, e que simplesmente responde aos estímulos externos que batem sobre meus órgãos sensoriais, e pensa e se move de acordo".  
- Nikola Tesla: On the Art of Teleautomatics, The lecture in the Chicago Businessman Club, 
Archives of the Nikola Tesla Museum, Belgrade, F. 954, l. .21.

Hoje em dia mísseis terra - terra, veículos aéreos não tripulados, veículos acompanhados por controle remoto e veículos submarinos também sem tripulação tornaram-se uma constante em nossa sociedade.
Estes guerreiros robóticos são diariamente usados ao redor do mundo. 
O homem responsável por ter dado nascimento para o robot automatizado não foi outro que não Nikolas Tesla, um sérvio de nascimento e imigrante americano que foi responsável pela energia de corrente alternada (AC) e muitos outros dos primeiros pensamentos pioneiros em rádio, radar e campos de energia, inventando e testando armas não tripuladas a mais de 100 anos atrás, desenvolvendo sistemas e lógicas que são fundamentais na high-tech atual.
Em 1891, seis anos antes do vôo dos irmãos Wright Tesla desenhou e construiu um par de barcos rádio controlado. 
As embarcações eram construídas em ferro, acionadas por uma bateria elétrica de sua própria autoria e equipadas com um receptor radio mecânico que aceitava comandos vindos de um transmissor sem fio.
                                        
Os barcos eram equipados com uma grande antena para contrôle, um espaço modular que podia carregar uma carga, lemes submersos, umas lâmpadas com acionamento elétrico próprio e que podiam ser remotamente controladas. Tesla demonstrou que os barcos para uma chocada multidão em uma piscina interna no Madison Square Garden em Nova York.
A multidão ficou surpresa como Tesla, sempre um show-man, manobrando seus barcos de seis pés de comprimento de forma regular pela água, e então, parando e avançando as embarcações. Ele tomou a precaução de equipar seus barcos com um prático portão rústico que prevenia eles se chocarem entre si por causa um outro transmissor que não fosse o seu próprio. 
A embarcação alarmou aqueles na multidão que a viu e houve aqueles que afirmaram aquilo ser tudo vindo de mágica e telepatia para poder ser pilotado por um macaco treinado escondido em seu interior.
Tesla, que se referia a embarcação como telautomatons visualizando um pequeno grupo de operadores treinados que poderiam controlar remotamente os barcos, os quais poderiam ser armados com pontas explosivas e atacar as embarcações navais. Isto não deve dar a impressão, entretanto, como se as instituições militares não apreciaram o potencial das armas de Tesla para o uso antibarcos ou idéias avançadas do controle remoto de veículos. 
Mas, ele ofereceu a arma para a Marinha dos Estados Unidos e posteriormente para a Grã-Bretanha sem sucesso. 
O desenvolvimento de seus projetos levou-o a desenvolver métodos para ativar seletivamente qualquer dos vários receptores sem fio (ele chamava  isto de " a arte da individualização" que envolvia múltiplas transmissões em frequencias separadas. Na recepção final, cada uma dos componentes individuais da freqüência tinha que ser sintonizado, para a respectiva resposta do receptor
                                  

havia uma porta lógica And.
Atualmente um componente essencial em qualquer cartão de circuito.  
Apenas por causa dele, muitas de suas invenções e desenvolvimentos com estes conceitos permaneceram esquecidos até depois da Segunda Guerra Mundial.
Atualmente, esta tecnologia é largamente disponível e nós freqüentemente não pensamos muito nisso, porque elas tem sido parte de nosso mundo por já uma porção de tempo agora, e as armas são reais e as funções lógicas AND comumente usadas em todos os aparatos eletrônicos. 
Surpreendentemente, não sabemos muito sobre o homem que primeiro desenvolveu a robótica e o computador lógico, mas ao menos temos o seu legado.

[Vukobratoviæ, Miomir, "Nikola Tesla and Robotics", SERBIAN JOURNAL OF ELECTRICAL ENGINEERING, Vol. 3, No. 2, November 2006, 163-175 Huntley, D, "The true father of Electricity: Nikola Tesla", http://honeymanrp.blogspot.com/2008/02/true-father-of-electricity-nikola-tesla.html  Tesla Life and Legacy - Race of http://www.pbs.org/tesla/ll/ll_robots.html]

Bem, após essa conceituação histórica e fazendo uso de materiais coletados em relatórios acadêmicos e de analise sobre a tecnologia de automação vou iniciar o assunto abaixo. 

