”Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a aprender." Alvin Tofller
Durante conversas informais sobre os mais variados temas, algumas vezes escuto a seguinte pergunta :
"Por que abordar vários assuntos, não é prejudicial para o próprio entendimento dos temas abordados ou trazer algum comprometimento para a saúde psíquica?".
E isto, deu-me o ensejo para pensar sobre a diversidade de assuntos com os quais tomamos contato diariamente e coincidiu com o fato de haver lido o livro choque do futuro de Alvin Toffler escrito em 1970, do qual eu tenho a sétima edição.
No capítulo da página 277 - 78 da citada edição Toffler escreveu "Se o choque do aprender fosse apenas uma questão de doença física, seria mais fácil prevenir e tratar.
Mas o choque do futuro ataca também o psiquismo. Assim como o corpo cede sob o esforço do superestímulo ambiental, a "mente" e seus processos de decisão se comportam de forma irregular quando se vêem sobrecarregados.
Ao acelerar indiscriminadamente os motores da mudança (o autor refere-se as constantes inovações tecnológicas, as quais estamos constantemente submetidos, observação minha), podemos estar minando não apenas a saúde daqueles menos capazes de se adaptar, mas sua própria habilidade de agir racionalmente por sua própria conta.
Os impressionantes sinais de colapso e confusão que vemos a nossa volta - o uso crescente de drogas, as ondas de misticismo, as irrupções decorrentes de vandalismo e de violência não-dirigida, as políticas de niilismo e nostalgia, a apatia doente de milhões de pessoas - podem ser melhores compreendidos reconhecendo-se o seu relacionamento com o choque do futuro.
Essas formas de irracionalidade social podem muito bem refletir a deterioração da tomada de decisões do indivíduo, debaixo da condição de superestímulo ambiental.
Os psicofisiologistas que estudam o impacto da mudança em diversos organismos demonstraram que uma adaptação bem-sucedida pode ocorrer apenas quando o nível de estímulo - a quantidade de mudança e inovação no meio ambiente - não é muito baixa e nem muito alta.
"O sistema nervoso central de um animal superior", diz o Prof.D.R. Berlyne, da Universidade de Toronto, " foi criado para lidar com ambientes que produzem uma certa taxa de... estímulo...Ele por certo não terá o melhor desempenho num ambiente que o deixa sobrecarregado e hipertenso." E diz o mesmo a respeito dos ambientes que o subestimulam.".
Mais adiante na página 279 entre outros exemplos Toffler escreveu: "O fato de que os homens se comportam irracionalmente, agindo contra os próprios interesses quando atirados em condições de elevada mudança e novidade, também fica patente em estudos do comportamento humano em períodos de incêndios, inundações, terremotos, luto familiar e outras crises. Até mesmo as pessoas mais estáveis e "normais", que não foram atingidas fisicamente, podem ser levadas a estados de não-adaptação. Freqüentemente reduzidas a um estado de desligamento e confusão total, elas parecem incapazes das mais elementares tomadas racionais de decisão".
Aqui aproveito para citar episódios como o furacão Katrina que ocasionou a total desagregação comportamental por parte de indivíduos submetidos ao alto stress, a situação do boato espalhado pela internet do fim do prograna de governo do "bolsa família" aqui no Brasil, que gerou uma histérica correria ao sistema financeiro, ou mesmo alguns casos de "apagões de energia" que ocorrem em grandes cidades e geram desordem social.
Estas situações geradoras de stress acentuado estimulam a produção do hormônio cortisol, que quando produzido em excesso é prejudicial para o bom funcionamento do cérebro, alterando também sua estrutura, com a morte de celulas.
De acordo com o texto do livro longevidade do cérebro de Dharma Singh Khalsa, MD. pp 20 - 21 " Em quantidades moderadas, o cortisol não é prejudicial. Porém, quando produzido em excesso, dia após dia - como conseqüência de um estresse crônico e implacável - esse hormônio é tão tóxico para o cérebro que acaba matando ou danificando bilhões de células cerebrais".
