terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

As Rainhas do Egito

                             
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A civilização egípcia especificamente na era faraônica teve vários reis e rainhas, cujos reinados são estudados de acordo com os historiadores por períodos denominados dinastias.
Dentre os reis e rainhas que passaram pelo Egito e marcaram suas presenças erigindo construções de palácios e pirâmides que marcaram de forma indelével seus nomes na historia egípcia e da humanidade.
Para poder postar algo que compense o tempo dispensado a leitura do blog à qual agradeço, coligi informações em trabalhos acadêmicos estando entre eles (AS MULHERES DO FARAÓ: ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS RAINHAS TIYE E NEFERTITI DURANTE O REGIME DE AMENHOTEP IV / AKHENATON (c. 1352 - 1336 AEC - de PRISCILA SCOVILLE) sendo os demais, mencionados no decorrer do texto.
Destarte, prosseguido, os faraós possuem papel destacado na história egípcia, Faraó é um termo grego que surge como derivação do egípcio per-aa (casa grande) em relação ao sistema de organização do poder no Egito Antigo.
De acordo com (ALDRED, Cyril. Op. Cit., 1966, pp. 102-103), o rei atuava a princípio com o domínio total do Egito e suas possessões e na IV dinastia o sistema se mantinha, com o palácio real e os edifícios oficiais anexos na forma de uma “Casa Grande” onde o governo do país era dirigido por ministros escolhidos, nos quais a autoridade real fora delegada.
Contudo, na VI dinastia esse sistema centralização política começou a decair devido ao aumento do poder de famílias locais.
Per-aa, todavia, se tornou a referencia para que os gregos se referirem ao rei, como faraó.
A figura dos faraós sempre suscita imagens de poder absoluto que nos são veiculadas através da literatura e filmes. Para uma representação mais condizente com a realidade insiro um trecho da Coleção Historia da África, V; pág 42, que traz: “Segundo a teoria da realeza, o faraó encarnava o Estado e era responsável por todas as atividades do país. Além disso, era o sumo sacerdote de todos os deuses, servindo-os diariamente em cada um dos templos.
Obviamente, na prática, era -lhe impossível corresponder a tudo o que dele se esperava. Necessitava de representantes para executar suas tarefas divinas: ministros, funcionários nas províncias, generais no exército e sacerdotes nos templos.
Embora seu poder fosse teoricamente absoluto, ele não podia, de fato, exercê-lo livremente.
Era ele a personificação de crenças e práticas muito antigas que se desenvolveram progressivamente com o passar dos anos.
Na realidade, a vida dos reis era tão codificada que estes não podiam passear ou banhar–se sem submeter -se ao cerimonial estabelecido para cada um desses atos, regulado por ritos e obrigações.
No entanto, sob suas coroas ricamente ornamentadas, os faraós possuíam, é claro, uma dimensão humana: eram sensíveis ao amor e ao ódio, à ambição e à desconfiança, à cólera e ao desejo.
Durante toda a história do antigo Egito, a arte e a literatura representaram o faraó segundo um ideal estereotipado, sendo, contudo, notável que se tenha chegado a conhecer os reis individualmente, como seres dotados de personalidade própria.”
Na língua egípcia o governante era chamado de nesu (rei), neb (senhor) ou hem (majestade), entretanto, algumas rainhas obtiveram notoriedade passando à posteridade com fama e repercussão notáveis.
Quatro mulheres tornaram -se faraós: curiosamente, as duas primeiras (Nitócris e Sebeknefru) assinalam o fim de uma dinastia, e as outras duas (Hatshepsut e Tauosré) passaram à posteridade como usurpadoras. Aqui insiro informações retiradas do trabalho (A mulher faraó representações da rainha Hatshepsut como instrumento de legitimação Egito Antigo século XV AC; Fernandes de Sousa.A; pág 58) “ Podemos destacar três linhas teóricas que tentam explicar a ascensão de Hatshepsut ao poder. A primeira que atualmente parece não ter muitos seguidores, classifica a rainha como usurpadora do trono, por ser a única herdeira com o sangue real dos reunificadores. Entre os autores que defendem tal proposição está Bárbara Lesko. A segunda vê Hatshepsut como co-regente, por se basear na biografia de um alto funcionário que designa Thutmés III com rei no palácio e Hatshepsut como responsável pelos negócios do pais. Já a terceira linha teórica a designa como faraó e tal reinado poderia ter tido um caráter dual, ou seja, com dois reis coroados, tendo o faraó Hatshepsut como a figura proeminente, tendo Thutmés III um papel secundário em relação à ela. Esta última linha é defendida por autores como Gay Robins e Cathleen Keller e é a que considramos mais pertinente”.  

