terça-feira, 30 de julho de 2013

Sexto dia

 Traduções do livro o nome da rosa isbn 8501154040 
ed Record/altaya.


Sexto Dia
Pág 463 " sederunt" = sentaram-se
Pág 464 " sederunt principes= Os principes sentaram;
               et adversus me     = e contra mim;
               loquebantur iniqui= falando iniquidades;
               Persecut sunt me  = eles perseguiram-me;
               Adjuva me Domine= ajuda-me, Senhor;
              Deus meus salvum me= Deus meu salva-me;
              fac propter magnam misericordiam tuam" = faça de acordo com a grande misericórdia tua;
Pág 465 " climacus ".." porrectus"..." torculus"...            " salicus " => "Terminologia do canto Gregoriano. climacus = três ou mais notas decendentes; porretus, torculus =  três ou mais notas ascendentes; salicus = três ou mais notas acendentes sobre uma só silaba."
Pág 477 " differentias odorum" = pequenas diferenças de odores;
Pág 479 " dies irae " = dias de ira;
Pág 480 " idem, anterior"
Pág 482 " traete, fille de puta!" = traidor filho da puta ;

"Em minhas pesquisas na internet encontrei um material em italiano no endereço www.roberto.ilbello.com/il_nome_della_rosa.pdf , com a tradução do nome da rosa, e para a minha satisfação pude cotejar as traduções postadas, com as do material encontrado que por sinal, é excelente, e me dei por satisfeito com o resultado.            
                    Tirate, figli di buona donna!
    Non è latino classico; è uno dei primi esempi di volgare. E' tratto da un mosaico paleocristiano della chiesa di San Clemente, a Roma, in cui è raffigurato l'arresto -non riuscito- di San Clemente, quarto papa, ad opera dei legionari romani. Dio li accecò ed essi, anziché San Clemente, portarono in carcere una colonna di marmo. Nel mosaico, il capo dei legonari che stanno trascinando la colonna urla: "Traete, filii de puta!".
 

"Não é o latim clássico, é um dos primeiros exemplos do latim vulgar (que deu origem aos outros idiomas). É pedaço de um mosaico paleocristão da igreja de São Clemente, em Roma, no qual é representada a prisão - não bem sucedida - de São Clemente, quarto papa, trabalho de legionário romano. Deus lhe cegou e ele assim, em vez de São Clemente, trouxeram para a prisão uma coluna de mármore. No mosaico, o chefe do legionário que estava arrastando a coluna gritava "Traete, filli de puta !".
             " in finibus africae, amem" = nos  confins da áfrica, amém;
             " todos sederunt" = todos sentaram;
Pág 484 " vitro ad legendum" = (idem..)
Pág 488 " mors est quies viatoris, finis est omnis laboris" = a morte é o descanso dos vajantes, fim de todo o trabalho;
Pág 489 " ut cachinnis dissolvatur, torqueatur rictibus" = para despedaçar, aquele que dê gargalhadas e seja retorcido pelas contrações dos labios;
Pág 490 " lacrimosa dies illa = aquele dia de lagrima;
                qua resurget ex favilla= qual ressurgirá das cinzas;
                iudicando homo reus = julgando o homem pecador;
                huic ergo parce deus = seja, então clemente Deus;
                pie Iesu domine =  o pio senhor Jesus;
                dona eis requiem" = Dê-lhes o descanso;

E' la parte iniziale del "Dies Irae"; il testo è del francescano Tommaso da Celano, discepolo e biografo di San Francesco d'Assisi.

"É a parte inicial do "Dias de Ira", o texto  é do franciscano Tommaso da Celano, discípulo e biográfo di San Francisco de Assis."

