terça-feira, 27 de agosto de 2013

Yarchagumba

          

O Nepal é um país de 140.780 km² tamanho equivalente ao estado do ceará no Brasil.

Na língua hindu Nepal significa "ao pé do monte", que apropriadamente designa um país
que está inserido na região do Himalaia e cercado por suas gigantescas montanhas.
O sistema de governo é de monarquia constitucional, onde o monarca governa auxiliado com a ajuda do parlamento a Panchayat, instituída em 1962.
A sede do governo é em Kathmandu que significa (
"estrutura de madeira"), nessa metrópole envolvida por uma aura de fantasia, a impressão dominante é a de viver um sonho no antigo oriente, pois a cidade caracteriza-se, por pagodes de madeira, com tetos dourados, áspides de ouro dos santuários hindus e budistas, e grande número de pirâmides em andares.
Completando o conjunto, casas antigas de tijolos com fachadas pintadas em cores vivas
                        

;                                                        Kathmandu 

Entretanto, a tranqüilidade descrita em Kathmandu é quebrada  pela dura realidade que atinge os habitantes pobres das montanhas e vilarejos do Nepal, e que estão envolvidos na colheita de um cogumelo de propriedades medicinais ditas excepcionais pela medicina chinesa, cogumelo este que é chamado de Yarchagumba.
A dureza desta colheita que começa em maio, quando a neve começa a derreter e vai até o começo ou a primeira metade de julho, antes de  começarem as chamadas chuvas das monções e são a estas inóspitas condições que são submetidas as pessoas quanto iniciam a procura pela yarchagumba a 3200 - 4500 metros de altitude no Himalaia,acima do nível do mar, onde a temperatura pode atingir - 5 graus Celsius. 



O clima de Montanha possui as seguintes características: As temperaturas são baixas. Quanto maior a altitude mais baixa é a temperatura. Numa montanha, a cada mil metros acima, a temperatura cai cerca de 5ºC. 


http://www.nepalhomepage.com/wp-content/uploads/2012/09/Cordyceps-from-Nepal.jpg

           colheita da yarchagumba

One of the few actual studies of O. sinensis is being conducted by Uttam Babu Shrestha, a PhD student at the University of Massachusetts Boston. Shrestha found that the villagers who harvest yarsagumba live in mountainous regions that contain few natural resources and where agricultural productivity is low, making the fungus their primary source of income. In a project synopsis for a study funded by The Rufford Small Grants Foundation, he wrote that the depletion of the fungus would severely impact the economy and culture of the people who rely on it. The study, published February 1 in Nature, calculated the global market for yarsagumba to be between $5 billion and $11 billion. (Scientific American is part of Nature Publishing Group.)

" Um dos poucos atuais estudos da o. sinensis está sendo conduzido por Uttam Babu Shrestha, um estudante de Phd na universidade de Massachsetts Boston, Shrestha encontrou que os moradores das vilas que colhem yarchagumba vivem em regioes montanhosas que possuem pouco recursos naturais e onde a produtividade da agricultura é baixa, fazendo do fungo sua principal fonte de lucro. Em uma sinopse do estudo financiado pela fundação The Rufford Small Grants Foundation, ele escreveu que a diminuição do fungo pode impactar severamente a economia e cultura do povo que depende dele.
O estudo, publicado em fevereiro 1 na Nature, calcula ser mercado global da yarchagumba entre 5 a 11 bilhões de doláres"

A erva yarchagumba que é um cogumelo tem grande demanda em países como China, Japão, Corea e Tailândia.

Esse cogumelo é formado pela curiosa junção de parasítica de um fungo de nome cordyceps sinesis  com a larva da mariposa The Ghost Moth "A mariposa fantasma".



