CENA ROMANA
Romani
miseri plerumque instrumentă paucă habent, sed romani opulenti instrumentă
variă habent: mensas aeneas, armariă, arcas eburneas, aureas et testudineas.
Solum feminae et vetusti cathedras occupant. Armariŭm et arcae objectă
pretiosă protegunt.
Quando
romani edunt, lectulos occupant. Cibi mensas parvas et quadratas
occupant, quia mensae rotundae plerumque ornamentă sunt.
Lectuli tegmentum et pulvinos habent.
Lectuli tegmentum et pulvinos habent.
Romani
miseri cibos varios non habent. Solum romani opulenti cenam magnam
noctu cenant. Romani cultros et furculas non tractant, quia utensiliă digiti
sunt.
Quando convivae ferculum cessant, servi aquam ferunt et digitos suos purgant.( UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FACULDADE DE LETRAS APOSTILA DE LATIM Prof. Fábio Frohwein)
Quando convivae ferculum cessant, servi aquam ferunt et digitos suos purgant.( UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FACULDADE DE LETRAS APOSTILA DE LATIM Prof. Fábio Frohwein)
“Romanos
miseráveis tinham poucos instrumentos, mas os romanos opulentos
tinham vários. Mesas de bronze, armários, arcas de marfim, ouro e
de cascos. Somente as mulheres e anciões ocupavam as cadeiras.
Os
armários e as arcas protegiam os objetos valiosos. Quando os romanos
comiam, eles ocopavam leitos.
As
comidas ocupavam mesas pequenas e quadradas, porque as mesas redondas
eram geramente para ornamentos. O leito tinha colchão e almofadas.
Os
romanos miseráveis não tinham variedade de comidas. Somente romanos
opulentos banqueteavam. Eles faziam grandes banquetes noturnos. Os
romanos não usavam facas e garfos, porque utilizavam os dedos.
Quando as bandejas de comida dos convidados terminavam, os servos
traziam água e eles limpavam os dedos” (tradução do blogueiro)
A
alimentação é uma atividade intrínseca aos seres vivos na qual
está incluso obviamente, o ser humano, e cercada portanto, de
significados sociais e ritualísticos, que através de vários tipos
de manifestações, singularizam e acompanham, cada sociedade.
”Comer não é um ato solitário ou autônomo do ser humano, ao contrário, é a origem da socialização, pois, nas formas coletivas de se obter a comida, a espécie humana desenvolveu utensílios culturais diversos, talvez até mesmo a própria linguagem.
O
uso do fogo há pelo menos meio milhão de anos trouxe um novo
elemento constituidor da produção social do alimento.
A
comensalidade é a prática de comer junto, partilhando (mesmo que
desigualmente) a comida, sua origem é tão antiga quanto a espécie
humana, pois até mesmo espécies animais a praticam.
A diferença entre a
comensalidade humana e a dos animais é que atribuimos sentidos aos
atos da partilha e eles se alteram com o tempo.
[CARNEIRO,
H. S. Comida
e sociedade: signifi cados sociais...
]
Cena e prandium
Escrutinando - nos
sobre um determinado período da história romana, descobrimos
hábitos e formas de alimentação que ainda aos nossos tempos é
plenamente compatível com as nossas sociedades, respeitando- se
obviamente a época e as formas de convívio social em cada trecho da
história humana. Atentemos, para o que diz o trecho abaixo.
“Os romanos comiam
dois tipos de refeições opostas, a cena e o prandium.
A primeira reunia homens sempre deitados (quabdo há mulheres, elas tradicionalmente, ficavam sentadas) em um lugar coberto - casa, pórtico ou jardim coberto por um velum, um grupo social bem definido – família, clientela, amigos da mesma idade, corporação profissional ou sacerdotal, vizinhos – uma partilha de prazeres da mesa por ocasião de uma festa. O número de convivas é limitado a uma dezena, mas o número de salas de jantar pode se multiplicar. Mesmo que os banqueadores se limitem aos habitantes de uma quinta - um camponês, sua mulher, seus filhos, suas noras, seus netos e alguns criados - a cena de qualquer maneira, é uma festa, apesar de piuco luxo; ele é sempre uma ocasião especial. Quando adquire grandes dimensões, a cena pode se chamer conuiuium . Se se trata de um banquete ritual , denomina-se epulum . Mas, o romano geralmentecome apenas o bastante se restaurar, sem cerimônia, frugalmente só, não importando onde e quando. Porém, ele não consome qualquer coisa : come apenas alimentos revigorantes, “frugais”, compostos de fruges . (FLANDRIN; MONTANARI, pág. 210).