Pág 492 " coena Cypriane" = Cena de Cipriano;
             " ioca monachurum" = brincadeira de monastério;
             " luderi me libuit, ludentem, papa Johannes accipe ridere, si placet ipse potes" = brincar me agradará, ser alegre, papa Johannes aceite. Rir, se dessa forma lhe agradar ;

        " Ridens cadit Gaudericus, = Gaudericus, cai rindo ;
                Zacharias admiratur, = Zacharias se admira;
                supinus in lectulum = deitado no leito 
                docet Anastasius...  = ensina Anastácio;
Pág 492 " I    ar. de dictibus cujusdam stulti = (árabe) para os ditos de quaisquer insensatos;
                 II  syr. libellus alchemicus aegypt. = (Cirio) libellus alchemico egipcio;
                 III Expositio Magistri Alcofribae de cena beati Cypriani Cartaginensis Episcopi = exposição do mestre alcofribano da cena do beato Cypriano, bispo de cartagena;
                 IV Liber acephalus de stupris virginum et
                       meretricum amoribus = livro sem titulo de estupro de virgem e amores de meretrizes;
Pág 496 "Abbas agraphicus" =

                             
Papa Bonifácio VIII
Pág 497 " Firma cautela" = por forte proteção (bula de Bonifácio VIII, de 22 setembro 1296);
              "Coena Cypriani" = Cena de Cipriano;
Pág 499  " Liber acephalus " = livro sem o ínicio; 
               "Charta lintea ... "
Pág 501 "vox, flatus, pulsus" = voz.., sopro.., impulso; 
Pág 515 "tertius equi" =
                "suppositio materialis ... de dicto ... de re" = proposição material...
da palavra......da coisa;
Pág 516 "super thronos viginti quatuor" = sobre os tronos vinte quatro (Apocalipse 4.4)
 


             

sábado, 20 de julho de 2013

A cena e o Prandium

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        CENA ROMANA


Romani miseri plerumque instrumentă paucă habent, sed romani opulenti instrumentă variă habent: mensas aeneas, armariă, arcas eburneas, aureas et testudineas. Solum feminae et vetusti cathedras occupant. Armariŭm et arcae objectă pretiosă protegunt.
Quando romani edunt, lectulos occupant. Cibi mensas parvas et quadratas occupant, quia mensae rotundae plerumque ornamentă sunt. 
Lectuli tegmentum et pulvinos habent.
Romani miseri cibos varios non habent. Solum romani opulenti cenam magnam noctu cenant. Romani cultros et furculas non tractant, quia utensiliă digiti sunt.
 Quando convivae ferculum cessant, servi aquam ferunt et digitos suos purgant.( UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FACULDADE DE LETRAS APOSTILA DE LATIM Prof. Fábio Frohwein)
Romanos miseráveis tinham poucos instrumentos, mas os romanos opulentos tinham vários. Mesas de bronze, armários, arcas de marfim, ouro e de cascos. Somente as mulheres e anciões ocupavam as cadeiras.
Os armários e as arcas protegiam os objetos valiosos. Quando os romanos comiam, eles ocopavam leitos.
As comidas ocupavam mesas pequenas e quadradas, porque as mesas redondas eram geramente para ornamentos. O leito tinha colchão e almofadas.
Os romanos miseráveis não tinham variedade de comidas. Somente romanos opulentos banqueteavam. Eles faziam grandes banquetes noturnos. Os romanos não usavam facas e garfos, porque utilizavam os dedos. Quando as bandejas de comida dos convidados terminavam, os servos traziam água e eles limpavam os dedos” (tradução do blogueiro)


A alimentação é uma atividade intrínseca aos seres vivos na qual está incluso obviamente, o ser humano, e cercada portanto, de significados sociais e ritualísticos, que através de vários tipos de manifestações, singularizam e acompanham, cada sociedade.

