“A
música popular brasileira é a mais completa, mais totalmente
nacional, a
mais
forte criação de nossa raça até agora”
(Mário
de Andrade)
Esta
postagem sobre o maestro Anacleto Augusto de Medeiros tem como base o
artigo O
Choro:
uma
Visão Sobre a Questão dos Limites e Possibilidades para a Inserção
do Negro na Sociedade Brasileira através da Música
em Caminhos
da História, Vassouras, v. 6, n. 2, p. 95-108, jul./dez., 2010; entre
outros, que serão devidamente citados ao longo do texto.
A
formação das bandas musicais tem seus primórdios nos cantos
Gregorianos de acordo com material colhidos
em www.historiasuaporongaba.com. [..]
para entender o fenômeno que gerou as bandas musicais é
preciso considerar, inicialmente, o Coral Gregoriano ou
o Cantochão ou o Canto Litúrgico da
Igreja Romana. Sem dúvida, escondem-se nas melodias
do cantochão fragmentos dos hinos cantados nos templos gregos e dos
salmos que acompanhavam o culto do Templo de Jerusalém, porém é
impossível apreciar a proporção em que esses elementos entravam no
cantochão.
As
qualidades características do Coral Gregoriano são a inesgotável
riqueza melódica, o ritmo puramente
prosódico, subordinado ao texto, dispensando a separação dos
compassos pelo risco, e a rigorosa homofonia: o cantochão, por mais
numeroso que seja o coro que o executa, sempre é cantado a uníssono,
a uma voz.
A
nossa música é, em todos os seus elementos, diferente do cantochão,
que parece pertencer, histórica e teologicamente, a um outro mundo:
é a música dos céus e de um passado imensamente remoto.
As
bandas de música nasceram do “cantochão”, ou seja do canto
gregoriano, da música do mestre-de-capela, ou das capelas das
catedrais e muitas matrizes, pelo abandono das vozes e o reforço da
instrumentação de sopro.
O
canto gregoriano era uma melodia simples, sem acompanhamento, cantado
por um solista vocal ou por um coro em uníssono; esta forma simples
de arte forneceu a base para quase toda música medieval.
O Theatrum
Ecclesiasticum é um manual sobre o cantochão para as
igrejas, escrito em 1743 e organizado por frei Domingos do Rosário,
um dos cantochonistas de Mafra (Portugal), criado
por D. Pedro V; aí se pode rastrear a origem da música não sacra
da procissão e daquela que se liberou da Igreja e já era usada nas
danças permitidas nas procissões portuguesas.
A
banda veio aos poucos de Portugal; aqui acresceram as influências do
índio e do negro.
Em
Pedrogão Grande (Portugal), em 1612,
as tais danças foram acompanhadas pelos mais variados instrumentos.
Mas,
quando se formou, o que estamos entendendo por banda de música, já
a música se emancipara do canto.
No
mundo inteiro ocidental essa origem é a mesma, com nomes iguais ou
pouco diferentes.
A
música do mestrede-capela já saía à rua, quando surgiram as
primeiras bandas militares em 1802.
A
instituição dos mestres-de capela durou mais nas catedrais por ordem
do Império e sua figura continuou, às vezes, no mesmo mestre de
banda e de orquestra.
[..]
Ainda não se falava, textualmente, em banda de música, não
militar. O nome surgiu, por exemplo, num documento de 1842 da Fábrica
de Ferro Ipanema, descrevendo os instrumentos e fardamento.
Curiosamente essa banda era formada por negros -
escravos e descendentes. Farda, até hoje
usada, é influência militar.
Do
cantochão o ritmo e os nomes das peças executadas andando: dobrado
e marcha.
Um
costume que desapareceu completamente, mas que é forte sinal da
ligação com o cantochão, era o acompanhamento de enterros pela
banda, cujas músicas tocadas eram as mesmas do mestre-de-capela,
anteriormente cantadas com acompanhamento de
instrumentos de corda e um ou outro de sopro.
A
diferenciação da música de igreja do mestre-de-capela em todo
mundo cristão, não só no Brasil, operou-se na orquestra, em que a
princípio predominavam os instrumentos de corda, e em banda de
música militar.
