Cinturões de Van Allen
Fazendo minhas
navegações para descobrir e fazendo valer a frase sapere aude,
deparei com o trabalho “O
campo magnético da terra – de Caio
Fábio Teixeira Correia da UFP”
e do curso Magnetismo da
terra Profa Kátia Pinheiro
/ Observatório Nacional
usando-os como base entre outras fontes, então, de acordo com a
máxima acima resolvi fazer a postagem sobre o cinturão de Van Allen
e aparição do fenômeno das auroras.
Destarte, começo, em
janeiro de 1958, a primeira missão da sonda americana “Explorer 1”
foi lançada, contendo um experimento de raios cósmicos elaborado
por um cientista americano, James Van Allen e seus estudantes de
graduação.
O cientista Van Allen, foi responsável pelo desenho e construção do primeiro satélite americano lançado com sucesso, o Explorer 1, lançado em 31 de Janeiro de 1958, pela NASA, e que fez as primeiras detecções da radiação espacial.
Suas detecções foram
um pouco confusas, por conta do alto índice de radiação, mas que
mais tarde
foram esclarecidas pelo
Explorer 3 (O lançamento do Explorer 2 falhou), dados do “Explorer
1” e “Explorer 3” foram estudados e os cientistas fizeram uma
grande descoberta: a existência de uma região com formato de rosca
com partículas carregadas que foram aprisionadas pelo campo
magnético terrestre.
Esta região foi
batizada com o nome de “Cinturão de Van
Allen”, em homenagem ao seu descobridor.
Estes cinturões formam
duas regiões anelares coaxiais com o eixo geomagnético. O cinturão
interno contém principalmente prótons
e o externo, elétrons
energéticos e varia consideravelmente.
A região interna está
a cerca de 3.000 km acima da superfície da Terra e com uma espessura
de 5.000 km.
O Cinturão
Interno também foi descoberto independentemente em 1958
pelos estadunidenses S. Fred Singer (U. de Maryland), Paul Kellogg
(U. de Minnesota) e o russo S.N. Vernov (USSR) e confirmado em 1959,
através de experimentos com foguetes levando filmes fotográficos
especiais para detecção de partículas energéticas.
O Cinturão Interno de
Radiação é um subproduto da radiação cósmica da galáxia
(prótons e elétrons,
principalmente, que bombardeiam a Terra de todas as direções).
Embora a quantidade de energia
recebida através desses raios cósmicos seja comparável à energia
que recebemos das estrelas
distantes, o cinturão acumula partículas durante anos,
proporcionando uma população
permanente de partículas carregadas.
Este Cinturão Interno de
Radiação ocupa uma região compacta sobre o equador, tem uma
baixa densidade, mas
suas partículas têm elevada energia, da escala de 10 a 100 meV, que
podem penetrar e
danificar naves ou apresentar perigo para astronautas, em exposição
prolongada.
O Cinturão
Externo de Van Allen foi descoberto pelas sondas espaciais
Pioneer 3 e 4,
lançadas,
respectivamente, em dezembro de 1958 e março de 1959. A Pioneer 3
não alcançou seu objetivo em comum
com a sonda nº. 4, que era de alcançar a Lua, devido uma falha e alcançou 102.320 km de
altitude, retornando à Terra para queimar na atmosfera. Mas ambas detectaram esse segundo
cinturão de radiação. A Pioneer 4, após passar pela Lua ficou orbitando diretamente o
Sol.
Partículas carregadas que penetram na
magnetosfera são aprisionadas pelas linhas de campo geomagnético e
formando os chamados cinturões de radiação Van Allen supra
citados..
Dentro de cada cinturão, as partículas
carregadas se movem de maneira helicoidal em torno das linhas de
campo geomagnético, em decorrência de forças
de Lorentz.
A Força de Lorentz é a superposição da força elétrica, proveniente de um campo elétrico , com a força magnética, devida a um campo magnético , que atuam sobre uma partícula carregada elétricamente se movendo no espaço. (fonte: Wikipedia)
A Força de Lorentz é a superposição da força elétrica, proveniente de um campo elétrico , com a força magnética, devida a um campo magnético , que atuam sobre uma partícula carregada elétricamente se movendo no espaço. (fonte: Wikipedia)
A velocidade da partícula torna–se
menor quando ela se aproxima da Terra, onde a intensidade do campo
aumenta. Eventualmente, a velocidade da partícula chega a zero e
reverte de sentido.
Isto faz com que as partículas
caminhem de uma região polar a outra rapidamente ao longo das linhas
de campo.
Para reforçar a ideia
do movimento das partículas, adiciono o seguinte trecho:
“Em
típicas linhas de campo, unidas à Terra em ambas as extremidades,
tal movimento conduziria logo as partículas à atmosfera, aonde
colidiriam e perderiam sua energia. Entretanto, uma característica
adicional desse movimento orbital geralmente impede que isto
aconteça: o
movimento
da partícula retarda à medida que ela se move para as regiões onde
o campo magnético é forte, chegando até a parar e inverter.