A primeira reunia homens sempre deitados (quabdo há mulheres, elas tradicionalmente, ficavam sentadas) em um lugar coberto - casa, pórtico ou jardim coberto por um velum, um grupo social bem definido – família, clientela, amigos da mesma idade, corporação profissional ou sacerdotal, vizinhos – uma partilha de prazeres da mesa por ocasião de uma festa. O número de convivas é limitado a uma dezena, mas o número de salas de jantar pode se multiplicar. Mesmo que os banqueadores se limitem aos habitantes de uma quinta - um camponês, sua mulher, seus filhos, suas noras, seus netos e alguns criados - a cena de qualquer maneira, é uma festa, apesar de piuco luxo; ele é sempre uma ocasião especial. Quando adquire grandes dimensões, a cena pode se chamer conuiuium . Se se trata de um banquete ritual , denomina-se epulum . Mas, o romano geralmentecome apenas o bastante se restaurar, sem cerimônia, frugalmente só, não importando onde e quando. Porém, ele não consome qualquer coisa : come apenas alimentos revigorantes, “frugais”, compostos de fruges . (FLANDRIN; MONTANARI, pág. 210).
Podemos inferir, que
para os romanos a alimentação tem tanto a função de
congraçamento, ritualística e mantenedora da saúde, devido a
preocupação por consumo de alimentos saudáveis conforme
observamos nos últimos parágrafos.
O que coaduna com os
dias atuais, apesar dos “pecadilhos” da gula, freqüentemente
cometidos no dia a dia.
cena
|
Jantar; ceia
|
conuiuium
|
banquete / festim ; Daí
reunião de convidados
|
epulum
|
Refeição suntuosa/
refeição pública
|
fruges
|
produtos da terra :
grãos, cereais. frutas etc...
|
propriedade destinada ao cultivo azeitonas, trigo, legumes etc.. com a função de lucro
|
|
velum
|
Véu / cortina
|
Prandium
O povo romano tinha
uma forma de comer no dia que era denominada prandium que significa
almoço.
“O prandium
deve ser “frugal”, vegetariano e frio.. Para os romanos aquele
que se regala solitariamente com uma teta de porca ou com tripas
refogadas, seja em sua casa ou em um albergue, só pode ser um
marginal, um escravo cavador de túmulos, um escravo liberto
insolente, um nobre provocador, lucullus nunca janta em casa de
Lucullus”( História da alimentação - FLANDRIN;
MONTANARI, pág. 210 ).
“Assim, o dia do
romano, não é regido pelo horário das refeições, uma vez que o
alimento indispensável é consumido quando ele sente necessidade, e
os banquetes constituiem eventos especiais. Em compensação, a
oposição entre cena e prandium inscreve-se nas oposições de tempo
e de espaço preexistentes,
A cena pertence ao
tempo de do otium ,
ou seja, do lazer e da paz. O otium romano implica duas
formas de vacuidade. O otiosus não é um guerreiro, o otiosus não
está engajado em uma atividade cívica.
Uma cena geralmente
ocorre numa tarde de inverno, na sala d jantar de cima da casa de
Roma, ou de uma quinta do campo romano e reúne, durante duas ou
três horas, homens lavados, sossegados, vestidos com togas ou
túnicas largas, esquecidos de preocupações com a “labuta da
manhã”.
O banquete termina ao
cair da noite. Em compensação, o prandium, é a ùnica refeição
dos romanos engajados na guerra, na atividade política ou em
qualquer outra que requeira esforço (labores).
Ele pode consistir em um desjejum matinal, uma refeição leve em
todno do “meio – dia”, mas, não tem nada de obrigatório. É
também o jantar do solitário e do soldado em campanha, a única
refeição das famílias enlutadas.” (História
da alimentação - FLANDRIN;
MONTANARI, pág. 210 ).
Otium
|
Tempo
de repouso; vagar; ócio; Sentido figurado : calma . paz;
tranqüilidade etc..
|
A
busca pelo comedimento por força de leis
Ao ler a história, nos deparamos com fatos que mesmo com toda a nossa tendência para a modernidade, tornamos a repetir atitudes antigas e até prejudiciais, sem usufruirmos das lições deixadas pelos povos antecedentes.