”Comer não é um ato solitário ou autônomo do ser humano, ao contrário, é a origem da socialização, pois, nas formas coletivas de se obter a comida, a espécie humana desenvolveu utensílios culturais diversos, talvez até mesmo a própria linguagem.
O uso do fogo há pelo menos meio milhão de anos trouxe um novo elemento constituidor da produção social do alimento.
A comensalidade é a prática de comer junto, partilhando (mesmo que desigualmente) a comida, sua origem é tão antiga quanto a espécie humana, pois até mesmo espécies animais a praticam.
A diferença entre a comensalidade humana e a dos animais é que atribuimos sentidos aos atos da partilha e eles se alteram com o tempo.
[CARNEIRO, H. S. Comida e sociedade: signifi cados sociais... ]

Cena e prandium

Escrutinando - nos sobre um determinado período da história romana, descobrimos hábitos e formas de alimentação que ainda aos nossos tempos é plenamente compatível com as nossas sociedades, respeitando- se obviamente a época e as formas de convívio social em cada trecho da história humana. Atentemos, para o que diz o trecho abaixo.

“Os romanos comiam dois tipos de refeições opostas, a cena e o prandium.
A primeira reunia homens sempre deitados (quabdo há mulheres, elas tradicionalmente, ficavam sentadas) em um lugar coberto - casa, pórtico ou jardim coberto por um velum, um grupo social bem definido – família, clientela, amigos da mesma idade, corporação profissional ou sacerdotal, vizinhos – uma partilha de prazeres da mesa por ocasião de uma festa. O número de convivas é limitado a uma dezena, mas o número de salas de jantar pode se multiplicar. Mesmo que os banqueadores se limitem aos habitantes de uma quinta - um camponês, sua mulher, seus filhos, suas noras, seus netos e alguns criados - a cena de qualquer maneira, é uma festa, apesar de piuco luxo; ele é sempre uma ocasião especial. Quando adquire grandes dimensões, a cena pode se chamer conuiuium . Se se trata de um banquete ritual , denomina-se epulum . Mas, o romano geralmentecome apenas o bastante se restaurar, sem cerimônia, frugalmente só, não importando onde e quando. Porém, ele não consome qualquer coisa : come apenas alimentos revigorantes, “frugais”, compostos de fruges . (FLANDRIN; MONTANARI, pág. 210).

Podemos inferir, que para os romanos a alimentação tem tanto a função de congraçamento, ritualística e mantenedora da saúde, devido a preocupação por consumo de alimentos saudáveis conforme observamos nos últimos parágrafos.
O que coaduna com os dias atuais, apesar dos “pecadilhos” da gula, freqüentemente cometidos no dia a dia. 

cena
Jantar; ceia
conuiuium
banquete / festim ; Daí reunião de convidados
epulum
Refeição suntuosa/ refeição pública
fruges
produtos da terra : grãos, cereais. frutas etc...
propriedade destinada ao cultivo azeitonas, trigo, legumes etc.. com a função de lucro
velum
Véu / cortina

Prandium

O povo romano tinha uma forma de comer no dia que era denominada prandium que significa almoço.

Normalmente era composto por pão; azeitonas; hortaliças, cebolas,figos, legumes regados com óleo e vinho
“O prandium deve ser “frugal”, vegetariano e frio.. Para os romanos aquele que se regala solitariamente com uma teta de porca ou com tripas refogadas, seja em sua casa ou em um albergue, só pode ser um marginal, um escravo cavador de túmulos, um escravo liberto insolente, um nobre provocador, lucullus nunca janta em casa de Lucullus”( História da alimentação - FLANDRIN; MONTANARI, pág. 210 ).
“Assim, o dia do romano, não é regido pelo horário das refeições, uma vez que o alimento indispensável é consumido quando ele sente necessidade, e os banquetes constituiem eventos especiais. Em compensação, a oposição entre cena e prandium inscreve-se nas oposições de tempo e de espaço preexistentes,
A cena pertence ao tempo de do otium , ou seja, do lazer e da paz. O otium romano implica duas formas de vacuidade. O otiosus não é um guerreiro, o otiosus não está engajado em uma atividade cívica.
Uma cena geralmente ocorre numa tarde de inverno, na sala d jantar de cima da casa de Roma, ou de uma quinta do campo romano e reúne, durante duas ou três horas, homens lavados, sossegados, vestidos com togas ou túnicas largas, esquecidos de preocupações com a “labuta da manhã”.
O banquete termina ao cair da noite. Em compensação, o prandium, é a ùnica refeição dos romanos engajados na guerra, na atividade política ou em qualquer outra que requeira esforço (labores). Ele pode consistir em um desjejum matinal, uma refeição leve em todno do “meio – dia”, mas, não tem nada de obrigatório. É também o jantar do solitário e do soldado em campanha, a única refeição das famílias enlutadas.” (História da alimentação - FLANDRIN; MONTANARI, pág. 210 ).