                                                The ghost Moth


http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/19/Hepialus_humuli_m.jpg/640px-Hepialus_humuli_m.jpg
                     Macho





         




http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/0/0b/Hepialus_humuli_f.jpg
Fêmea

O  processo acontece quando a mariposa coloca seu ovo no solo e a larva resultante penetra no solo durante a incubação, mas durante o período de crescimento da larva e seu acesso a superfície, ocorre a contaminação pelo fungo, que se aloja na cabeça da larva, provocando um processo de mumificação da mesma e assim, ao invés da larva aflorar á superficie, o que aflora é o cogumelo implantado na cabeça da larva mumificada.
Veja o vídeo 
                                                                                                 
                                    LARVAS E COGUMELOS
http://tunza.eco-generation.org/file/yaa.jpg                                                                                             
http://tunza.eco-generation.org/file/yarshagumba.jpg

  Larva e cogumelo

                                        Uso Medicinal

A tradicional medicina chinesa afirma que o fungo quando colocado em forma de chá ou sopa atua como um afrodisiaco, tanto que é chamado coloquialmente de "viagra do himalaia",também cura cancêr e combate a fadiga, embora estas afirmações não tenham ainda sido comprovadas cientificamente pela medicina ocidental.

É bom salientar, que embora o fungo já seja usado na medicina chinesa por séculos, a procura tornou-se maior depois de 1993 quando três corredoras chinesas quebraram o recorde mundial, e seu treinador disse atráves da midia que ele tinha alimentado as atletas com a yarchagumba em uma sopa de sangue de tartaruga.

arsagumba is harvested by Nepalese villagers who sell it for more than $25 a gram (retail prices soar to $150 per gram or more). But as Agence France-Presse (AFP) reports, the growth in demand has made yarsagumba supplies scarce. Villagers who once collected 150 to 200 pieces of the fungus in a month are now only finding only 10, 20 or 30 pieces. AFP also cites climate change as a possible reason for shrinking supplies. The regions where the fungus normally grows have experienced lower levels of snow and rain as well as higher temperatures in the past few years [John R. Platt.11 junho 2012]

"Yarchagumba é colhida pelos moradores das vilas nepalesas, que vendem-na por mais de 25 doláres o grama( no varejo o preço atinge 150 doláres por grama ou mais). Mas, como a agencia France Press reporta, que o crescimento da demanda tem feito o fornecimento da yarchagumba decrescer. Os moradores das vilas que antes colhiam de 150 a 200 peças do fungo em um mes estão agora encontrando somente 10, 20 ou 30 peças. AFP também cita as mudanças climáticas como uma possivel razão para o encolhimento do fornecimento.
A região onde o fungo normalmente cresce tem experimentado baixos niveis de neve e chuva e também altas temperaturas nos ultimos anos"

Um quilo de yarchagumba contém entre 3500 a 4000 peças, sendo

                   http://tunza.eco-generation.org/file/yarsh.jpg

                                 peças colhidas
necessário o trabalho de cinco pessoas durante um mes para conseguir colher essa quantidade da erva.





quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Lei Áurea X Lei 10.639 - Qual liberta ?



                                                

Esta versão em português é fruto de uma parceria entre a Representação da UNESCO no Brasil, a
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação do
Brasil (Secad/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

© UNESCO 2010 (versão em português com revisão ortográfica e revisão técnica)

Coleção História Geral da África da UNESCO
Volume I Metodologia e pré-história da África
(Editor J. Ki-Zerbo)
Volume II África antiga
(Editor G. Mokhtar)
Volume III África do século VII ao XI                                          
(Editor M. El Fasi)
(Editor Assistente I. Hrbek)
Volume IV África do século XII ao XVI
(Editor D. T. Niane)
Volume V África do século XVI ao XVIII
(Editor B. A. Ogot)
Volume VI África do século XIX à década de 1880
(Editor J. F. A. Ajayi)
Volume VII África sob dominação colonial, 1880-1935
(Editor A. A. Boahen)
Volume VIII África desde 1935
(Editor A. A. Mazrui)
(Editor Assistente C. Wondji)

