quinta-feira, 25 de junho de 2015

Quetzal a ave - 0 Deus e o Chocolate

                                  
                               
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Ouvindo a letra da música it’s wonderful world com Louis Armstrong (ouça, é linda) e lendo um artigo do grupo financiero banamex sobre à ave Quetzal pensei, sim o mundo pode ser maravilhoso, mas há muitas coisas que devem ser consideradas com a prioridade necessária para que não nos lamentemos tardiamente.
                               
Segue o mencionado texto, com posterior tradução de minha parte.
Muchos de nosotros hemos oído hablar de un ave maravillosa conocida como quetzal, que algunos consideran como la más bella sobre la Tierra, por su iridiscente plumaje de intensos colores que al contraste con la luz muestra tonos y brillos asombrosos.
En la época prehispánica se le consideró como ave sagrada y fue tema de poemas, leyendas y representaciones artísticas. Más tarde fue objeto codiciado de comerciantes, coleccionistas y en nuestro tiempo es anhelo y obsesión de ornitólogos, fotógrafos y conservacionistas.
El quetzal fue visto como una de las representaciones del dios azteca Quetzalcóatl y del dios maya Kukulkán, debido a su vuelo ondulante que hace que sus largas plumas den el efecto del movimiento de una serpiente emplumada. Éstas plumas eran tan valoradas que se usaban como moneda; con ellas se hacían ofrendas a los dioses y eran destinadas al adorno exclusivo de reyes, sacerdotes y grandes guerreros. El que mataba un quetzal era reo de muerte y sólo pocos tenían permiso de atraparlo para obtener sus plumas, ya que vuelven a crecer.
El quetzal es una especie de ave muy frágil cuya supervivencia está íntimamente vinculada a su hábitat; tiene un índice muy bajo de reproducción y sus crías están expuestas a un sinnúmero de depredadores. El quetzal muere cuando se le recluye en jaulas; y aunque logra sobrevivir en algunos aviarios, no se reproduce y sus plumas pierden brillo y color.
Recientemente se han reportado dos casos en los que se ha logrado su reproducción en cautiverio.
En México había quetzales en muchos bosques de la Sierra Madre, pero hoy en día esta especie sólo vive en los húmedos y altos bosques de niebla ubicados en el sur de México y las montañas centroamericanas, que se caracterizan por su densa vegetación y asombrosa biodiversidad. En el caso de México, habitan en la Reserva de la Biosfera El Triunfo y en los Chimalapas, en Chiapas.
Gracias a los esfuerzos de conservación en El Triunfo, se ha logrado incrementar la población de esta especie en grave peligro de extinción. Estudios de la Secretaría del Medio Ambiente estiman que hoy en día existe en El Triunfo una población de tres de estas aves por cada 16 hectáreas, a diferencia de hace 25 años, cuando sólo se contaba con un individuo para la misma extensión de territorio.
Esto es un logro importante.
1. Los quetzales miden cerca de 40 centímetros.
2. El macho tiene el pecho de intenso color rojo y su cola mide hasta un metro.
3. Se alimentan de insectos y ranas, pero sobre todo de frutas silvestres.
4. Son silenciosos, pero a veces se juntan hasta seis y vuelan con gran escándalo.
5. En la época de apareamiento cantan para atraer una pareja.
6. Construyen nidos escarbando agujeros en árboles viejos.
7. La hembra pone huevos azul claro y se turna con el macho para empollarlos.
Tradução:
Muitos de nós temos ouvido falar de uma ave maravilhosa conhecida como Quetzal, que alguns consideram como a mais bela sobre a Terra por sua iridiscente plumagem de intensas cores que ao contraste com a luz mostra tons e brilhos assombrosos.  
                                          
Na época pré-hispânica ela foi considerada uma ave sagrada e foi tema de poemas, lendas e representações artisticas. 
Mais tarde foi objeto cobiçado por comerciantes, colecionadores e no tempo atual, é desejo e obsseção de  ornitólogos fotógrafos e conservasionistas.
O Quetzal foi visto como uma representação do deus asteca Quetzalcóatl e do deus maya Kukulkán, devido ao seu vôo ondulante que faz com que as longas plumas de sua cauda causem um  efeito do movimento de uma serpente emplumada.