É
como se as partículas fossem repelidas de tais regiões, um
contraste interessante com o ferro, que é atraído para onde o campo
magnético é forte.”(STERN,
2003).
Representação
esquemática dos cinturões de Van Allen constituídos por partículas
carregadas aprisionadas pelo campo magnético da Terra. O cinturão
interno (1.000 a 3.000 km) contém principalmente prótons e o
cinturão externo (20.000 a 30.000 km) contém elétrons energéticos
(Fonte: Lowrie)
Já a região externa
está entre 15.000 e 20.000 km acima da superfície terrestre e
possui uma espessura que varia entre 6.000 e 10.000 km.
Alguns dos elétrons do
anel externo podem ser acelerados. Esses elétrons podem provocar
danos aos satélites artificiais, já que provocam descargas
elétricas internas na eletrônica desses satélites. Essas descargas
podem perturbar ou danificar permanentemente qualquer satélite que
atravesse pelos cinturões, podendo afetar a transmissão de sinais
de TV e telefone, sinal de GPS e navegação por rádio. Esse
ambiente espacial de intensa radiação é também perigoso para os
astronautas.
Durante uma tempestade
magnética, a quantidade de elétrons pode aumentar cerca de mil
vezes.
A atividade solar
intensa faz com que o sol libere quantidades imensas de gás ionizado
e devido à alta temperatura, este gás transforma-se em plasma.
O
plasma: é o quarto estado físico da
matéria. O primeiro é o sólido, mais frio. Quando aquecemos o
sólido, o transformamos no estado líquido. Já quando aquecemos o
líquido ele se transforma em gás. Quando aquecemos o gás, os
átomos se “quebram” em partículas carregadas, transformando o
gás em plasma. Este plasma ou vento solar é um fluxo de
partículas eletricamente carregadas, formado principalmente por
prótons, elétrons e alguns núcleos de hélio a uma velocidade
aproximada de 600 km/s e com uma densidade média de 1,5 prótons por
centímetro cúbico.
Este fluxo tem origem
na Coroa Solar.
E à medida que deixa o
Sol, leva consigo a polaridade do campo magnético de onde partiu,
arrastando as linhas de campo para o espaço, formando o Campo
Magnético
Interplanetário.
Interplanetário.
(CMI),
que nas proximidades do planeta Terra tem uma intensidade 10.000
vezes menor que o campo magnético da própria Terra, na superfície.
O plasma solar arrasta
as linhas do campo magnético interno da Terra que tem o formato de
um dipolo magnético comum.
Essa forma das linhas
de campo demarca a magnetosfera que é a região ocupada pelas linhas
do campo magnético terrestre.
E o vento solar leva as
linhas de campo para um formato desigual das linhas no lado do dia e
da noite, ou seja, o vento solar aproxima o campo magnético da
terra.
A interação entre o
plasma do vento solar e a magnetosfera é conhecida como
“Conexão Sol-Terra”.
“Conexão Sol-Terra”.
Apesar do vento solar
transportar menos do que um milionésimo da energia eletromagnética
do Sol, ele transfere para a magnetosfera e ionosfera centenas de
bilhões de watts por dia, um valor comparável a geração
de energia pelos humanos nesse mesmo período de tempo.
Radiação
Cósmica Solar
(Trecho
extraído de Astrobiologia -- Will
Robson Monteiro Rocha)
O Sol emite dois tipos de
radiação:
- partículas pouco energéticas que fluem constantemente em direção à Terra.
- altamente energéticas, que geralmente aparecem dentro do ciclo de 11 anos do máximo solar. Essa última pode alcançar a ordem de 10 GeV, que é perigoso para dispositivos eletrônicos e astronautas.
As partículas muito
energéticas do Sol se tornam perigosas para órbitas de alta
inclinação como as órbitas polares.
Nesse caso, órbitas
equatoriais são mais protegidas da radiação.
A figura abaixo mostra
uma ilustração da interação do vento solar e o campo magnético
Terrestre.
Nessa figura como já mencionado no trecho sobre o vento
solar, é possível perceber que as partículas que são defletidas
pelo campo magnético alongam a estrutura das linhas de campo, mas
dependem da pressão imposta pelo vento.
Outras partículas são
capturadas pelas linhas de campo e ocasionam as auroras
boreais (Cúspide polar).
Aurora boreal
Uma tempestade magnética pode ser
acompanhada pelo aparecimento de um dos fenômenos mais intensos e
fascinantes que é observado no céu, denominado de aurora .
Aqui insiro a descrição
da aurora que Segundo Costa
(2001) :
“Ali,
a pelo menos 100 km da superfície, elétrons chocam-se com átomos
de oxigênio e nitrogênio das moléculas da alta atmosfera,
dando-lhes uma energia extra que, absorvida, provoca um estado
excitado: os elétrons saltam para níveis mais energéticos e, como
não podem manter-se nesse estado por muito tempo, retornam aos seus
níveis de origem devolvendo a energia extra na forma de um fóton
- ou um pulso de luz. Trilhões de átomos e moléculas no estado
excitado produzirão a luz da aurora.”