Otium
Tempo de repouso; vagar; ócio; Sentido figurado : calma . paz; tranqüilidade etc..

 
                     A busca pelo comedimento por força de leis 

Ao ler a história, nos deparamos com fatos que mesmo com toda a nossa tendência para a modernidade, tornamos a repetir atitudes antigas e até prejudiciais, sem usufruirmos das lições deixadas pelos povos antecedentes.

A história de Roma está repleta de momentos em que se procurou impedir ou limitar a tendência para o luxo, veja-se o papel do discurso jurídico. Nenhum outro povo da Antiguidade produziu tamanha quantidade de leis sumptuárias e legislou especificamente sobre a mesa, com ênfase para a cena, a principal refeição de um romano. Se a Lex Orchia de 181 a.C. chega ao ponto de atribuir um limite aos gastos e ao número de convivas, de distinguir as verbas para os dias comuns e os dias festivos e de estipular quais as quantidades e os géneros permitidos, cerca de três séculos mais tarde, sob o principado de Adriano (117-138),há leis que prevêem as portas abertas para inspecção dos triclínios. (Inês de Ornellas e Castro Universidade Nova de Lisboa pág 72)

Leis sumptuárias
leis relativas as despesas; custos.
Triclinios
sala de jantar com três leitos; sent. Particular leito de mesa para três pessoas (algumas vezes para quatro ou cinco pessoas

                              Lex Fannia
 As artimanhas para burlar as leis, sempre acompanharam a humanidade, em relação a alimentação, temos o seguinte exemplo.
Em contrapartida, também conhecemos meios astuciosos de ultrapassar estas leis, como é o caso da Lex Fannia de 161 a.C. que proíbe o consumo de frangas nos banquetes, levando os Romanos, atentos à letra da lei, a engordarem galos. Eis como por engenho se chegou à criação do capão”. (Inês de Ornellas e Castro Universidade Nova de Lisboa pág 72)


                     A fixação dos hábitos alimentares
 

Há o dito em latim, que diz “" gutta cavat  lapidem, non vi, sed saepe cadendo”"¹, e trazendo para o contexto do assunto, cito também a propaganda dos nossos dias que nos induzem a comermos o que não queremos, através do sufocamento do nosso conciente com cores e cheiros artificiais, induzem – nos desde a infância a nos tornamos presas fáceis das comidas industriais, artificialmente produzidas e conservadas, com os já conhecidos malefícios que nos assolam. Como se pode notar no parágrafo abaixo, a aversão do romano por produtos marinhos, tinha forte caráter ideológico.
E para corroborar a observação inicial sobre os fatos históricos, leiamos o seguinte trecho:
O constructo ideológico romano fixado na comunidade rural está também na origem da aversão aos produtos do mar. Na verdade, o consumo do peixe é sobretudo fruto da helenização gastronómica desde os séculos III e II a.C. pelo contacto com as cidades da Magna Grécia e não fazia parte da dieta romana, excepto nas zonas costeiras ou próximas de rios. Considerado um produto de luxo, o peixe é importado para os mercados, onde se mantém vivo em tanques ou produzido em viveiros particulares, as piscinae. (Inês de Ornellas e Castro Universidade Nova de Lisboa pág 76)  [ a gota cava a pedra, não pela força,  mas caindo com frequencia] ¹