                                           
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Estas penas eram tão valorizadas que eram usadas como moeda, com elas se faziam oferendas aos deuses e eram destinadas para o adorno exclusivo de reis, sacerdotes e grandes guerreiros. 
Aquele que matava um quetzal era réu de morte e só poucos tinham permissão de aprisiona-los para obter suas penas, já que voltam a crescer.


O quetzal é uma espécie de ave muito frágil cuja sobrevivência está intimamente vinculada ao seu habitat, tem um índice muito baixo de reprodução e suas crias estão expostas a um sem número de predadores. O quetzal morre quando preso em gaiolas, e mesmo que logre sobreviver em alguns aviários, não se reproduz e suas penas perdem brilho e cor.
Recentemente foram reportados dois casos nos quais teve-se êxito de sua reprodução em cativeiro.

No México havia quetzales em muitos bosques da Serra Madre, mas hoje em dia esta espécie só vive nos úmidos e altos bosques de neblina localizados ao sul do México e nas montanhas centroamericanas, que se caracterizam por suas densas vegetações e assombrosa biodiversidade. No caso do México, habitam na Reserva da Biosfera o Triunfo e nos Chimalapas, em Chiapas.

Graças ao esforço de conservação em o Triunfo, se tem conseguido incrementar a população desta espécie em grave perigo de extinção. Estudos da Secretaria de Meio Ambiente estima que hoje em dia existe em o Triunfo uma população de três destas aves por cada 16 hectares, diferente de à 25 anos, quando somente havia um individuo para à mesma extensão de território. Isto é um importante êxito .


 1. Os quetzales medem cerca de 40 centímetros.
       2. O macho tem o peito com intensa cor vermelha e sua cauda pode chegar até um à metro. 
      3.Se alimentam de insetos e rãs, mas principalmente de frutas silvestres. 
      4.São silenciosos, porém às vezes se juntam em até seis e voam com grande barulho. 
      5.Em época de acasalamento, cantam para atrair uma parceira. 
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        6.Constroem ninhos escavando buracos em arvores velhas.  
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        7.A fêmea põe ovos azul-claro e reveza com o macho para chocá-los.

Vale frisar que a valoração do quetzal como moeda pode ser notada na sua presença nas 

                                 
notas e moedas da Guatemala.
  
                                       
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Destarte, aproveitando o tema acima e como o lema é navegar e descobrir, abro espaço para a divindade QUETZALCÓATL.

QUETZALCÓATL.

Quetzalcóatl é uma divindade das culturas da Mesoamérica, em especial da cultura asteca também venerada pelos toltecas e maias. É considerada por alguns pesquisadores como a principal dentro do panteão desta cultura pré-hispânica.
O nome de Quetzalcóatl é composto de duas palavras de origem náuatle: quetzal, que é a ave já mencionada de formosa plumagem que habita a selva centroamericana e cóatl, "serpente" e é usualmente traduzida como 

                            
"Serpente Emplumada", "Pássaro Serpente", ou "Pássaro Serpente da Guerra"; Especula-se que a origem desta deidade provém da cultura olmeca, no entanto sua primeira aparição inequívoca ocorreu em Teotihuacan.
A cultura teotihuacana dominou durante séculos o planalto mexicano. Sua influências culturais abarcaram grande parte da mesoamérica, incluindo as culturas maia, mixteca e tolteca.
Os maias retomaram a Quetzalcóatl como Kukulkán.
Quetzalcoatl representa as energias telúricas que ascendem, daí a sua representação como uma serpente emplumada. 
Neste sentido, representa a vida, a abundância da vegetação, o alimento físico e espiritual para o povo que a cultua ou o indivíduo que tenta uma ascendência espiritual.
Posteriormente, passou a ser cultuado como deus representante do planeta Vênus, simultaneamente Estrela da Manhã e Estrela da noite, correspondendo, com o seu gêmeo Xolotl(deus cão), à noção de morte e ressurreição.         
                                       