“A história de Roma está repleta de momentos em que se procurou impedir ou limitar a tendência para o luxo, veja-se o papel do discurso jurídico. Nenhum outro povo da Antiguidade produziu tamanha quantidade de leis sumptuárias e legislou especificamente sobre a mesa, com ênfase para a cena, a principal refeição de um romano. Se a Lex Orchia de 181 a.C. chega ao ponto de atribuir um limite aos gastos e ao número de convivas, de distinguir as verbas para os dias comuns e os dias festivos e de estipular quais as quantidades e os géneros permitidos, cerca de três séculos mais tarde, sob o principado de Adriano (117-138),há leis que prevêem as portas abertas para inspecção dos triclínios.” (Inês de Ornellas e Castro Universidade Nova de Lisboa pág 72)
Leis
sumptuárias
|
leis
relativas as despesas; custos.
|
Triclinios
|
sala
de jantar com três leitos; sent. Particular leito de mesa para
três pessoas (algumas vezes para quatro ou cinco pessoas
|
Lex Fannia
As artimanhas para burlar as leis, sempre acompanharam a humanidade, em relação a alimentação, temos o seguinte exemplo.
“Em contrapartida, também conhecemos meios astuciosos de ultrapassar estas leis, como é o caso da Lex Fannia de 161 a.C. que proíbe o consumo de frangas nos banquetes, levando os Romanos, atentos à letra da lei, a engordarem galos. Eis como por engenho se chegou à criação do capão”. (Inês de Ornellas e Castro Universidade Nova de Lisboa pág 72)
A fixação dos hábitos alimentares
Há o dito em latim, que diz " gutta cavat lapidem, non vi, sed saepe cadendo"¹, e trazendo para o contexto do assunto, cito também a propaganda dos nossos dias que nos induzem a comermos o que não queremos, através do sufocamento do nosso conciente com cores e cheiros artificiais, induzem nos desde a infância a nos tornamos presas fáceis das comidas industriais, artificialmente produzidas e conservadas, com os já conhecidos malefícios que nos assolam. Como se pode notar no parágrafo abaixo, a aversão do romano por produtos marinhos, tinha forte caráter ideológico.
E para corroborar a observação inicial sobre os fatos históricos, leiamos o seguinte trecho:
“O
constructo ideológico romano fixado na comunidade rural está também
na origem da aversão aos produtos do mar. Na verdade, o consumo do
peixe é sobretudo fruto da helenização gastronómica desde os
séculos III e II a.C. pelo contacto com as cidades da Magna Grécia
e não fazia parte da dieta romana, excepto nas zonas costeiras ou
próximas de rios. Considerado um produto de luxo, o peixe é
importado para os mercados, onde se mantém vivo em tanques ou
produzido em viveiros particulares, as piscinae”.
(Inês
de Ornellas e Castro Universidade Nova de Lisboa pág 76) [ a gota cava a pedra, não pela força, mas caindo com frequencia] ¹
A
feijoada Brasileira e sua longingua origem
“A
feijoada é o prato nacional por excelência. Suas origens prestam-se
às mais especulativas interpretações e costuma-se apresentá-la
como a expressão da fusão racial brasileira, um prato feito pelos
negros com as partes menos nobres do porco e com o feijão, de origem
americana, num cozido de técnica européia.
O
grande Lamartine Babo já resumia essa síntese de identidade
nacional dizendo que “do Guarani ao guaraná, surgiu a feijoada, e
mais tarde o Paraty” (“Quem foi que inventou o Brasil”,
carnaval 1934).
Na
verdade, tanto os produtos (porco, leguminosas, alho e cebola), como
a técnica são de origem européia,
mais especificamente ibérica e, se quisermos buscar uma origem mais
longínqua, judia sefardita.
Pasmem! A feijoada tem origem
judaica... Mas e o porco? É
claro que o porco vem depois.”
Pág 76
[CARNEIRO, H. S. Comida
e sociedade: signifi cados sociais...
]
“Anteriores
a essas feijoadas, no entanto, são os cozidos de favas. A fava,
Vicia faba,
tem origem no Oriente Médio e Mediterrâneo, nas antigas
civilizações clássicas, havendo a
tese de que seu nome deriva da
família romana dos
Fábios, que a cultivavam
amplamente. Seu uso em Roma ultrapassava o alimentar, servindo como
mecanismo para o sistema de voto
(favas brancas para o sim
e negras para o não).”
[CARNEIRO,
H. S. Comida
e sociedade: signifi cados sociais...
]
O feijão na saúde
Uma
dieta só de feijão ou outras favas
pode levar a uma doença chamada favismo, de carência de certas
proteínas.
Mas associado a cereais (como o arroz, por exemplo) , o feijão
fornece um suprimento ideal de carboidratos, fibras e sobretudo de
proteínas.
