Durante
o período de escravidão, foram muitos os protestos e insurreições
contra essa dominação, em busca pela sobrevivência em um país com
costumes diferentes dos oriundos da África. Só foi possível montar
o escravismo diante de uma vigilância ferrenha e uma violência de
punição preventiva, estruturada nas relações produtivas diante
dos quadros de protestos e resistências por parte dos escravos
(Ribeiro, 2006).
A
essa dominação colonialista escravagista, surgiram núcleos de
resistência e abrigo aos escravos que fugiam e a estes núcleos
foram denominados quilombos.
No
Brasil, os quilombos tidos como núcleo paralelos de poder,
organização social e produção de subsistência, eram considerados
a expressão mais radical de ruptura com o sistema latifundiário e
escravista, e tinham como emblema principal o quilombo de Palmares.
Foram descritos pela legislação da época, com elementos como:
fuga, auto-consumo, moradia precária, número mínimo de pessoas,
isolamento geográfico e proximidade com uma natureza selvagem que
não era considerada como civilização.
A
resistência e luta contra o sistema colonialista escravocrata que os
oprimia colocava os negros em uma posição ativa diante do contexto
em que estavam inseridos(Miranda,2010).
Há
registros de que a palavra quilombo foi trazida para o Brasil e a
toda a América
por
negros africanos escravizados, assumindo sentidos diversos em épocas
e regiões diferentes. Esse vocábulo, justamente com seu conteúdo
militar e sociopolítico, remete-se a povos africanos de língua
bantu, como os Umbungala, os Mbundu, os Kongos, os Ovimbumdue e os
Lunda, apesar de ser originariamente da língua umbundu. A palavra
quilombo possui uma conotação que envolve migrações, alianças e
guerras em que homens, membros que não se distinguem por filiação
ou linhagem eram submetidos aos rituais de iniciação. Esses rituais
os retiravam da proteção de suas linhagens e os integravam em uma
organização como co-guerreiros e super homens imunes ás armas de
seus inimigos (Calheiros& Stadtler,2010).