Volumes disponíveis em: www.Dominio Publíco.gov.br




APRESENTAÇÃO

A Representação da UNESCO no Brasil e o Ministério da Educação têm a satisfação de disponibilizar em português a Coleção da História Geral da África.
Em seus oito volumes, que cobrem desde a pré-história do continente africano até sua história recente, a Coleção apresenta um amplo panorama das civilizações africanas. Com sua publicação em língua portuguesa, cumpre-se o objetivo inicial da obra de colaborar para uma nova leitura e melhor compreensão das sociedades e culturas africanas, e demonstrar
a importância das contribuições da África para a história do mundo.




mesquita de Djenné no Mali
                                         
Cumpre-se,também, o intuito de contribuir para uma disseminação, de forma ampla, e para uma visão equilibrada e objetiva do importante e valioso papel da África para a humanidade, assim como para o estreitamento dos laços históricos existentes entre o Brasil e a África.

O acesso aos registros sobre a história e cultura africanas contidos nesta Coleção se reveste de significativa importância.

Apesar de passados mais de 26 anos após o lançamento do seu primeiro volume, ainda hoje sua relevância e singularidade são mundialmente
reconhecidas, especialmente por ser uma história escrita ao longo de trinta anos por mais de 350 especialistas, sob a coordenação de um comitê científico internacional constituído por 39 intelectuais, dos quais dois terços africanos.

A imensa riqueza cultural, simbólica e tecnológica subtraída da África para o continente americano criou condições para o desenvolvimento de sociedades onde elementos europeus, africanos, das populações originárias e, posteriormente, de outras regiões do mundo se combinassem de formas distintas e complexas.
 Apenas recentemente, tem se considerado o papel civilizatório que os negros vindos da África desempenharam na formação da sociedade brasileira. Essa compreensão, no entanto, ainda está restrita aos altos estudos acadêmicos e são poucas as fontes de acesso público para avaliar este complexo processo, considerando inclusive o ponto de vista do continente africano.

A publicação da Coleção da História Geral da África em português é também resultado do compromisso de ambas as instituições em combater todas as formas de desigualdades, conforme estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), especialmente no sentido de contribuir para a prevenção e eliminação de todas as formas de manifestação de discriminação étnica e racial, conforme estabelecido na Convenção
Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial de 1965.

Para o Brasil, que vem fortalecendo as relações diplomáticas, a cooperação econômica e o intercâmbio cultural com aquele continente, essa iniciativa é mais um passo importante para a consolidação da nova agenda política.
 A crescente aproximação com os países da África se reflete internamente na crescente valorização do papel do negro na sociedade brasileira e na denúncia das diversas formas de racismo.

O enfrentamento da desigualdade entre brancos e negros no país e a educação para as relações étnicas e raciais ganhou maior relevância com a Constituição de 1988.

O reconhecimento da prática do racismo como crime é uma das expressões da decisão da sociedade brasileira de superar a herança persistente da escravidão. Recentemente, o sistema educacional recebeu a responsabilidade de promover a valorização da contribuição africana quando, por meio da alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e com a aprovação da Lei 10.639 de 2003, tornou-se obrigatório o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira no currículo da educação básica.

Essa Lei é um marco histórico para a educação e a sociedade brasileira por criar, via currículo escolar, um espaço de diálogo e de aprendizagem visando estimular o conhecimento sobre a história e cultura da África e dos africanos, a história e cultura dos negros no Brasil e as contribuições na formação da sociedade brasileira nas suas diferentes áreas: social, econômica e política. Colabora, nessa direção, para dar acesso a negros e
não negros a novas possibilidades educacionais pautadas nas diferenças socioculturais presentes na formação do país.
Mais ainda, contribui para o processo de conhecimento, reconhecimento e valorização da diversidade étnica e racial brasileira.

Nessa perspectiva, a UNESCO e o Ministério da Educação acreditam que esta publicação estimulará o necessário avanço e aprofundamento de estudos, debates e pesquisas sobre a temática, bem como a elaboração de materiais pedagógicos que subsidiem a formação inicial e continuada de professores e o seu trabalho junto aos alunos.
Objetivam assim com esta edição em português da História Geral da África contribuir para uma efetiva educação das relações étnicas e raciais no país, conforme orienta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afrobrasileira
e Africana aprovada em 2004 pelo Conselho Nacional de Educação.
Boa leitura e sejam bem-vindos ao Continente Africano.
                                                     
      Vincent Defourny                                      Fernando Haddad
Representante da UNESCO no Brasil              Ministro de Estado da Educação do Brasil

                          Porque lei Áurea X Lei 10639 ?