Drones

Abelha macho que não executa trabalho. / alguém que executa um trabalho muito enfadonho sem muitas recompensas
. (dicionário Longman

Unmanned Aerial Vehicles  - UAV 
 
Veículos aéreos não tripulados possuem uma longa e rica historia na qual freqüentemente é dado o crédito do primeiro vôo de um veiculo não pilotado mais pesado que o ar conseguido em 1896 pelo Mr Samuel Langley's Aerodrome system. 
Os chamados drones, de início tinham aplicações militares como alvos aéreos para o treinamento de artilharia antiaérea e, hoje são também usados para fins científicos na captação de imagens. 
 Há um grande mercado que está emergindo a partir de aplicações e serviços potenciais que
podem ser oferecidos pelas aeronaves não tripuladas. Mais precisamente, veículos aéreos não tripulados (VANTs) podem ser aplicados em missões chamadas de D-cubo (Dangerous-Dirty-Dull), isto é, missões identificadas como perigosas, sujas e/ou enfadonhas. 
Quando se considera o VANT em aplicações civis, há um grande escopo de cenários possíveis para sua utilização. Por exemplo, pesquisa ambiental remota, monitoração e certificação de poluição, gerenciamento de queimadas, segurança, monitoração de fronteira, oceanografia, agricultura e 

                 

                                                 submarino
aplicações de pesca. Em geral, todas estas aplicações podem ser divididas em quatro grandes grupos: aplicações ambientais, aplicações de segurança, aplicações de comunicação e aplicações demonitoramento em geral.
Para aplicações de VANTs são muito utilizados os aviões e helicópteros. 
Uma comparação entre estes dois tipos de aeronaves pode ser realizada quanto às características de vôo. 
Tem-se que a capacidade de manobra do helicóptero é muito maior do que a do avião, aquele pode realizar três coisas que este não pode: voar para trás, girar no ar e pairar no ar sem se mover, podendo ainda decolar e pousar com vôo vertical. 
Como desvantagens os helicópteros são mais complexos e operam em velocidade reduzida, com pouca autonomia e com pouca capacidade de carga. 
Um conceito emergente de asas rotativas para os VANTs são os helicópteros de vários rotores, também chamados de multicópteros. 

                          
                                           multicóptero

Estes veículos têm motores idênticos operando em pares que giram em direções opostas, e possuem muitas vantagens sobre os helicópteros comuns. 
Em primeiro lugar, multicópteros não necessitam de complexas relações de controle mecânico para acionamento do rotor, contando apenas com rotores de passo fixo e utilizando variação na velocidade do motor para o controle do veículo, simplificando o design e a manutenção do veículo. Em segundo lugar, a utilização de vários rotores assegura que os rotores individuais são menores em diâmetro do que o rotor principal equivalente em um helicóptero tradicional, em relação ao tamanho da estrutura.
Os VANTs possuem algumas vantagens, dentre elas, o custo operacional em relação a aviões tripulados ou satélites, e a possibilidade de realizarem operações mais arriscadas por não envolver tripulação. Mas os VANTs têm alguns fatores desafiadores, pois devem apresentar capacidade para executar missões de vôo com pontos pré-determinados, além de transmitir ou guardar as informações coletadas e retornar à base em segurança. Portanto, é necessária uma unidade de controle responsável pelos procedimentos de navegabilidade e estabilidade da aeronave. Esta complexidade para se controlar uma aeronave exige conhecimentos multidisciplinares, envolvendo conceitos de aerodinâmica, eletrônica, teoria de controle, sistemas de comunicação, sistemas de localização, entre outros.
E somado a isto, também os VANTS necessitam de vários sensores embarcados que possibilitem sua interação com os comandos emitidos pelas unidades de controle para operarem com sucesso.

                   
                                          

Logo, é necessário implementar um controle com um alto grau de autonomia e robustez que realize os procedimentos necessários para manter a aeronave na trajetória e altitude desejada, fatores estes que tornam o controle um dos principais pontos limitante da difusão dos VANTs.
 