Deus do Vento e Senhor da Luz, era, por excelência, o deus dos sacerdotes. É às vezes confundido com o rei sacerdote de Tula.
Segundo fontes incertas e tradições orais, uma das representações deste deus é um homem branco, barbado e de olhos claros. Esta representação seria uma das justificativas da teoria de que os povos indígenas, durante a conquista da Nova Espanha (Mesoamérica), acreditaram que Hernán Cortez
era Quetzalcóatl. 
O acadêmico multiculturalista Serge Gruzinski, analisando as crônicas do século XVI sobre a conquista do México, compartilha da crença de que os astecas realmente acharam que Cortez fosse Quetzalcóatl e essa é uma das razões pela qual os espanhóis dominaram tão facilmente a América Central.

Os astecas incorporaram esta deidade em sua chegada ao vale do México, no entanto modificaram seu culto, eliminando algumas partes, como a proibição dos sacrifícios humanos.

De acordo com texto abaixo retirado de Geograficidade v.2, n.2, Inverno 2012 (as figuras foram inseridas pelo blog).

Seus deuses adquiriam formas e funções diferentes. Uma destas formas era o Sol, este mesmo SOL, indispensável para toda a vida e que seu desaparecimento da superfície da Terra ocorreria a morte de todos, era adorado como Tonatiu, um deus bom e benfazejo.

Por outro lado, os sacerdotes, reis e o próprio povo sabiam que este Sol necessitava continuamente de alimentação humana, para se manter forte e realizar sua tarefas diárias.

Esta exigência era do deus da guerra, feroz e imperioso que era o mesmo SOL, Huitzilopochtli, liderando os méxicas em todas as suas batalhas e pilhagens em busca de prisioneiros necessários como escravos e como sacrifício humano.

As guerras eram planejadas e declaradas a todas as nações e os guerreiros convocados impreterivelmente. As vidas daqueles que foram aprisionados eram consagrados ao deus sol, faminto de sangue humano, insatisfeito, exigindo cada vez mais sacrifícios.

Portanto, podemos inferir que os sacrifícios humanos eram considerados essenciais na cultura asteca, como se pode constatar no seguinte trecho da mesma fonte.

“Os prisioneiros eram escolhidos entre os homens mais perfeitos e sem máculas. Alimentados com as comidas mais gostosas e rodeados por belas donzelas.

No dia do sacrifício eram ornamentados como deuses e levados por um barco até o templo situado em uma ilha do lago.
                               

Os cativos subiam os degraus da Grande Pirâmide e sobre a Pedra do Sol, um sacerdote com uma espada de obsidiana, de cada um era retirado o coração, ainda palpitando, e 
                               
                                                           
então era esmagado e esfregado sobre as pedras escorregadias e sanguinolentas e deglutidos pelos sacerdotes.
A cerimônia era oficializada pelo imperador, após os cozinheiros reais prepararem as pernas, as nádegas e os braços dos sacrificados.

Estas partes dos seres humanos traziam força, resistência e coragem. Eram assadas em espetos sobre brasas, sendo umedecidos e espremidos com tomates, acompanhados com grãos de baunilha, molho de chocolate, pimentas e especiarias picantes.

Alguns espanhóis que provaram da comida declararam que a carne era macia e adocicada, parecendo um peru assado (SHERWOOD, A Noite Triste, 2006, p. 337).

Segundo relatos os sacrificados recebiam uma grande dose dos botões de um cacto denominado teonanacatl, com a finalidade de amortecer a morte.

Reforçando a narrativa acima sobre a importância dos sacrifícios pelos astecas, o texto da

 Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância (pág 25-26) nos traz:

“Tomemos como exemplo a guerra. A cosmogonia asteca (ou povo do Sol, como eles mesmos se viam) impelia-os para que mantivessem irrigadas de “água preciosa” – sangue humano – o Sol, a Terra e todas as divindades, sem a qual a engrenagem do mundo deixaria de funcionar. 
Daí decorriam as guerras sagradas e os sacrifícios humanos. Além das finalidades positivas para o Estado, como conquista territorial, imposição de tributos e a livre passagem de seus comerciantes, a guerra tinha a função proeminente de garantir-lhes prisioneiros para os sacrifícios. Quando consolidaram a maior parte das conquistas (meados do século XV) tiveram os soberanos que inventar a “guerra florida” – torneio para fornecimento de vítimas 
para os deuses”.
 Aqui em vista do exposto, quero ressaltar que os costumes e procedimentos de uma dada cultura devem ser analisados de forma contextual e as suas conseqüências históricas, como 