A feijoada Brasileira e sua longingua origem
“A feijoada é o prato nacional por excelência. Suas origens prestam-se às mais especulativas interpretações e costuma-se apresentá-la como a expressão da fusão racial brasileira, um prato feito pelos negros com as partes menos nobres do porco e com o feijão, de origem americana, num cozido de técnica européia.
O grande Lamartine Babo já resumia essa síntese de identidade nacional dizendo que “do Guarani ao guaraná, surgiu a feijoada, e mais tarde o Paraty” (“Quem foi que inventou o Brasil”, carnaval 1934).
Na verdade, tanto os produtos (porco, leguminosas, alho e cebola), como a técnica são de origem européia, mais especificamente ibérica e, se quisermos buscar uma origem mais longínqua, judia sefardita. Pasmem! A feijoada tem origem judaica... Mas e o porco? É claro que o porco vem depois.” Pág 76 [CARNEIRO, H. S. Comida e sociedade: signifi cados sociais... ]

“Anteriores a essas feijoadas, no entanto, são os cozidos de favas. A fava, Vicia faba, tem origem no Oriente Médio e Mediterrâneo, nas antigas civilizações clássicas, havendo a tese de que seu nome deriva da família romana dos Fábios, que a cultivavam amplamente. Seu uso em Roma ultrapassava o alimentar, servindo como mecanismo para o sistema de voto (favas brancas para o sim e negras para o não).” [CARNEIRO, H. S. Comida e sociedade: signifi cados sociais... ]

O feijão na saúde

Uma dieta só de feijão ou outras favas pode levar a uma doença chamada favismo, de carência de certas proteínas.
Mas associado a cereais (como o arroz, por exemplo) , o feijão fornece um suprimento ideal de carboidratos, fibras e sobretudo de proteínas.
As leguminosas (favas, feijões, soja etc.) são das poucas plantas capazes de fornecer proteínas. Por isso, a chegada do feijão americano à Europa foi tão importante.”
[CARNEIRO, H. S. Comida e sociedade: signifi cados sociais... ]
Curiosidades
Na Roma antiga, o leite de vaca era incluído nos sacrifícios fúnebres e nas oferendas aos deuses. Tratava-se de um alimento proibido aos budistas e considerado um produto do paraíso; para os muçulmanos Gregos e romanos incluíam tal bebida às estórias de suas figuras mitológicas.( Elisabetta Recine e Patrícia Radaell - NUT/FS/UnB – ATAN/DAB/SPS)
 Informações sobre o porco
"A origem e história dos Suínos

Os primeiros relatos do aparecimento dos suínos na terra datam de 40 milhões de anos e sua domesticação é creditada aos chineses. Ela teria ocorrido a 10.000 anos atrás, quando os primeiros homens formaram aldeias para cultivar cereais, como a cevada e o trigo, depois de terem sido nômades por milhares de anos.
Porém, eram os porcos, e não estes cereais, a principal fonte de alimento nas primeiras comunidades fixas. Cansados de vagar em busca de nozes e frutas, os habitantes das antigas aldeias decidiram domesticar os porcos selvagens encontrados na região.
Poucos anos após terem estabelecido residência fixa, a criação de porcos converteu-se em sua atividade principal.
Foi na antigüidade que começaram as primeiras polêmicas que cercam o consumo de carne suína. "Amado por uns e odiado por outros", poderia ser o resumo dessas polêmicas.
Os gregos criavam os porcos e os destinavam a sacrifícios consagrados aos deuses Ceres, Martes e Cibeles. Para os habitantes da Ilha de Creta, os porcos eram animais divinos, sendo considerados o alimento preferido pelo deus Júpiter. Na época do Império Romano, havia grandes criações de porcos, que eram consumidos nas grandes festas de Roma ou regularmente pelos nobres e pelo povo.
 Carlos Magno prescrevia o consumo de carne de porco aos seus soldados e seguidores.
É nessa época que foram editadas as leis sálicas e borgonhesa que puniam com severidade os ladrões e matadores de porcos.
 Moisés, o legislador dos hebreus, porém, proibiu o consumo de carne de porco ao seu povo, para evitar as parasitoses tão comuns como a solitária (teníase) , da qual era vítima o povo judeu, que caminhava para a terra prometida.
Na Idade Média, o consumo de carne de porco era grande, passando a ser símbolo da gula, da volúpia e da luxúria." http://www.migplus.com.br/index