Os VANTs no Brasil 


No Brasil, hoje, são conduzidos diversos projetos de desenvolvimento de VANTs tanto pela iniciativa privada, como pelas universidades federais: USP, USC, ITA, UFMG, UFRN e UnB. Além disso, o governo federal através do Ministério da Defesa estabeleceu suas diretrizes para o setor através da Portaria Nº 606/MD de 11/06/2004, publicada no DOU Nº 112 em 14/06/2004. Atualmente, os Ministérios da Defesa e da Ciência e Tecnologia comandam uma Comissão de Coordenação Nacional do Programa VANT.
O primeiro VANT, de que se tem registro no Brasil, foi o BQM1BR, fabricado pela extinta CBT (Companhia Brasileira de Tratores), de propulsão a jato. A CBT encomendou ao CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica), o desenvolvimento de uma pequena turbina que possuísse cerca de 30 kg
 de empuxo para ser instalada no VANT de 3,89 metros de comprimento 3,38 metros de envergadura, estrutura metálica com 92,5 kg. Atingiria 530 km/h com autonomia estimada em 45 minutos (Paula ,2009)
Foi construído apenas um protótipo, que hoje está exposto no museu da TAM, em São Carlos, conforme mostra Fig. 4(a).
                                                                       BQM1BR

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), junto com a empresa AGX Tecnologia e o Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), são responsáveis pelo projeto ARARA (Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida), que foi concebida com o intuito de sobrevoar plantações e captar imagens, que podem ser usadas por produtores rurais (Bernini et al, 2011).
O mais recente VANT em operação no Brasil, pertence à Marinha do Brasil e foi utilizado na Operação Amazônia em 2011. O Carcará (Fig. 4(c)), desenvolvido pela empresa carioca Santos Lab, tem 1,8 metro de envergadura, é equipado com uma câmera de 360° e pode voar durante uma hora e meia, num raio de, aproximadamente, 8 quilômetros, com velocidade máxima de 75 quilômetros por hora

                                            
                                                                CARCARÁ    


[trecho baseado no artigo tecnologia Aviação de setembro De 2013  -  Rodrigo de oliveira Andrade]

No Brasil, os VANTs estão se tornando uma realidade cada vez maior, com aplicações voltadas principalmente à área da agricultura, vigilância e monitoração de recursos. Empresas como a Embrapa precisam de imagens aéreas que auxiliem na identificação de irregularidades no plantio, controle de doenças e pragas, pulverização adequada e formem uma base de dados que maximize o resultado de uma colheita.
A Chesf, empresa de distribuição de energia do Nordeste, necessita gerenciar sua planta externa para atender às exigências de empresas reguladoras, monitorando recursos como cabos e postes. Para o controle destes recursos, por serem distribuídos em grandes extensões territoriais no país e, em muitas vezes, em áreas de difícil acesso por via terrestre, o VANT se torna uma importante ferramenta contra roubos e a deterioração de equipamentos.
Petrobrás é outra grande empresa que busca investir nos VANTs, pois os dutos que conduzem seu precioso recurso precisam de constante monitoração
contra vazamentos e desvios inesperados.
E para isto está em curso o projeto de uma aeronave o Falcão, como foi batizado, será o maior vant 
          
          

 militar nacional. Se o projeto avançar, a aeronave terá 11 metros de envergadura, de uma ponta a outra da asa, e autonomia mínima de 16 horas. 
O Falcão começou a ser desenvolvido pela Avibrás no final da década passada. A empresa brasileira com sede em São José dos Campos, interior paulista, em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da Aeronáutica, contou com os sistemas de navegação e controle de outra empresa da mesma cidade, formada no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Flight Technologies. O Falcão utiliza outro vant brasileiro como plataforma de testes para o sistema de navegação e controle: 

                          
                                                Acauã
o Acauã, um drone de 150 kg e 5 metros de envergadura concluído em 2010. Ele foi desenvolvido pelo DCTA, centros de pesquisa do Exército (CTEx) e da Marinha (IPqM) (ver Pesquisa FAPESP n° 185) e pela Avibras.  (Veja video)
Foram realizados dezenas de vôos experimentais na Academia da Força Aérea, em Pirassununga, interior de São Paulo.
Hoje o Acauã é utilizado pelo DCTA, Exército e Marinha, e pelas empresas Flight Technologies e Bossan Computação Científica (BCC), do Rio de Janeiro, num novo projeto, agora voltado à concepção de uma tecnologia de pouso e decolagem automáticos, que já apresentou bons resultados nos primeiros experimentos em pista realizados em agosto.
Desde fevereiro deste ano (2013), o Falcão integra a linha de produtos da Harpia Sistemas, empresa criada a partir da associação entre a Embraer Defesa & Segurança, braço militar da Embraer, e a AEL Sistemas, com sede em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, subsidiária da Elbit Systems, uma das maiores fabricantes de produtos de defesa de Israel - a mesma a fornecer os primeiros
      