Ainda
de acordo com o artigo supramencionado é apresentada a origem da
nomenclatura banda.
A
palavra banda é
de origem germânica, deriva de bando.
Por exemplo: bando de casamento é a
proclamação
do casamento.
As
cornetas e tambores, acompanhando um oficial que fazia uma
proclamação, formavam um bando. Nos tempos coloniais era assim que
anunciavam os decretos, leis, festividades, etc.
Portanto, do bando veio a banda militar de cornetas, tambores, pífaros, e desta a banda militar ou de regimento, completa.
Portanto, do bando veio a banda militar de cornetas, tambores, pífaros, e desta a banda militar ou de regimento, completa.
Desta
veio a banda de música civil, popularmente
chamada de banda. Possivelmente, houve a transformação de “bando”
em “banda”. As bandas, no território brasileiro, eram mantidas
pelas prefeituras, sociedades privadas e alguns benfeitores. Houve
até Igreja que manteve banda.
A
verdade, porém, é que os músicos pouco ganhavam, quando muito o
“mestre” tinha uma ajuda de custo mensal, e as outras fontes de
receitas eram os pagamentos recebidos por apresentações em eventos,
principalmente nas festas religiosas, quando o dinheiro recebido era
repartido entre todos os componentes.
Para manter a banda, a
diretoria procurava angariar recursos através de rifas, quermesses,
livros de ouro, listas de contribuições, etc. Normalmente, o
maestro e alguns músicos destacados eram contemplados com empregos
públicos, pois, assim, a banda conseguia sobreviver.
E neste contexto advém o negro e futuro maestro Anacleto
Augusto de Medeiros
Anacleto
Augusto de Medeiros era filho de uma escrava liberta e nasceu na ilha
de Paquetá no dia 13 de julho de 1866. A razão que levou a mãe de
Anacleto o batizá-lo com este nome é devido à coincidência de
Anacleto de Medeiros “ter nascido no
mesmo dia de santo Anacleto,
terceiro papa da história e um dos mártires do cristianismo”
(DINIZ,
André. p. 17)
Visando a busca por maior enriquecimento cultural em sua formação, Anacleto decide partir para capital do império em 1884 para estudar no Conservatório de Música.
Anacleto
de Medeiros começou na música tocando flautim da Banda do Arsenal
de Guerra do Rio de Janeiro.
Aos 18 anos foi trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e ao mesmo tempo matriculou-se no Imperial Conservatório de Música.
Aos 18 anos foi trabalhar como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional, e ao mesmo tempo matriculou-se no Imperial Conservatório de Música.
Nessa
época já dominava quase todos os instrumentos de sopro, e tinha
especial preferência pelo saxofone. Fundou, entre os operários da
tipografia, o Clube Musical Gutemberg, iniciando aí sua função
de organizador de conjuntos musicais.
O
seu curso no Conservatório duraria até 1886, quando neste ano,
Anacleto sairia com sua
“carta de professor de clarineta, apto a projetar-se como hábil
executante, regente, compositor e – sem desdouro para a formação
erudita – até chorão”.(
O Jornal, 10/07/1966, 3º caderno.)
Foi
nessa época em que organizou a Sociedade
Recreio Musical Paquetaense,
em Paquetá, seu bairro natal, e começou a compor algumas peças
sacras.
Existe
uma problemática em se tratando da veracidade em relação ao ano em
que Anacleto de Medeiros haveria entrado no Conservatório de Música
para iniciar seus estudos.
Temos
então indicações feitas por pesquisadores de que Anacleto
ingressaria no Conservatório em 1884.
É
o caso afirmado pelo maestro Baptista Siqueira9
e por Jota Efegê
em sua matéria escrita no periódico O
Jornal no ano de
1966.
Com
o cenário de profundas transformações sóciopolíticos que a
cidade do Rio de Janeiro estava atravessando neste contexto do início
do século XX – modernização, urbanização, civilização e
limpeza da cidade – serviu de inspiração para que Anacleto
compusesse obras a partir desta situação
efervescente em que conviveu.