 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O simbolo do e-mail

                                        
                      
                                       O simbolo do e-mail

O símbolo @ existe desde o Império Romano. Ele representava a preposição latina ad que indica lugar. Se você observar bem, conseguirá ver um a dentro de um d.
                           http://bailandesa.nl/blog/wp-content/uploads/apenstaartje2.png
 No Brasil ele passou a representar uma medida de peso, a arroba que equivale 15 quilos.

 Em 1972, o engenheiro americano Ray Tomlinson resolveu usar o símbolo para indicar o local em que o usuário de e-mail está. E assim, é usado até hoje!.( Letras Vernáculas: língua latina – EAD, módulo 2, volume 8 / Elaboração de conteúdo / Luana dos Santos Castro Marinho. – [Ilhéus, BA]: UAB/UESC, [2011].)

Já que mencionei o e-mail, aproveito para citar uma forma de comunicação mais futurista. E que tal se conectar à rede sem auxílio de engenhoca nenhuma? Em 1998, o cientista inglês Kevin Warnick
implantou um chip no braço, que transmitia e recebia sinais de rádio.

Com isso, Warnick, professor da Universidade de Reading, na Inglaterra, podia ser monitorado à distância. Ao passar pela porta de seu escritório, o computador percebia sua presença e avisava, por meio de uma gravação pré-programada, quantos novos e-mails  o professor havia recebido. A experiência foi um sucesso e Warnick está estudando agora maneiras de implantar dispositivos semelhantes ligados ao cérebro.


 Atualmente existem avanços incrivéis na área , vide o trabalho do
neurocientista brasileiro Miguel A Laporta Nicolelis. relacionadas a transmissão de pensamento 

 

Depois dessa pequena digressão, retorno ao e-mail comum, que  a primeira vista parece ser algo trivial, por ser tão corriqueiro e ao alcance  de todos, nos dias de hoje, no entanto, gostaria de salientar que não é bem assim,
pois o processo que é dito transparente para os seus utilizadores (transparente,  porque não é necessário entender como funciona para usar), porém, em um mundo  cada vez mais tecnológico, penso ser de alguma valia, conhecer minimamente,  parte dos processos que utilizamos, para não ficarmos alienados e até assustados,  com tudo que nos cerca e gerencia as nossas demandas e porque não dizer, até as  nossas vidas, basta, pensarmos nos controles financeiros, diagnósticos médicos  e transportes que utilizamos, carros, metrô, aviões etc....sem que tenhamos  noção de como funcionam. Portanto, em relação ao e-mail :

a) Começo questionando, o que significa / o que é, quando  escrevo:

                 destinatário@nome.sigla.sigla

b) Como o e-mail que envio chega ao destinatário?.

c) Quanto tempo demora para chegar?

A primeira coisa que gostaria de frisar é que para acompanhar numa boa, utilize o conceito de conjunto, ou seja uma coisa não funciona sem a outra --- é o chamado pensamento sistêmico --- tudo está junto e misturado, mas cada um mantém a sua individualidade para continuar funcionando a favor do conjunto.
Muito bem, vamos ao item (a), logo depois do  símbolo  @ , temos o nome do servidor que contém a caixa postal( também chamada mail Box) pertencente ao destinatário, em seguida há a primeira e segunda sigla, que em conjunto com o nome do servidor são chamadas de domínio.