                          
                                     
exemplo, exponho o trecho do Frei Bartolomé de Las Casas a respeito da invasão espanhola que traz: “Os espanhóis, com seus cavalos, suas espadas e lanças começaram a praticar crueldades estranhas; entravam nas vilas, burgos e aldeias, não poupando nem as crianças e os homens velhos, nem as mulheres grávidas e parturientes e lhes abriam o ventre e as faziam em pedaços como se estivessem golpeando cordeiros fechados em seu redil. Faziam apostas sobre quem, de um só golpe de espada, fenderia e abriria um homem pela metade, ou quem, mais habilmente e mais destramente, de um só golpe lhe cortaria a cabeça, ou ainda sobre quem abriria melhor as entranhas de um homem de um só golpe. Arrancavam os filhos dos seios da mãe e lhes esfregavam a cabeça contra os rochedos enquanto que outros os lançavam à água dos córregos rindo e caçoando, e quando estavam na água gritavam: move-te, corpo de tal?! Outros, mais furiosos, passavam mães e filhos a fio de espada.” Ou seja, como mencionei antes, cada ato de um determinado povo tinha no seu devido contexto sua razão de ser e como tal, deve ser analisado pelas conseqüências posteriores na história. Bem, para desanuviar vamos falar do delicioso e saboroso Cacau.

O Cacau
 Reza a lenda que Quetzalcoatl (representado pela serpente emplumada) como já mencionado, desceu dos céus para transmitir sabedoria aos homens, e que lhes trouxe um presente: a planta Cacau.
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As informações abaixo são oriundas do site da CEPLAC (Comissão Executiva do Plano de Lavoura Cacaueira) entre outros que serão mencionados no decorrer do texto.
“A história do cacau se confunde com a mitologia e a lenda: Quetzalcoatl, Deus asteca da lua, roubou a planta do país dos filhos do sol para dá-las aos homens, oferecendo-lhes assim alegrias desconhecidas”.
Segundo está lenda mexicana, foi assim que se originou o cacau. Por está razão, Linnaeus o grande botânico sueco batizou o cacau com o nome de “Théobroma” de Theo = Deus e Broma = alimento, daí alimento dos deuses.
Quando sob o comando de Fernando Cortez, os espanhóis conquistaram o México (1519-1521) notaram que os sacerdotes astecas bebiam nos templos uma bebida de cor marrom. Ficaram intrigados, terminaram por descobrir que está bebida provinham da “árvore do cacau” fruto muito apreciado nesse país. 
Os astecas consideravam a árvore e seu fruto com altas qualidades nutritivas e lhe atribuíam virtudes maravilhosas.
Os astecas e bem antes deles os maias já cultivavam esse fruto com amor. Denominavam o fruto dessa árvore de “Cacahuatl”.
Com ele faziam o “Tchocolath” que na sua linguagem designava “bebida amarga”.
Os mexicanos primitivos cultivavam a planta, colhiam os grãos e os colocavam ao sol para secarem e conseguir o fermento e logo os moíam. A farinha escura que eles obtinham era amassada com água, milho, mel e perfumada com baunilha, pimenta, ervas aromáticas e especiarias, que para os astecas tinham origem divina. 