Para responder, vou colocar um texto retirado do endereço: http://www.escolakids.com/as-consequencias-do-fim-da-escravidao-no-brasil.htm   (as imagens inseridas são de minha autoria)

"A escravidão chegou ao fim, o ex-escravo tornou-se igual perante a lei, mas isso não lhe deu garantias de que ele seria aceito na sociedade, por isso os recém-libertos passaram dias difíceis mesmo com o fim da escravidão. Diferente do que aconteceu nos Estados Unidos, no Brasil, após o fim da escravidão, os ex-escravos foram abandonados à própria sorte. 

Nos Estados Unidos, com o fim da Guerra da Secessão, a vitória do Norte sobre o Sul implicou na emancipação total dos escravos e eles foram amparados por uma lei, que possibilitou assistência e formas de inserção do 

                             
                      
negro na sociedade.

No Brasil, sem acesso a terra e sem qualquer tipo de indenização por tanto tempo de trabalhos forçados, geralmente analfabetos, vítimas de todo tipo de preconceito, muitos ex-escravos permaneceram nas fazendas em que

                       

trabalhavam, vendendo seu trabalho em troca da sobrevivência. 
Aos negros que migraram para as cidades, só restaram os subempregos, a economia informal e o artesanato. 
Com isso, aumentou de modo significativo o número de ambulantes
                    
empregadas domésticas, quitandeiras sem qualquer tipo de assistência e garantia; muitas ex-escravas eram tratadas como prostitutas
Os negros que não moravam nas ruas passaram a morar, quando muito, em míseros cortiços.  

O preconceito e a discriminação e a ideia permanente de que o negro só servia para trabalhos duros, ou seja, serviços pesados, deixaram sequelas 

                         
desde a abolição da escravatura até os dias atuais.

Para a lei 10.639 o texto de apresentação da coleção dá a resposta.

domingo, 4 de agosto de 2013

As ondas Eletromagnéticas no Brasil

                                                          


Uma pequena introdução para contextualizar, o que quero abordar, que é, o advento das comunicações via ondas eletromagnéticas, e o papel preponderante de um brasileiro, nesta modalidade, e a maneira desleixada que ele é tratado, pelos historiadores, educadores e autoridades do Brasil, e qual a razão deste desabafo?.

 É, porque lendo os materiais que acesso na internet, e nos livros que tratam sobre o assunto de maneira técnica, que normalmente leio, por força de estudos sobre a matéria, e não encontro a mais simples menção sobre os trabalhos da pessoa à qual posteriormente vou mencionar.
E, salvo engano meu, o empenho mais acentuado para diminuir essa lacuna, ocorre na sua região de nascimento, onde pelo que entendi, pessoas labutam, para que, um dos precursores do fenômeno da comunicação via ondas eletromagnéticas, ou seja, (televisão, celulares, radio, fibra ótica, etc...),vejam a ironia, seja conhecido, isto lembra-me, o caso da jabuticaba,
( só ocorre no Brasil), e quero deixar claro, adoro a fruta, mas lamento o fato em questão.

 “A idade da rádio comunicação começou em 1850 com o desenvolvimento da
                                           
                                                 James Clark Maxwell

teoria das ondas eletromagnéticas que, James Clark Maxwell previu a existência, e estas ondas eletromagnéticas com varias freqüências propagariam-se com a velocidade da luz e também concluiu que a própria luz era uma onda eletromagnética.