O que é o domínio e qual o seu papel no processo? De acordo com a figura 1 abaixo, o domínio / nomes de domínio, é representado como uma arvóre de busca com seus respectivos níveis que delimitam as zonas de autoridade
                                        
A nomenclatura é utilizada, quando acionamos quaisquer meios de comunicação, seja individual ou uma rede corporativa, representados nas figuras 1 e 2 respectivamente.

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                                  comunicação individual      Figura1

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                                        Rede corporativa Figura 2

No item (b), temos que a mensagem segue o seguinte percurso, inicia – se pela unidade denominada raiz (localizada no topo da figura), e segue para a sigla do  país que está representado na  figura 3 (abaixo),  no primeiro nível pelas siglas (br, jp, uk...etc)
                          

                                  Árvore de dominio     Figura 3
em seguida vai até o nível imediatamente inferior ligado ao pais que no exemplo está assinalado com.(nomenclatura adotada para comercial, mas nada impede que seja outra, por ex: org, etc...), posteriormente desce para o terceiro nível que é a localização do servidor do destinatário. Vale dizer que esta explicação sucinta, não espelha toda a complexidade envolvida, haja vista, que os servidores estão espalhados em vários locais pela rede e sua localização pode envolver várias operações de busca.
 wan_00
                                            Servidores.         
Para a entrega das mensagens item (c), o sistema de e-mail possui regras de funcionamento, que tecnicamente são chamadas de protocolos, e um comumente usado é o smtp ( single mail transfer protocol), que entre vários procedimentos diz que as mensagens devem ser entregues diretamente entre servidores de e-mail, não sendo portanto, utilizados servidores intermediários, isto visa, evitar demora e extravio na entrega. No entanto, se o destinatário por algum motivo não puder receber a mensagem, o servidor emissor repete o envio a cada trinta minutos durante um período de até três dias, antes de notificar o problema ao  remetente.                     




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Esta é uma simples  exposição do mundo das comunicações e sua conexão com um simbolo antigo.




terça-feira, 2 de julho de 2013

Bertrand Russel e trechos de Hamlet

Bertrand Russel    
 
Filosofia é uma palavra que tem sido empregada de várias maneiras, umas mais simples, outras mais restritas. Pretendo empregá-la no seu sentido mais amplo, como procurarei explicar adiante.
"A filosofia, como entendo a palavra, é algo intermediário entre a Teologia e a Ciência. Como Teologia, consiste de especulações sobre assuntos a que o conhecimento exato não conseguiu até agora chegar, mas, como Ciência, apela mais à razão humana do que à autoridade, seja esta a da tradição ou a da revelação. Todo conhecimento definido - eu o afirmaria --- pertence à Ciência; e todo dogma, quanto que ultrapassa o conhecimento definido, pertence á Teologia. Mas entre a Teologia e a Ciência existe uma Terra de ninguém : é a Filosofia, Quase todas as questões do máximo interesse para os espíritos  especulativos são de tal índole que a Ciência não as pode responder, e as respostas confiantes dos teólogos já não nos parecem tão convincentes como o eram nos séculos passados. Acha-se o mundo dividido em espírito e matéria. E, supondo-se que assim seja, que é espírito e que é matéria? . Acha-se o espírito sujeito a matéria, ou é ele dotado de forças independentes?. Possui o universo alguma unidade ou propósito?. Está ele evoluindo rumo a alguma finalidade?. Existem realmente leis da Natureza, ou acreditamos nela devido unicamente ao nosso amor inato pela ordem? É o homem o que ele parece ser ao astrônomo, isto é, um minúsculo conjunto de carbono e água a rastejar, impotentemente, sobre um pequeno planeta sem importância,? Ou é ele o que parece ser a Hamlet?¹ Acaso é ele, ao mesmo tempo, ambas as coisas? Existe uma maneira de viver que seja nobre e outra que seja baixa, ou  todas as maneira de viver são simplesmente inúteis?  Se há um modo de vida nobre, em que consiste ele, e de que maneira realizá-lo? Deve o bem ser eterno, para merecer o valor que lhe atribuímos, ou vale a pena procurá-lo, mesmo que o universo se mova, inexoravelmente, para a morte? Existe a sabedoria, ou aquilo que nos parece tal não passa do último refinamento da loucura? Tais questões não encontram respostas nos laboratórios.
"As Teologias tem pretendido dar respostas, todas elas demasiado concludentes, mas a sua própria segurança faz com que o espírito moderno as encare com suspeita. O estudo de tais questões, mesmo que não se resolvam estes problemas, constitui o empenho da Filosofia.
"Mas por que, então, --- poderíamos perguntar ---- perder tempo com problemas tão insolúveis? A isto poder-se-ia responder  como historiador ou como o indivíduo que enfrenta o terror da solidão cósmica.
"A resposta do historiador, tanto como me é possível dá-la, aparecerá no decurso desta obra. Desde que o homem tornou-se capaz de livre especulação, suas ações, em muitos aspectos importantes, têm dependido de teorias relativas ao mundo e à vida humana, relativas ao bem e ao mal. Isto é tão verdadeiro em nossos dias quanto em qualquer época anterior. 
Para compreender uma época ou uma nação, devemos compreender sua filosofia e, para isto, temos de ser até certo ponto, filósofos. Há uma relação causal recíproca. As circunstãncias da vida humana contribuiem muito para determinar a sua filosofia, mas, inversamente, sua filosofia muito contribui para determinar tais circunstâncias."