Sendo
assim, Anacleto de Medeiros compôs uma polca chamada de Cabeça
de Porco. (vídeo)
O
título da música é referente aos inúmeros cortiços que existiam
nesta época na cidade do Rio de Janeiro.
Outras
composições que ficaram conhecidas foram "Santinha",
"Três Estrelinhas" e "Não Me
Olhes
Assim".
Além
de estar explorando a sua veia artística de compositor, Anacleto
voltava a sua percepção para a observação dos acontecimentos
políticos. Apesar de não ser um militante, e tão pouco possuir uma
participação mais profunda e ativa na política, ele demonstrou uma
opinião notória em suas músicas.
A
banda do Corpo de Bombeiros, banda que diga se de passagem, foi fundada
pelo próprio Maestro Anacleto de Medeiros em 1896, estreando no dia
da comemoração da Proclamação da República daquele mesmo ano.
Com
o nome merecidamente projetado como músico de grande mérito, quando
pelo aviso nº 1.225, de 30-10-896 (sic), o Ministro da Justiça
atendeu ao pedido do tenente-coronel Eugênio Rodrigues Jardim,
comandante interino do Corpo de Bombeiros, para criar uma banda de
música (“sem ônus”), já Anacleto de Medeiros estava indicado
como organizador e regente.(
O Jornal, 10/07/1966, 3º caderno.)
Parece
que Anacleto de Medeiros acertou em cheio na sua estréia com a Banda
do Corpo de Bombeiros.
Os
primeiros frutos deste seu trabalho já estavam prontos para serem
colhidos no dia seguinte a sua estréia, demonstrando certa aprovação
da sociedade e, principalmente das camadas superiores da própria
instituição dos bombeiros. Assim, temos a seguinte notícia de um
dos periódicos que circulava no Rio de Janeiro: “Ao
Comandante do Corpo de Bombeiros diversas firmas de nossa praça
ofereceram a quantia de 700$ para a compra de instrumental”.
(
O Jornal, 10/07/1966, 3º caderno.)
Um comentário Histórico
As
bandas musicais exerceram um papel essencial no Brasil.
Os
relatos que temos sobre a formação das bandas que conhecemos hoje é
fruto da vinda da família real para o Brasil com a sua corte no ano
de 1808.
Junto
da nobreza estava a Banda da Brigada Real.
No
entanto, o momento em que as bandas conseguiram sobressair alcançando
uma posição de destaque na sociedade é a partir da segunda metade
do século XIX.
(
DINIZ, André. O Rio musical de Anacleto de Medeiros. Op.
cit., p. 55.)
Ainda
de acordo com André Diniz em ”
E nasce a música popular no Rio de Janeiro”
[..] O primeiro grupo
musical que temos notícia era uma espécie de “banda primitiva”,
conhecido como “barbeiros”, que existiam desde o século XVIII,
sendo formado, basicamente, por escravos obrigados por seus senhores
a aprenderem novos ofícios.
Recebiam essa denominação porque a profissão de barbeiro era a única a deixar tempo vago para a aprendizagem de outros trabalhos. Eles se apresentavam em festas religiosas, profanas e até oficiais; tocavam dobrados, fandangos e quadrilhas.
O
pintor Debret em seu livro “Viagem
pitoresca e histórica ao Brasil”
dá um retrato dos barbeiros do período:
Dono
de mil talentos, ele (o barbeiro) tanto é capaz de consertar a malha
escapada de uma meia de seda, como de executar, no violão ou na
clarineta, valsas e contradanças francesas, em verdade arranjadas ao
seu jeito.
No
terceiro quartel do século XIX, a música de barbeiro foi perdendo
espaço para outras formas de representação musical. Seu “ritmo
de senzala”
e seu espírito foram
canalizados para os grupos de choro, mas foi nas bandas de música
que detectamos mais claramente a sua continuidade.
Com
o surgimento das bandas de música da Guarda Nacional, em 1831, teve
início o desenvolvimento das bandas militares e civis nos grandes
centros urbanos do Império.
As
apresentações nos coretos e nas festas cívicas faziam das bandas
militares uma referência obrigatória de diversão na cidade.
Logo
surgiram bandas civis imitando sua formação, tocando músicas para
bailes e apresentando-se nos coretos das praças.