O cacau era por tanto bastante apreciado, tanto que as sementes serviam também como meio de pagamento entre os astecas.
 Os grãos de cacau eram usados como moeda, de troca e de compra desde alimentos até vestuários e outras mercadorias.
O imperador Montezuma costumava receber anualmente 200 xiquipils (1,6 milhões de sementes) como tributo da cidade de Tabasco, que corresponderiam hoje a aproximadamente 30 sacas de 60 quilos.  
O imperador Montezuma ao encontrar-se com Cortez pela primeira vez ofereceu-lhe esta bebida aromatizada com mel em uma taça de ouro como sinal de boas vindas.
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A taça era de ouro puro e Cortez relatou que o imperador não se servia mais do que uma vez na mesma taça. Tal fato demonstrava, de um lado a imensa riqueza de Montezuma e por outro a alta estima que a bebida merecia. 
Cortez entusiasmado com a descoberta escreveu a seu soberano Carlos V, imperador da Áustria e rei da Espanha: Descobrimos um novo remédio é suficiente que se beba apenas uma taça para que fique totalmente reconfortável, tornando-nos capazes de obter a energia para o dia inteiro, mesmo sem nada mais comer” e em outra passagem: 
“Basta uma porção desta preciosa bebida para se fortalecer um soldado de tal forma que consiga caminhar o dia todo sem que tenha necessidade de ingerir qualquer outro alimento”.
Mas, no inicio pelo registro transcrito abaixo, é possível notar o desprezo europeu pelo produto de acordo com as palavras de Girolamo Benzoni em La História Del Mundo Nvovo 1575 D.C 
                    


“Isto(chocolate) mais parece bebidas para porcos que alimento para gente. Eu estive no país por mais de um ano e nunca quis experimentar isto, e sempre que passava em um local e recusava esta bebida oferecida pelos Índios, eles ficavam pasmos, e se afastavam sorrindo. Mas então, como havia escassez de vinho, eu tomava outras bebidas, pra não ficar apenas bebendo água. O sabor é algo amargo, ele satisfaz e refresca o corpo, mas não inebria, e é o produto mais valioso do mercado, segundo os Índios do país (México)’.(www.plantacacau.com.br)

E assim, a primeira remessa de cacau mexicano foi enviada a Espanha em 1580.

A deliciosa bebida impôs-se rapidamente na corte. Ao chocolate acrescentaram açúcar e aroma mais de acordo com o paladar espanhol. 
Até hoje na Espanha o chocolate é indispensável na primeira refeição do dia.

Os espanhóis mantiveram os segredos da arte de cultivar o cacau, assim como de prepará-lo como bebida durante 100 (cem) anos.

Por ocasião do casamento de Anna da Áustria (1602 a 1666), filha de rei Felipe III da Espanha, com Luis XIII da França, certos monges espanhóis ofereceram o chocolate a seus irmãos franceses.

Os embaixadores espanhóis passaram a imitá-los oferecendo também o chocolate como presente. Anna da Áustria introduziu o habito do chocolate na corte francesa. Pode-se dizer que o chocolate triunfou na frança, quando Maria Tereza filha do rei Felipe IV da Espanha , casou-se com Luis XIV, que em 1659 concede a David Chaillon, oficial da rainha, o privilégio exclusivo de durante dezenove anos fazer, vender e debilitar certa composição denominada “chocolate”.

Na Inglaterra o chocolate passou a ser verdadeiramente conhecido por volta de 1657. Seu uso foi rapidamente adotado pelo “Snobs” da época e logo difundido. Fundou-se em 1746 o famoso “Cocoa Tree Club” que se tornou um dos mais celébres do mundo, pois lá reuniam os homens da política para suas discussões. 
Para fechar esta postagem coloco suas qualidades nutritivas de acordo com informações encontradas em http://www.ceplac.gov.br/radar/radar_cacau.htm
Valor Energético do Chocolate
O chocolate é o alimento melhor balanceado que existe, contendo uma associação bem equilibrada de cacau, leite e açúcar.  
Devido ao seu alto índice de carboidratos e gordura, o chocolate apresenta taxas de proteínas bastante apreciável.  
Um tablete de 100 gramas corresponde a 6 ovos ou 3 copos de leite ou 220 gramas de pão branco ou 750 gramas de peixe ou 450 gramas de carne bovina.

Um tablete de 100 gramas de chocolate ao leite contém:
Glucídios 56 g
Elementos minerais

Vitaminas
Lipídeos 34 g




Protídeos 6 g Potássio 418 mg
Vitamina B1 0,10
Celulose 0,5 g Magnésio 58 g
Vitamina B2 0,38 mg
Água 1,1 g Cálcio 216 mg
Vitamina PP 0,80 mg
Calorias 550 Ferro 4mg



 Então, nada melhor que um bom e saboroso......e ouvir Tim Maia!!!!