 Em 1884 Henrich Rudolf Hertz formulou as equações de Maxwell.
                                       
                                                       Henrich Rudolf Hertz

Então entre 1885 e 1888, em uma série de experimentos, Hertz  demonstrou
                   
                                          Os dispositivos experimentais

 que uma rápida oscilação da corrente elétrica poderia ser lançada no espaço como uma onda eletromagnética e detectada, isto é, poderia ser emitida e recebida. Para gerar e transmitir as ondas de rádio Hertz usou uma bobina induzida por alta voltagem, um capacitor, duas barras de pequeno diâmetro paralelas, e nas pontas foram fixadas duas esferas para a produção de centelhas no espaço formado entre as barras.
Este dispositivo criava, uma descarga ( centelhameto), oscilatório, com as esferas carregando e descarregando, com a oposição de polaridade entre as cargas induzidas nas esferas.

 Para detectar a radiação eletromagnética, Hertz usou um fio de cobre curvado de forma esférica, com uma pequena esfera de latão conectada de um lado, enquanto do outro lado do fio que apontava para a esfera tinha um mecanismo regulado por um parafuso que permitia que a distância entre a ponta pudesse ser ajustada, para maior, ou menor distância da esfera.

A presença de uma carga oscilante no dispositivo que vamos chamar de , “antena” , causava faíscas, através do pequeno espaço entre a ponta e a esfera.



Hertz também demonstrou, que as ondas de rádio tinha todas as bem conhecidas propriedades das ondas de luz – reflexão, reflação, interferência e polarização. E foi dito que, em resposta a questões dos estudantes que testemunharam a demostração da experiência na sala de aula da geração e recepção das ondas eletromagnéticas, que Hertz disse que ele não via um uso prático para as ondas eletromagnéticas.”
                        
                                             Desdobramentos  

 No final do século XIX as telecomunicações, por meio de ondas eletromagnéticas, começavam a modificar as dimensões do mundo.

Em setembro de 1895, Guglielmo Marconi efetuou sua primeira transmissão de rádio.
                                               A notícia

Um pouco antes, em 1893, o Padre Landell de Moura concluiu o projeto do transmissor de ondas, fazendo a primeira transmissão pública de rádio do mundo. Sua voz emitida num aparelho na Avenida Paulista, em São Paulo, atravessou oito quilômetros e foi ouvida, com clareza, num receptor no alto de Santana. Marconi só faria o seu aparelho dois anos mais tarde. [TRINDADE e TRINDADE (2002) ]
                                              
                                              O autor do feito
                                  
                                          Padre Landell De Moura

                                         PADRE LANDELL DE MOURA
 
Roberto Landell de Moura nasceu na cidade de Porto Alegre (RS), no dia 21 de janeiro de 1861. Filho de Inácio José Ferreira de Moura e Sara Mariana Landell de Moura, ambos de tradicionais famílias do Rio Grande do Sul, de descendência inglesa, é o quarto de quatorze irmãos (SANTOS, 2001, p. 30

Um pouco mais sobre Landell de Moura
Procurando provar que Landell de Moura realmente é o precursor da
radiofonia, FORNARI (1984, p. 11) expõe que ele “transmitia sons em 1893; Marconi começou a transmitir apenas sinais em 1894; Landell fez suas primeiras transmissões a uma distância de oito quilômetros emissor receptor; Marconi transmitiu sinais fracos a uma distância de cem metros”.

No que se refere às experiências de Landell de Moura, ALMEIDA (1983, p.25), afirma que “ainda no ano de 1900, na presença do cônsul britânico e de outras pessoas, Padre Landell realizou experiências de telegrafia e telefonia sem fio”. Tal fato aconteceu no dia três de junho e foi registrado, no dia dez do mesmo mês, pelo Jornal do Comércio, da cidade do Rio de Janeiro, complementa.