drones para uso da Força Aérea Brasileira (FAB) em 2010.
O primeiro protótipo do Falcão está sendo usado como ponto de partida para a adequação aos requisitos apresentados pelo Ministério da Defesa, que incluem um conjunto de sensores, sistema de comunicação de dados e uma estação de controle em solo.
A aeronave terá cerca de 800 quilos (kg), podendo transportar mais combustível e equipamentos do que outros drones da mesma categoria a uma altura de 5 mil metros. Dentro do veículo aéreo, no lugar do piloto, poderão ser instalados sensores, câmeras e radares, entre outros itens.
Boa parte da estrutura do Falcão foi desenvolvida com tecnologia nacional, como os sistemas de eletrônica de bordo, controle e navegação. "Ele terá dimensões equivalentes ao Super Tucano, aeronave turboélice da Embraer para ataque tático", comenta Flavio Araripe d'Oliveira, coordenador do projeto vant no DCTA.

 "Vants de médio e grande porte como o Falcão, são controlados do solo por técnicos em contêineres equipados com computadores e sistemas de comunicação", diz o mesmo.
Também no DCTA pesquisadores do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em parceria com professores do ITA e engenheiros da empresa TGM Turbinas, com sede em Sertãozinho, interior paulista, trabalham em outro projeto que poderá impulsionar o setor brasileiro de drones.
Trata-se de um motor turbojato movido a querosene de aviação que pode ser usado em vants com peso máximo de 1,2 tonelada. A Turbina Aeronáutica de Pequena Potência (TAPP) é a primeira a ser produzida no Brasil com características de durabilidade e potência de 5 mil newtons (N), força capaz de impulsionar uma aeronave de até 1,5 tonelada. "Planejamos um grupo de turbinas que possam ter aplicações em vants, mísseis e uma linha para geração de energia", diz Alexandre Roma, da TGM, um dos engenheiros responsáveis pelo projeto. Ele conta que o equipamento não será usado no Falcão, mas instalado inicialmente em alvos aéreos para treinamento de pilotos em aviões de combate.

                  
                       Turbina Aeronáutica de Pequena Potência (TAPP)

Produção em Série
Em julho, a turbina foi testada pela primeira vez no banco de provas do IAE. Segundo o engenheiro mecânico José Francisco Monteiro, coordenador do projeto, todos os componentes da TAPP foram fabricados no Brasil, exceto o rolamento para a sustentação de seu eixo. Um dos objetivos é qualificar a mão de obra brasileira para sua produção em série. "Como essa turbina pode ser instalada em mísseis de longo alcance, sua comercialização tem sido dificultada, devido aos tratados de não proliferação de armas nucleares. A alternativa é fabricar a turbina no Brasil", avalia Monteiro.
Novos testes estão programados até o fim deste ano com o objetivo de fazê-la atingir a rotação máxima de 28 mil rotações por minuto. O projeto conta com financiamento de R$ 30 milhões da Finep. A agência já firmou 23 contratos e convênios, num total de R$ 69 milhões, voltados ao trabalho de pesquisa e desenvolvimento tecnológico de vants no Brasil, conta William Respondovesk, chefe do Departamento das Indústrias Aeroespacial, Defesa e Segurança da Finep.

A maioria dos drones utilizados pelos EUA exige não somente um piloto em terra, mas também um pelotão de analistas de vigilância, aproximadamente 19 por drone - operadores de sensores e um grupo de manutenção. O número de pessoas envolvidas depende do tamanho do avião; no caso de um "drone predador", por exemplo, para mantê-lo no ar é necessário um grupo de 168 pessoas. Esse método apresenta não somente uma facilidade considerável de se infiltrar em áreas de interesse
de forma rápida e quase imperceptível, mas também uma redução de custo em comparação ao uso de aviões tripulados
         
                                     Global Hawk Overview  System
                    
                 
- US$ 15 milhões para um Global Hawk contra cerca de US$ 55 milhões para um novo F-16 - de acordo com o Escritório de Orçamento do Congresso norte-americano (ZENKO, 2012), apesar do custo dos sensores e do grande número de falhas.