                              Resultado de imagem para xícara de chocolate quente 
                                      
                                             
                                

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Garoto o violão mágico do Sp Quatrocentão

              

Esta postagem é didática para mim, pois aprendo e ao mesmo tempo uma forma que encontrei para homenagear um dos maiores músicos brasileiros no que concerne ao violão e quando comecei elaborá-la, não havia atinado da proximidade da comemoração do centenário de nascimento deste admirável músico, claro, ela também é de forma implícita extensível aos outros mestres que sem sombra de dúvidas, da mesma maneira, admiro de forma apaixonada, pois, sei que para extrair do chamado "pinho" acordes que sensibilizam os ouvidos mais apurados, é necessário muita sensibilidade, talento e dedicação extrema ao instrumento, certa vez lí uma frase do grande Baden Powell, na qual ele dizia, "eu sou o violão", ou seja, para ser e fazer o que ele e os outros mestres fazem parece que se faz necessário fundir-se ao instrumento tornando-se assim, um único elemento em prol da música.
No meu caso, tentando executar alguns acordes e escutando os mestres, deparei-me com as músicas do mestre Garoto através de gravações pesquisadas no acervo do professor Ronoel Simões apresentadas no programa da rádio cultura Violão com Fábio Zanon, que era apresentado pelo próprio mestre violonista e em um outro programa de nome Mundo do Violão do professor Thales de Guimarães (links no final) e posteriormente pelo trabalho magistral gravado e editado em partituras pelo outro emérito violonista brasileiro Paulo Bellinati em 1991, assim, no decorrer de minha navegação para aprender e descobrir soube também que
                                         
há um trabalho de Geraldo Ribeiro datado de 1979 com o título Álbum para Violão dos Grandes Sucessos de Aníbal Augusto Sardinha (Garoto) de 1979 e de um lp com o título Garoto por Geraldo Ribeiro de 1980,  também há o trabalho do fantástico músico Zé Menezes que trabalhou com Garoto e em 1998, gravou o CD Relendo Garoto, só com músicas do violonista paulista, por tudo isto, só posso dizer que comigo foi amor à primeira audição e que se renova a cada vez que tento executar (de maneira tosca, devo dizer) alguma obra ou ouço algo como, por exemplo: Duas contas, Naqueles Velhos Tempos entre outras que serão mencionadas no decorrer do texto.
Se me permitem vamos a um pequeno histórico do mestre em suas próprias palavras:
Em uma entrevista para o jornal Correio Paulistano, de Dezembro de 1949,
 
relembra:

 Resultado de imagem para Garoto - Aníbal Augusto Sardinha 

"Em 1929, no  Palácio das Industrias, tive minha primeira oportunidade, tocando com Canhoto, Zezinho e Mota, para um programa da General Motors. Éramos um grupo grande. Tempos depois, formamos uma Orquestra, com uniforme, gravatinha preta e calça de flanela, e depois comecei a tocar sozinho, e com o falecido Pinheirinho Barreto e Aluisio Silva formamos um novo grupo. Foi quando gravamos Zombando da Morte, um samba que se tornou muito popular."
Em 1927, a vitrola chegou ao Brasil, e provavelmente fez sua primeira gravação em 1929 com Paraguassú (seu tutor na época). Daí em diante, começou a trabalhar intensamente, tocando por todo o Estado de São Paulo em todo o tipo de ocasião. Então, por volta desse período, o cantor e violonista seresteiro já mencionado, Paraguassú, pioneiro no rádio paulistano, convidou o jovem Anníbal Augusto para apresentações no interior de São Paulo. Ao lado dessa grande estrela, começou definitivamente a carreira artística de Garoto. No ano seguinte, após um teste com Francisco Mignone, ele realizou sua primeira gravação em disco fazendo solo gravou dois maxixes “Bichinho de queijo” e “Driblando” em duo de banjo e violão, com Serelepe pela Parlophon, cujo diretor artístico era o próprio Mignone.
Passou, então, a tocar em emissoras locais, caso da pioneira Rádio Educadora Paulista, da Rádio Record e também da Cruzeiro do Sul. Conheceu e tornou-se amigo e parceiro de Aymoré (José Alves da Silva, 1908-1979) com quem fez várias gravações, tocou em diversos locais do país e também no estrangeiro, caso da Argentina, quando acompanharam Carlos Gardel.
Inventou em 1931, juntamente com o luthier Del Vecchio, o Violão Tenor, também chamado de Violinha.                                         Resultado de imagem para violão tenor 
Esse instrumento tem oito placas de alumínio na caixa de ressonância sendo ainda muito utilizado pelos conjuntos regionais  
Em sua trajetória violonística sempre procurando aperfeiçoar-se estudou em 1933 com o professor Attílio Bernardini (1888-1975) do qual é possível encontrar inúmeras peças para o instrumento o qual considerava “o mais expressivo dos instrumentos”. Da relação aluno professor nasceu o prelúdio de título Inspiração de 1947 que é “diga-se de passagem” lindo, na partitura original lê-se “ao amigo e professor Attilio Bernardini” o que demonstra sua gratidão e humildade.
Garoto também para dominar a técnica do violão erudito e a escrita da música em partitura, estudou harmonia no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo com o professor João Sépe em 1938.
Em 1938, Garoto e Aymoré seguem por caminhos diferentes.
Pois, São Paulo ficou pequeno para seu talento, e foi para o Rio de Janeiro em 1938 com o firme propósito de dar nova direção à sua carreira. Não imaginava que sua estadia no Rio seria breve, mas muito intensa. Começou a trabalhar na Radio Mayrink Veiga, que tinha um elenco de grandes estrelas, como Carmen Miranda e Laurindo de Almeida.
Com Laurindo, formou o duo de ritmo sincopado, e o grupo Cordas Quentes. O duo participou de várias sessões de gravação, para Henricão, Carmen Costa, Jararaca e Zé Formiga, Alvarenga e Ranchinho, Dorival Caymmi, Ary Barroso e Carmen Miranda, para citar alguns. No final de 1939, a grande surpresa: os Estados Unidos.
Convidado para acompanhar a portuguesa Carmem nos Estados Unidos aceitou o convite, e em 18 de outubro de 1939 embarcou no navio Uruguay para uma estadia que entre outras coisas rendeu-lhe o título de "O homem dos dedos de ouro", dado pelo organista Jesse Crawford, assim, tornou-se uma atração extra.
Enquanto Carmen atraía para si grandes platéias, ávidas para descobrir o que é que a baiana tem, que as outras mulheres não têm, uma platéia diferente composta de grandes nomes do jazz e seus adeptos, compareciam aos shows, maravilhados pelo músico jovem e virtuoso vindo de uma terra distante. Ele não simplesmente acompanhava Carmen. Sua habilidade no instrumento, e seu estilo pessoal ao interpretar as marchas e sambas que ela cantava, era o bastante para projetá-lo.
Duke Ellington e Art Tatum eram, entre outros, assíduos na platéia. Quando os shows de Carmen terminavam, ele se apresentava sozinho, para uma platéia doida para tomar conhecimento daquela nova concepção que ele estava introduzindo no mundo da música. Após oito meses 

                                    
trabalhando para Carmen, em diversas cidades americanas, Broadway, filmes e até tocando para o Presidente Roosevelt na Casa Branca, voltou ao Rio, para começar a jornada mais longa de sua vida, que durou quinze anos.
Entre outras experiências, no ano de 1952 integrou o Trio Surdina, produzido por Paulo Tapajós e formado por Fafá Lemos (violino) e Chiquinho do Acordeon.
Em 1953 participou do primeiro concerto para violão brasileiro Concertino n° 2 para violão e orquestra composto especialmente para ele pelo maestro Radamés Gnatalli tocado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com a regência da orquestra sendo de Eleazar de Carvalho.
Garoto e Radamés Gnattali tinham intensa ligação de amizade além da musical, tanto que o maestro compôs a magnífica Tocata em ritmo de samba em sua homenagem.
Também neste ano gravou seu primeiro disco como violonista pela gravadora Odeon com Abismo de Rosas de Canhoto e de sua autoria Tristezas de um violão.
Ainda no mesmo ano, lançou com sua bandinha o dobrado "São Paulo Quatrocentão" para  
               