Na mesma direção aponta Fornari (1984, p. 34-35):

Ora, sabe-se que foi somente em 1895, com idade de 21 anos apenas, que Marconi fez a primeira dissertação sobre telegrafia sem fio. Sabe-se que o ainda quase adolescente físico italiano patenteou sua descoberta logo no ano seguinte, a 12 de setembro de 1896, na Inglaterra, para onde, como já foi dito, tão inteligentemente se transferira. (...) Isto esclarecido, saiba-se agora que as primeiras experiências de transmissão e recepção sem fio, efetuadas com pleno êxito pelo nosso patrício Padre Roberto Landell de Moura (...) tiveram lugar entre os anos de 1893 e 1894. Saiba-se mais que seus inventos só foram patenteados, um em 1900 e outros mais tarde – o que lhe tirou a prioridade científico-oficial.


MARTINS (2002) lembra que “a paixão pela física o tornou pioneiro na
descoberta do telégrafo sem fio, do telefone sem fio e da radiodifusão e precursor do
desenvolvimento das fibras óticas”




                  Ex ignorantia ad sapientiam et tenebris ad lucem
De acordo com TRINDADE e TRINDADE (2002):

As dificuldades eram muitas e para aumentá-las repercutia na cidade que o padre falava com outras pessoas através de uma máquina infernal, tendo parte com o diabo.
Alguns “fiéis” desvairados invadiram seu modesto, mas precioso laboratório, e destruíram todos os seus aparelhos e ferramentas. Após esse evento, juntou suas parcas economias e foi para os Estados Unidos onde foi bem recebido pela comunidade científica e conseguiu, após reconstruir seus aparelhos com muita dificuldade (principalmente financeira), patentear três
inventos.

Ainda referindo-se as dificuldades enfrentadas pelo Padre Landell de Moura,
RAPHANELLY (2005) expõe que:

falando ao jornalista do ‘New York Herald’ em dezembro de 1902, que o apresentava como inventor do telefone sem fio, Landell discorreu sobre as resistências enfrentadas no Brasil por parte de uma ‘multidão supersticiosa’ e dos ‘amigos de educação e inteligência, dentro ou fora das ordens santas’ que reputavam suas teorias como contrárias à ciência, ao mesmo tempo que diabolizavam seus inventos.
                              
                                  O telefone nos dias atuais

 Dados retirados de wikipedia.org/wiki/Telefone_celular

Segundo a União Internacional das Telecomunicações, o Brasil é sexto maior mercado do mundo em telefonia celular e atualmente, são 202,94 milhões de aparelhos em uso no Brasil (veja tabela abaixo),sendo assim o quarto país que mais utiliza telefones celulares no mundo( perde apenas para China, Índia e Estados Unidos).
      
                        
Ano De janeiro a fevereiro De janeiro a dezembro
2000 1.038.143 8.155.473
2001 804.764 5.557.598
2002 476.546 6.135.195
2003 767.977 11.492.302
2004 1.492.327 19.232.311
2005 1.807.453 20.604.759
2006 1.854.982 13.708.285
2007 1.268.088 21.061.482
2008 3.142.376 29.661.300
2009 1.723.583 23.317.965
2010 - 28.984.665
2012 247.000.000

Portanto para encerrar esse  paragráfo       
 Tempus omnia revelat. [Menandro / Erasmo, Adagia 2.4.17]                         

                 
          Suas invenções e patentes 

Os documentos foram obtidos em:   www.memoriallandelldemoura.com.br/landell_patentes.html
De acordo com SANTOS (2001, p. 31), referindo-se às patentes obtidas pelo Padre Landell de Moura: No período em que esteve nos Estados Unidos, obteve três patentes: “Transmissor de Ondas”

                                        

       precursor do rádio, em 11 de outubro de 1904, patente nº. 771.917;


             “Telefone sem fio”  e “Telégrafo sem fio”,


    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8e/Patente_Telefone_Sem_Fio.jpg
       
 em 22 de novembro de 1904, patentes de nº. 775.337 e 775.846. Nas patentes agrega vários avanços técnicos, como transmissão por ondas contínuas por meio da luz, princípio da fibra óptica e por ondas curtas; além da válvula de três eletrodos, peça fundamental no desenvolvimento da radiodifusão e para enviar mensagens.