Alguns parágrafos adiante, é citado que existem controvérsias, a respeito das causas da ocorrência da morte das células cerebrais e as origens do mal de Alzheimer, não obstante, a observação de como é encarado o cérebro é colocada com propriedade.
"Nem todos os pesquisadores concordam acerca da morte das células cerebrais. A origem do mal de Alzheimer ainda está sendo discutida. Não obstante, todos os pesquisadores concordam em uma coisa:
O cérebro é apenas o corpo humano. Isto parece obvío, mas o público, em geral, tende a menosprezar esse simples fato. As pessoasmuitas vezes confundem o cérebro com a mente, ainda que um e outro sejam duas entidades diferentes.
A mente é o "software", o produto místico e misterioso de tudo o que somos. O cérebro é o "hardware", um órgão físico que requer nutrição, descanso, uso e cuidados médicos apropriados.
Em razão das pessoas esquecerem que seu cérebro é um órgão do corpo humano, elas negligenciam no cuidado físico e na manutenção do cérebro. Milhões de pessoas despendem quantidades enormes de energia em programas de atividade física para estimular seus corações e músculos - mas ignoram totalmente o órgão mais importante do corpo: o cérebro.
Qual é o resultado dessa negligência?.
Uma morte lenta do cérebro. Na maioria das pessoas, 20% de todas as células cerebrais morrem durante o curso de uma existência . O tamanho do cérebro diminui significativamente e há uma perda de potência cerebral."
Descrição do cérebro por um ponto de vista Técnológico
Texto extraido de pt.scribd.com/doc/67885544/4/Redes-Neuronais-e-Cerebros-Artificiais
"O cérebro é um órgão especialmente complexo. Os seus neurónios, vasos sanguíneos e ventrículos cheios de líquido são constituídos por membranas lipídicas, proteínas e grande quantidade de água.
Podes deformar o cérebro com um dedo, cortá-lo com um micrótomo, inserir eléctrodos nos seus neurónios e ver o sangue circular nos seus vasos.
O estudo do cérebro está firmemente ancorado na biologia e na medicina. No entanto, há mais maneiras de estudar o cérebro incluindo algumas que têm atraído a atenção de matemáticos, físicos, engenheiros e informáticos.
Estes cientistas pensam no cérebro através de equações, desenvolvendo modelos em computador e até construção de modelos que imitam os neurónios no interior das nossas cabeças.
Os cérebros são altamente adaptáveis. Podem descodificar um discurso que lhes é completamente estranho.
São também tolerantes quando as coisas correm mal. Normalmente, funcionam bastante bem durante uma vida inteira, havendo sempre células a morrer, e mesmo em idade avançada são capazes de continuar a aprender novos truques.
Os robôs que se constroem hoje em dia são já bastante bons a desempenhar o conjunto limitado de tarefas para que foram concebidos, tais como construir uma porção de um carro, mas são muito menos tolerantes quando as coisas correm mal.
Os cérebros são formados por redes neuronais altamente interligadas. Os neurónios que as constituem necessitam de energia e as redes necessitam de espaço.(veja vídeo)
O nosso cérebro contém cerca de 100 mil milhões (10¹¹) de neurónios, 3,2
milhões de quilómetros de “fios”, mil biliões (10¹5) de ligações, tudo empacotado num volume de 1,5 litros, mas pesando somente 1,5 Kg e consumindo apenas 10 watts.
Se tentássemos construir um cérebro assim, usando “chips” de silício, consumiria cerca de 10 megawatts, isto é, a energia necessária para alimentar uma cidade.
Para ainda piorar as coisas, o calor produzido por um cérebro de silício faria com que ele simplesmente derretesse!
O grande desafio está em descobrir como os cérebros são tão económicos e como funcionam tão eficientemente, e usar princípios análogos para construir máquinas que funcionem de modo semelhante aos cérebros naturais."
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