Para ecerrar traduzo o início do  RAPPORT D’INFORMATION N° 215 SÉNAT - SESSION ORDINAIRE DE 2005-2006
Annexe au procès-verbal de la séance du 22 février 2006

Mesdames, Messieurs,
La recherche de renseignements sur l’adversaire a toujours précédé et accompagné les actions de force. Cet impératif a pris de nouveaux développements avec la mise en oeuvre des capacités aériennes, dont la place n’a cessé de croître en importance dans la maîtrise des conflits.
Durant les derniers conflits du XXe siècle comme l’intervention américaine au Vietnam, la guerre du Golfe de 1991, ou les combats au Kosovo en 1999, la supériorité aérienne a constitué un élément déterminant de l’action armée. 
Le XXIe siècle naissant confirme cette évolution : l’attaque de l’Afghanistan, à l’automne 2001, alors aux mains des talibans, a débuté par d’intenses bombardements aériens, qui ont désorganisé l’adversaire. De même, le rôle de l’aviation a été crucial dans le récent conflit irakien.
Mais le rôle des aéronefs n’est pas seulement offensif : de longue date, ils sont utilisés pour le recueil de l’information. Cet usage a été mis en valeur au cours de la guerre froide, et l’opinion publique s’était passionnée pour le sort du pilote
américain de l’avion espion U2, capturé par les Soviétiques après l’attaque de son engin, le 1° mai 1960.
Pour s’affranchir des contraintes inhérentes à l’avion piloté, qui tiennent, pour l’essentiel, aux dangers pesant sur la vie de l’équipage et aux limites physiques de ce dernier, tout en bénéficiant des atouts spécifiques au renseignement aérien, les
nations les plus avancées ont d’abord eu recours aux satellites d’observation 
Ainsi, pour s’en tenir au cas de la France, un satellite militaire d’observation Hélios II A a été mis sur orbite, le 18 décembre 2004, grâce à une fusée Ariane 5 tirée du Centre Spatial Guyanais de Kourou. Cet engin offre aux armées une
importante capacité de renseignement, par le suivi de zones géographiques précises, pour la préparation de missions, pour l’évaluation des zones visées par les frappes et également pour l’observation des zones de conflits, Le satellite constitue un utile vecteur de renseignement, par ses passages répétés au-dessus de zones précises, en toute sécurité. Cependant, le caractère périodique des informations ainsi fournies nécessite des compléments, obtenus par les avions pilotés et, depuis les années 1980, par des engins non pilotés dénommés « drones »1.


Minhas senhoras e meus senhores,
A pesquisa de informações sobre os adversários hoje em dia precede e acompanha as ações de força. Sendo imperativa em função dos novos desenvolvimentos apresentados em funçao das capacidades aereas, as quais não cessam de crescer de importância na matriz dos conflitos.
Durante os ultimos conflitos do século 20 como a intervenção americana no Vietnã, a guerra do Golfo em 1981 ou os combates no Kosovo em 1999, a superioridade aérea constituiu um elemento determinante na ação armada.
O século 21 em seu inicio, confirma esta evolução: Os ataques ao Afeganistão no outono de 2001, então nas mãos dos talibans iniciados por intensos bombardeios aéreos que causavam desorganização nos adversários. Da mesma forma, o papel da aviação foi crucial no recente conflito Iraquiano.
Porém, o principal papel das aeronaves não é somente ofensivo : de longa data, eles são utilizados para a aquisição de informações. E, este uso foi posto em dúvida ao curso da guerra fria, e a opinião pública se tornou mais emocional em relação á sorte do piloto americano do avião espião U2, que foi capturado pelos soviéticos após o ataque ao equipamento  em 1° de maio de 1960.
Para se livrar das contrariedades inerentes a um avião pilotado que tem por essencial os perigos presentes sobre a vida da tripulação e aos limites fisicos da mesma, e tudo em beneficio das oportunidades especificas para obter a informação aérea, as nações mais avançadas recorreram primeiro aos recursos dos satelites de observação.
Também, por se ter, no caso da França, um satélite de observação militar Helios II A que foi colocado em sua orbita em 18 de dezembro de 2004, graças a um foguete Ariene 5 lançado do Centro Espacial Kourou nas Guianas. Este equipamento oferece aos exércitos uma importante capacidade de informação para o acompanhamento de zonas geográficas precisas para a preparação das missões, para a avaliação das zonas visadas pelas forças militares e igualmente para a observação das zonas de conflito.
O satélite constitui um útil vetor de informação por suas passagens repetidas sobre zonas especificas, com toda a segurança.
Entretanto, a caracteristica periodica das informações assim fornecidas, necessita de complementação, obtidas pelos aviões pilotados e depois, dos anos 1980, pelos equipamentos não pilotados denominados "drones".