Para melhorar o conjunto de informações apoio-me em parte no material(o qual recomendo a leitura na integra) de Cesár  Augusto Azevedo dos Santos, postado em www.ufrgs.br/alcar/encontros...1/3o.../Landell Moura.doc:

"O Brasil, junto com a comunidade científica, embora tendo adotado oficialmente  essas invenções na época, até hoje não reivindicou o pioneirismo nacional. A evolução da telecomunicação eletrônica abrange, até a atualidade, três períodos: emissão por centelhamento (oscilador de Hertz); emissão termiônica (válvula); emissão transistorizada (transistor) (Albuquerque, 1993, p. 50).

De acordo com o mesmo Albuquerque (2000), as diferenças técnicas entre as invenções dos dois cientistas são: Marconi patenteou na Inglaterra, sob o n. 12.039-1, em 12/09/1896, somente a transmissão-recepção eletrônica por centelhamento dos sinais telegráficos em código Morse.
Landell de Moura, já em 1894, em São Paulo, fazia experiências públicas em telegrafia e fonia, pelo mesmo sistema de Marconi, acrescido do sistema fotônico (emissão de feixes de luz ou fótons) em telegrafia e fonia.

Landell de Moura patenteou, no Brasil, em 09/03/1901, sob n. 3.279, esse seu sistema fotônico-eletrônico. Desta forma, “o cientista brasileiro inovou, em relação à patente de Marconi, a prioridade na transmissão-recepção mundial da palavra, ou fonia, em emissão fotônica-eletrônica, até então sem patentes mundiais” (Albuquerque, 2000)

A posição de Albuquerque lança uma nova luz sobre a polêmica de quem, na verdade, foi o pioneiro na radiodifusão. Genericamente a discussão do pioneirismo se trava a partir do pressuposto de que Landell e Marconi desenvolveram experiências idênticas e que o fato de o cientista italiano ter patenteado primeiro seu invento lhe daria, então, a primazia.

Entretanto, verifica-se que se trata de invenções apenas semelhantes, uma vez que “Marconi é o iniciador da emissão-recepção eletrônica telegráfica. Landell de Moura é o pioneiro da emissão-recepção fotônica-eletrônica em fonia, sendo o precursor da radiodifusão” (Albuquerque, 1993, p. 50).

A observação está baseada nos estudos das patentes internacionais de Marconi e Landell de Moura. Ao fazer suas transmissões, publicamente, em São Paulo, o padre-cientista é o primeiro radioamador em telegrafia fonia e o primeiro comunicador da radiodifusão com a continuação dos contatos no País e no Exterior.

Como conseqüência de suas descobertas, a Marinha de Guerra do Brasil, logo no retorno de Landell de Moura dos Estados Unidos no início de 1905, já em 19 de março do mesmo ano, realizava experiências com a telegrafia por centelhamento, no encouraçado Aquidabã.

 Foram usados os aparelhos patenteados pelo cientista gaúcho em 1901, no Brasil, e 1904, nos Estados Unidos. A Marinha de Guerra é a pioneira, no Brasil, da radiotelegrafia permanente (Albuquerque, 1993, p 48).

Dentro dos mesmos princípios técnicos, a antiga Repartição Geral dos Telégrafos, em 1910, iniciou a organização da primeira rede radiotelegráfica por centelhamento, com oito estações, cobrindo a costa brasileira, de norte a sul. É a primeira rede radiotelegráfica em terra, sendo a pioneira da América do Sul.

Utilizando, em parte, princípios semelhantes aos das patentes de Landell de Moura, os equipamentos da Marinha e da RGT eram produzidos na Inglaterra ou na Alemanha, pela Marconi ou pela Telefunken. O que parece ser uma ironia do destino revela, no entanto, uma diferença essencial entre os dois cientistas.

O fato de os equipamentos utilizados no Brasil terem sido produzidos pela  empresa de Marconi elucidam a visão empresarial que o cientista italiano sempre teve em relação às suas pesquisas e à recepção  numa “sociedade moderna” que as mesmas tiveram, diferentemente de Landell de Moura no Brasil." [ o grifo é meu].