Russel Bertrand, História da Filosofia Ocidental, tradução de Brenno  Silveira, Cia. Ed.Nacional, São Paulo, 1957, 1 , p.XI. 

Trechos  de Hamlet;

"Nas tábuas da minha memória deve ficar gravado que um homem pode sorrir, sorrir e ser um celerado; pelo menos na Dinamarca!"
 
"Hamlet = Horácio, és o homem mais justo entre todos que já conheci.
Horácio = Meu amado senhor.
Hamlet = És, de fato. Não julgues que é lisonja. Que vantagem teria eu em adular alguém como ti, que não tens outras  rendas senão o teu bom humor para te alimentar e vestir? Quem adularia um pobre? Não, isso é bom para as línguas de açúcar que gostam de lamber a pompa estúpida  e para os joelhos de sebo que se curvam perante a recompensa que vem logo depois da bajulação. Percebes?Desde que a minha alma ficou dona de si e soube distinguir os homens, marcou-te com o seu selo, pois, em ti viu alguém que por sofrer, nada sofre, alguém que agradece à sorte tanto a derrota quanto as recompensas: e bem aventurado seja o homem cuja razão e paixão estão em tal equilíbrio que não se pareça com essas sanfonas nas quais a Fortuna toca as árias que quer. Mostra-me um homem que não seja escravo de suas paixões e eu o guardarei bem no fundo de meu peito, bem dentro do coração, como guardo a ti".   


"Hamlet = Mais um crânio. Poderia ser de um advogado. Onde estão agora os seus Hábeas corpus, os subterfúgios, as manhas, os truques e todo o seu latim? Como pode ele permitir, agora, que este biltre grosseiro lhe bata na moleira com o seu sujo instrumento, sem denunciá-lo por lesões corporais? Hum, pode ser que no seu tempo este homem de bem tenha tenha sido um grande comprador de terras, com seus avais, instrumentos legais, hipotécas, garantias, obrigações, multas e indenizações. E o aval de seus avais, a indenização das suas indenizações é agora ver o seu crânio forrado de imundície. E o que mais lhe garantem todas as suas fianças e garantias, além desse pedacinho de terra com tanto de largura e tanto de comprimento? Os próprios títulos de propriedade que ele tinha mal caberiam no caixão, e o ocupante não merecia mais?
Horácio = Nem um pouquinho mais, senhor ."


( 1996 Editor Int. D.E.L. International Publishers ltda)