comemoração do IV centenário da cidade de São Paulo sendo a música de sua autoria e de Chiquinho do Acordeom com letra de Avaré e conseguiu um inesperado sucesso de vendas, que foi reforçado pelo registro, meses depois, da cantora Hebe Camargo, com cerca de 700 mil cópias vendidas, um histórico fenômeno. 
Em tempo, vale dizer que Annibal Augusto Sardinha nasceu em São Paulo na Vila Economizadora, divisa entre os bairros do Brás e da Luz, próximo do rio Tamanduateí em 28 de junho de 1915.
No início era conhecido como “moleque do Banjo”nos conjuntos em que tocava , posteriormente por sugestão de Jaime Redondo mudou seu pseudônimo para Garoto.

Nos caminhos da Bossa Nova

Nas palavras do professor Ronoel Simões que infelizmente nos deixou em (5/10/2010), podemos inferir que ele teve grande influência neste movimento musical, pois o professor diz em uma entrevista de 2007: “O Garoto dava poucas aulas, mas foi professor de Carlos Lyra, influenciando a Bossa Nova com acordes e sequencia harmônicas que se consagraram como um estilo novo de se pensar a música. Essa influência foi verdadeira e definitiva, Acredito que Garoto foi precursor da Bossa Nova desde 1939”.
Um bom exemplo desta influência é o choro Sinal dos Tempos com suas seqüências harmônicas prenunciando o novo ritmo.
O trabalho já mencionado de Paulo Bellinati, é composto de cd, fita cassete e dois volumes com partituras cada um com treze solos transcritos, arranjados, editados e gravados por ele.
As músicas são:

Volume N° 1

  1. Duas Contas (Original)

  2. Duas Contas (Arranjo de P.Bellinati)                                     
  3. Inspiração
  4. Lamentos do Morro
  5. Rosto de Mulher
  6. Sinal dos Tempos
  7. Debussyana
  8. A cominho dos Estados Unidos
  9. Mazurka N° 3
  10. Carioquinha
  11. Voltarei
  12. Desvairada
  13. Improviso
Volume N°2
  1. 1Tristezas de um Violão (Choro Triste N° 1)
  2. Meditação
  3. Naqueles Velhos Tempos
  4. Gracioso
  5. Vivo Sonhando
  6. Enigma
  7. Esperança
  8. Nosso Choro
  9. Chôro Triste N°2
  10. Doce Lembrança
  11. Jorge do Fusa

  12. Gente Humilde (Original)
  13. Gente Humilde (Arranjo de P.Bellinati)
    Sobre a música gente Humilde, há fatos interessantes assinalados em www.violaobrasileiro.com.br (ao qual recomendo uma visita), do qual extrai o seguinte trecho:
    De acordo com Ferrete, Gente Humilde teve como inspiração as costumeiras visitas que Garoto fazia aos subúrbios cariocas. 
    De fato, tais visitas aconteceram sobretudo no biênio 1945/1946, conforme registrado diversas vezes em seus diários. O tema instrumental foi composto primeiro, para violão solo, e formava uma pequena suíte com outras duas músicas: as já citadas Meditação Vivo Sonhando.
    É interessante saber que esta musica também já nasceu com letra diferente da hoje conhecida composta pela dupla Chico Buarque Vinícius de Morais, como está narrado e demonstrado com a letra no site mencionado.

E assim este excepcional músico nos deixou seu magnífico legado.
Como por exemplo a música
Gente Humilde

Lamentos do Morro

Nos endereços abaixo é possível ouvir as joias deixadas pelo mestre e também ouvir narrações sobre sua trajetória de vida que de forma incompleta foram por mim sintetizadas,entretanto sem dúvida alguma, escrevo, aquele que gostar de violão e não conhecer este músico será como quem olha um frasco de perfume olha seu nome, mas não conhece sua fragrância e seu poder de enebriar.

http://vcfz.blogspot.com.br/