Deste
modo, começaram a participar mais intensamente em diversos setores
sociais, como por
exemplo,
festas populares, bailes, campanhas políticas, festas cívicas,
festas religiosas, carnaval e solenidades em geral.
Destarte,
temos que Anacleto foi fundador, diretor e maestro de muitas bandas,
tendo contribuído de maneira fundamental para a fixação dessa
formação no Brasil.
A
tradição de bandas se reflete até hoje, por exemplo, no
desenvolvimento de uma sólida escola de sopros.
Em
relação à formação de bandas, Anacleto traz em sua caminhada
musical um número expressivo como precursor nesta área, ou seja,
dedicou parte de sua vida para o ensino e fundação de bandas
musicais.
Dentre
as organizações destas corporações musicais destaca-se a
Sociedade Recreio Musical Paquetaense (anteriormente mencionada)
Banda de Magé, Banda da Tipografia Nacional, Banda da Fábrica de
Paracambi e a que lhe proporcionou mais fama fazendo com que seu nome
entrasse para história para nunca mais sair, a já citada Banda do
Corpo de Bombeiros.
A
construção que Anacleto de Medeiros realizou entre as bandas
musicais e o gênero do choro foi esplêndido.
As
bandas de musicas serviram de canal para a divulgação da linguagem
chorística, se tornado herança para as demais gerações que vieram
depois de Anacleto.
O
grande exemplo disso é a influência que veio surgir “cerca
de vinte anos depois, ao estruturar sua linguagem orquestral,
Pixinguinha mostrou forte influência da música das bandas”.(
CAZES, Henrique. Choro do quintal ao municipal. São Paulo: Ed. 34,
1998, p. 33.)
O flautista e saxofonista Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma definida.
Para
isso, introduziu elementos da música afro-brasileira e da música
rural nas polcas, valsas,
tangos
e schottischs dos chorões.
O mestre
Ele
é considerado o maior chorão de todos os tempos. É de sua autoria
o clássico Carinhoso, música
obrigatória no repertório do choro.
Vale
dizer, que a história do choro iniciou em meados do século XIX,
época em que as danças de salão passaram a ser importadas da
Europa.
A
abolição do tráfico de escravos, em 1850, provocou o surgimento de
uma classe média urbana (composta por pequenos comerciantes e
funcionários públicos, geralmente de origem negra), segmento de
público que mais se interessou por esse gênero de música.
Em
termos de forma musical, o choro costuma ter três partes (ou duas,
posteriormente), que seguem a forma rondó (sempre se volta à
primeira parte, depois de passar por cada uma delas).
Os
conjuntos que o executam são chamados de regionais e os músicos,
compositores ou instrumentistas, são chamados de chorões.
Apesar do nome, o gênero é em geral de ritmo agitado e alegre, caracterizado pelo virtuosismo e improviso dos participantes, que precisam ter muito estudo e técnica, ou pleno domínio de seu instrumento. (ouça) https://www.youtube.com/watch?v=20NFqKaGz40
O
significado do trabalho empenhado por Anacleto de Medeiros na
formação das bandas se perpetuou na fusão entre as bandas e os
chorões, ou seja, pode-se dizer que, as bandas de músicas se
tornariam uma verdadeira escola de chorões, uma vez que estes
músicos começariam a sua trajetória tocando nas bandas musicais.
Fato
que é destacado por André Diniz no trecho abaixo:
(...)
a maioria dos músicos encontrou na Banda do
Corpo de Bombeiros seu primeiro emprego profissional e estável. E
como parte significativa deles levava uma vida notívaga, trabalhando
em bailes, teatros e grupos de choro, dá para imaginar a energia que
o maestro precisava ter para organizar ensaios, ensinar a utilização
correta dos instrumentos e explorar melhor o fraseado dos músicos.
Sua forte cobrança estava ligada à questão estética, à busca da
perfeição sonora.
(DINIZ,
André. O Rio musical de Anacleto de Medeiros. Op.
cit., p. 62.)
Ao
compor suas melodias, Anacleto de Medeiros utilizou-se da mesma
técnica musical, esteticamente falando, que Joaquim
Callado havia usado.