As leguminosas (favas,
feijões, soja etc.) são das poucas plantas capazes de fornecer
proteínas. Por isso, a chegada do feijão americano à Europa foi
tão importante.”
[CARNEIRO, H. S. Comida
e sociedade: signifi cados sociais...
]
Curiosidades
Na
Roma antiga, o leite de vaca era incluído nos sacrifícios fúnebres
e nas oferendas aos deuses. Tratava-se de um alimento proibido aos
budistas e considerado um produto do paraíso; para os muçulmanos
Gregos e romanos incluíam tal bebida às estórias de suas figuras
mitológicas.(
Elisabetta Recine e
Patrícia Radaell - NUT/FS/UnB
– ATAN/DAB/SPS)
Informações sobre o porco
"A origem e história dos Suínos
Os primeiros relatos do aparecimento dos suínos na terra datam de 40 milhões de anos e sua domesticação é creditada aos chineses. Ela teria ocorrido a 10.000 anos atrás, quando os primeiros homens formaram aldeias para cultivar cereais, como a cevada e o trigo, depois de terem sido nômades por milhares de anos.
Porém, eram os porcos, e não estes cereais, a principal fonte de alimento nas primeiras comunidades fixas. Cansados de vagar em busca de nozes e frutas, os habitantes das antigas aldeias decidiram domesticar os porcos selvagens encontrados na região.
Poucos anos após terem estabelecido residência fixa, a criação de porcos converteu-se em sua atividade principal.
Foi na antigüidade que começaram as primeiras polêmicas que cercam o consumo de carne suína. "Amado por uns e odiado por outros", poderia ser o resumo dessas polêmicas.
Os gregos criavam os porcos e os destinavam a sacrifícios consagrados aos deuses Ceres, Martes e Cibeles. Para os habitantes da Ilha de Creta, os porcos eram animais divinos, sendo considerados o alimento preferido pelo deus Júpiter. Na época do Império Romano, havia grandes criações de porcos, que eram consumidos nas grandes festas de Roma ou regularmente pelos nobres e pelo povo.
Carlos Magno prescrevia o consumo de carne de porco aos seus soldados e seguidores.
É nessa época que foram editadas as leis sálicas e borgonhesa que puniam com severidade os ladrões e matadores de porcos.
Moisés, o legislador dos hebreus, porém, proibiu o consumo de carne de porco ao seu povo, para evitar as parasitoses tão comuns como a solitária (teníase) , da qual era vítima o povo judeu, que caminhava para a terra prometida.
Na Idade Média, o consumo de carne de porco era grande, passando a ser símbolo da gula, da volúpia e da luxúria." http://www.migplus.com.br/index
"A origem e história dos Suínos
Os primeiros relatos do aparecimento dos suínos na terra datam de 40 milhões de anos e sua domesticação é creditada aos chineses. Ela teria ocorrido a 10.000 anos atrás, quando os primeiros homens formaram aldeias para cultivar cereais, como a cevada e o trigo, depois de terem sido nômades por milhares de anos.
Porém, eram os porcos, e não estes cereais, a principal fonte de alimento nas primeiras comunidades fixas. Cansados de vagar em busca de nozes e frutas, os habitantes das antigas aldeias decidiram domesticar os porcos selvagens encontrados na região.
Poucos anos após terem estabelecido residência fixa, a criação de porcos converteu-se em sua atividade principal.
Foi na antigüidade que começaram as primeiras polêmicas que cercam o consumo de carne suína. "Amado por uns e odiado por outros", poderia ser o resumo dessas polêmicas.
Os gregos criavam os porcos e os destinavam a sacrifícios consagrados aos deuses Ceres, Martes e Cibeles. Para os habitantes da Ilha de Creta, os porcos eram animais divinos, sendo considerados o alimento preferido pelo deus Júpiter. Na época do Império Romano, havia grandes criações de porcos, que eram consumidos nas grandes festas de Roma ou regularmente pelos nobres e pelo povo.
Carlos Magno prescrevia o consumo de carne de porco aos seus soldados e seguidores.
É nessa época que foram editadas as leis sálicas e borgonhesa que puniam com severidade os ladrões e matadores de porcos.
Moisés, o legislador dos hebreus, porém, proibiu o consumo de carne de porco ao seu povo, para evitar as parasitoses tão comuns como a solitária (teníase) , da qual era vítima o povo judeu, que caminhava para a terra prometida.
Na Idade Média, o consumo de carne de porco era grande, passando a ser símbolo da gula, da volúpia e da luxúria." http://www.migplus.com.br/index
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