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Eram pródigas as honras demonstradas à mãe, esposas e filhas do rei. Algumas princesas do Médio Império e principalmente, em tempos posteriores, Teye, primeira esposa de Amenófis III, e Nefertári, primeira esposa de Ramsés II, receberam honras excepcionais.
As rainhas Ahhotep, durante o governo de Amásis e Ahmosis -Nefertári, durante o governo de Amenófis I, parecem ter exercido uma influência determinante em questões políticas ou religiosas. A atribuição da função ritual de “divina esposa de Âmon” a princesas ou rainhas mostra o papel indispensável da feminilidade e da mulher no culto do deus cósmico. Contudo não existe prova positiva de um regime matriarcal no conceito egípcio de realeza e, em particular, não está absolutamente demonstrada a teoria de que na época amósida o direito dinástico era normalmente transmitido através da mulher.
(Coleção Historia da África, 2° V; pág 82-83)

As rainhas que vou colocar em destaque são as rainhas de nome Ahmés-Nefertári e Nefertiti, além das mencionadas acima.
Portanto, é necessário esclarecer os papeis de cada uma delas na história egípcia. De acordo com o texto sobre os egípcios, na já mencionada Coleção Historia da África Volume, há à narração de que existiu a rainha Ahmés-Nefertari, que se tornou divindade da necrópole tebana junto com seu filho Amenófis I.
A rainha Ahmés-Nefertari foi esposa do faraó Amósis I da XVIII dinastia e possivelmente filha de Ahnhotep.
De acordo com (Betsy M. Op. Cit., p. 219), o nome dessa rainha aparece pela primeira vez na “estela da doação” feita por Amósis, onde é descrita como a “filha do rei”, “irmã do rei”, “grande esposa real”, “esposa do deus Amon” e “Senhora do Alto e Baixo Egito”.
A rainha operava independentemente de seu marido na construção de monumentos e nas operações de cargos religiosos. Ahmés-Nefertari, ainda, recebe o título de “segundo profeta de Amon”, cargo que ela manteve até o reinado de Tothmés I e que só seria assumido posteriormente por homens.
A posição conquistada pela rainha não era apenas religiosa, ela exercia poder político, uma vez que essas coisas não se separavam no Egito Antigo - o que explica o fato de Ahmés-Nefertari ter usado mais frequentemente o título de “esposa do deus Amon” que o de “grande esposa real”.
A rainha Ahmés-Nefertari, foi deificada na região de Tebas, especialmente
                               

                                  
em Deir el-Medina.


Nefertiti (dinastia XVIII)


Também a rainha Nefertiti esposa de Akhenaton anteriormente chamado
                            
                               
Amenhotep IV. Este faraó teve como esposa secundária a dama Kia, que usou o excepcional título de «grande esposa real duplamente amada» (hemet-merereti-aat netnesu-biti).
Apesar de Nefertiti ser uma das rainhas egípcias mais populares nos dias de hoje, pouco sabemos sobre suas origens.
Diversas são as teorias pensadas para explicar quem era Nefertiti. Atualmente, a hipótese mais aceita afirma que esta rainha era filha de Ay, irmão de Tiye, e que sua mãe fazia parte do culto a Ahmose-Nefertari, embora não possamos ter certeza sobre nenhum desses aspectos. Sabemos, porém, que a rainha adicionou Nefernefruaten como prenome de Nefertiti, ainda antes de Amenhotep IV modificar o seu nome para Akhenaton, no quinto ano de seu reinado.
No início do reinado de seu marido, Nefertiti usou as insígnias comuns de uma rainha, como a coroa de plumas e o toucado da deusa Hathor, filha do deus sol Rá.
Essa associação solar deve ter tornado essa coroa aceitável no culto a Aton. Contudo, quando a capital mudou de Tebas para Akhetaten, Nefertiti já

                                   
possuía sua típica coroa azul, que não foi usada por nenhuma outra rainha antes ou depois de Nefertiti.
A importância da rainha é percebida ainda antes da mudança para a nova capital, Akhetaten, quando Nefertiti aparece em Karnak fazendo oferenda a Aton sem a presença do marido.

Nefertári (dinastia XIX)


Para a XIX dinastia registra-se os nomes das rainhas Nefertari e Isitnefert,

                                        
duas das principais esposas de Ramsés II, (Trecho abaixo traduzido de forma livre de Courier outubro 1941 pág 8)
para Nefertari Ramsés  dedicou o pequeno Templo
                                                      

                            
centenas de metros distante (do templo de Abu Simbel)cruzando um estreito vale de areia.
Sua fachada mede 26,4 metros de largura e 9 metros de altura. É orna mentado  por seis estátuas colossais,  cada uma com 9 ,9 metros de altura. Elas estão separadas em dois grupos sendo que em cada  um a rainha fica entre as figuras do fárao tendo seus filhos aos seus pés.  Um dos pilares  tras a incrição: "O rei construiu este templo cortando-o na rocha da colina The Country Takens".
No interior da colina há um hall grande e baixo sustentado por seis colunas.
Três portas conduzem para um vestíbulo e através dele para  um modesto santuário.  Usando as palavras de experts da engenharia " A inspiração dos monumentos de Abu Simbel vai acima  e além da concepção dos antigos egípcios para quem as pirâmides eram o máximo da perfeição arquitetônica, como a única conclusão de um longo processo tendendo para a abstração geométrica. O que prevalece aqui é senso plástico de massa; 
O monumento funde-se com seu ambiente, a arquitetura casa-se com a escultura e a escultura e a escultura atualmente adquire  um caráter dominante no conjunto".      

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