Aqui,
vale abrir um espaço para ressaltar a figura de Joaquim Callado
O
flautista e compositor Joaquim Antônio da Silva Callado é conhecido
como o pai dos
chorões e foi o mais popular músico do Rio de Janeiro imperial. Ele é considerado um dos criadores do Choro, ou pelo menos um dos principais colaboradores para a fixação do gênero.
chorões e foi o mais popular músico do Rio de Janeiro imperial. Ele é considerado um dos criadores do Choro, ou pelo menos um dos principais colaboradores para a fixação do gênero.
Seu
maior sucesso é Flor Amorosa,
número obrigatório para qualquer flautista de choro.
Retornando
á Anacleto de Medeiros, foi por meio de quase todos os gêneros
musicais urbanos característicos do final do século XIX – xótis,
valsas, polcas, tangos, dobrados e choros – ele (Anacleto de
Medeiros) deu um tom abrasileirado a elas.
Devido
à obra de Anacleto ser considerada de coerência perfeita entre as
partes, desenvolvendo os temas de forma inteligente e harmoniosa,
essa pode ser a razão pelo qual a sua música foi imortalizada
através das gravações antológicas feita pela Casa
Edison.
A fase mecânica das gravações, que durou de 1902 (quando surgiram as gravações fonográficas no Brasil através da Casa Edison) até 1927, foi um período de predominância das bandas e dos grupos de instrumentais nos registros sonoros.
Com isso, temos mais de cem gravações de Anacleto de Medeiros, sendo ele, o próprio compositor mais gravado pela Banda de Música do Corpo de Bombeiros.
Estes
dados nos confirmam a importância da produção musical e a ação
cultural que era desenvolvida no meio urbano da cidade do Rio de
Janeiro.
Desta
maneira,
encontramos descrito a respeito de uma parceria musical de Anacleto
com Catulo
da Paixão Cearense,
assim como, com Heitor Villa-Lôbos (sic). Com Catulo da Paixão,
segundo o jornal, Anacleto foi parceiro em dezenas canções que
obtiveram fama, inclusive a música intitulada de
Rasga o coração, que o maestro Villa-Lobos aproveitou para introduzir em seu choro nº10.
Rasga o coração, que o maestro Villa-Lobos aproveitou para introduzir em seu choro nº10.
No
sepultamento de Anacleto de Medeiros, em Paquetá, dia 14 de agôsto
de 1907, estiveram presentes várias bandas de música,
destacando-se, entre elas, as três que o ilustre desaparecido havia
criado com tanto idealismo: “Corpo de
Bombeiros”, “Fábricas de Chitas Bangú” e “Banda
de Magé”.
Para as cerimônias do sepultamento (...), a banda de Música do Corpo de Bombeiros seguiu, do Rio de Janeiro, de lancha Aquarius, segundo informações da época.
Vários
oficiais da briosa corporação constituíram a comissão oficial,
que damos, a seguir:
“Cap.
Paulo da Costa (representando o comandante); Cap. Vieira
(representando o inspetor); Tenentes: Bueno e Silva. Alferes: Afonso,
Leonardo Ferreira, Tenreiro, Carneiro e Antônio Fernandes.
A
Banda de Música da Fábrica de Bangú, se fêz representar pelo Sr.
J. Trota de Aguiar.
O
maestro Francisco Braga esteve presente como Professor integrado a
representação do Instituto Nacional de Música. (SIQUEIRA,
Baptista. Três vultos históricos da música brasileira. Op.
cit., p. 194.)
Apesar
da importância de Anacleto para música popular brasileira, a sua
história é quase que totalmente esquecida pela nossa sociedade,
praticamente se tornado um estranho, até por muita das vezes, no
meio dos próprios profissionais da área musical.
Essa
constatação pode ser observada nas palavras de Iza Calbo, uma
jornalista que publicou uma matéria para o Jornal do Brasil
afirmando que “Num país sem memória, o
maestro homenageado é praticamente um estranho no ninho, embora
tenha figurado ao lado de Chiquinha Gonzaga”.(
Jornal do Brasil, 20/01/2000. Caderno 2, p. 3.)
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