Este fenômeno da natureza como visto
surge nas altas latitudes, em ambos os hemisférios e formam as
auroras boreais e austrais
nas regiões polares norte e sul,
respectivamente.
A aurora é causada por emissão de luz
da atmosfera superior numa forma parecida com uma descarga elétrica.
Quando os elétrons atingem a alta
atmosfera, no seu movimento espiral em torno das linhas de campo
geomagnético, dois processos ocorrem:
- 1- Partículas de alta energia, em colisão com as moléculas, vão retirar um elétron e ionizar as moléculas; com isto, dobra a quantidade de elétrons e aumenta a condutividade do meio.
- 2- Para partículas de baixa energia, mas acima de certo valor limite, as moléculas da atmosfera recebem energia, tornam-se excitadas, dissipam energia através de emissão de luz – chamados fótons.
veja vídeo sobre Aurora boreal https://vimeo.com/8218178
Sabemos que para átomos e moléculas,
a excitação e emissão só podem ocorrer em determinados níveis de
energia (níveis quantizados) e somente determinados comprimentos de
onda de luz podem ser emitidos depois de um certo tempo após a sua
excitação. As auroras ocorrem de forma similar às lâmpadas de
néon; um tubo contendo gás é bombardeado por
uma corrente elétrica.
Assim, as partículas (elétrons)
liberam a energia correta para que o gás brilhe com uma cor
característica.
As altitudes em que se formam as
auroras são determinadas por:
1- a energia das partículas que
chegam na atmosfera;2- a composição e densidade da atmosfera;
3- os níveis de emissão permitidos das partículas da atmosfera;
4- a meia vida do estado de excitação para a emissão característica
Distribuição
das partículas na atmosfera
Entre 60 e 100 km de altitude
predominam moléculas de nitrogênio e oxigênio. Já entre 100 e 200
km, encontramos principalmente átomos de oxigênio e moléculas de
nitrogênio. Acima de 200 km dominam os átomos de oxigênio.
Acima de 150 km, a densidade
atmosférica é muito baixa de modo que teremos poucas colisões para
excitar átomos e moléculas. Na atmosfera onde predominam hidrogênio
e hélio, as colisões produzem somente níveis de pouca visão.
Embora, as emissões de moléculas de
nitrogênio (cor rosa) sejam
quase tão intensas quanto às de oxigênio (cor
verde), para altitudes menores que 200 km, nossos olhos
favorecem a visão da emissão do oxigênio (cor
verde).
sto decorre do fato que a meia vida do
oxigênio é de 3 / 4 de
segundos, enquanto a meia vida do nitrogênio é quase instantânea.
Conforme
visto, as tempestades e o Vento Solar influenciam e interagem
fortemente com o campo magnético de
nosso planeta, formando anéis de partículas, ondas de choque,
distorção no seu formato, auroras, entre outros fenômenos.
O campo magnético do
planeta Terra é um dos diversos fatores fundamentais para a
manutenção da vida, pois é essencial para o equilíbrio dos ciclos
atmosféricos e geológicos, protegendo direta e indiretamente os
seres vivos e possivelmente nosso lar não fosse capaz de sustentar a
vida sem ele.
Mais recentemente outra
novidade sobre os cinturões de Van Allen foram descobertas, conforme
o texto transcrito de The Celestial Mechanic
vol.40 n° 12 e o qual apresento em uma tradução livre:
Invisible
shield found thousands of miles above Earth blocks
'killer
electrons'
A team led by the
University of Colorado Boulder has discovered an invisible shield
some 7,200 miles above Earth that blocks so-called "killer
electrons," which whip
around the planet at near-light speed and have been known to threaten
astronauts, fry satellites and degrade space systems during intense
solar storms.
The barrier to the
particle motion was discovered in the Van Allen radiation belts, two
doughnut-shaped rings above Earth that are filled with high-energy
electrons and protons, said distinguished Professor Daniel Baker,
director of CU-Boulder's Laboratory for Atmospheric and Space Physics
(LASP). Held in place by Earth's magnetic field, the Van Allen
radiation belts periodically swell and shrink in response to incoming
energy disturbances from the sun.
As the first significant
discovery of the space age, the Van Allen radiation belts were
detected in 1958 by Professor James Van Allen and his team at the
University of Iowa and were found to be composed of an inner and
outer belt extending up to 25,000 miles above Earth's surface.
In 2013,
Baker -- who received his doctorate under Van Allen -- led a team
that used the twin Van Allen Probes launched by NASA in 2012 to
discover a third, transient "storage ring" between the
inner and outer Van Allen radiation belts that seems to come and go
with the intensity of space weather.
The latest mystery
revolves around an "extremely sharp" boundary at the inner
edge of the outer belt at roughly 7,200 miles in altitude that
appears to block the ultrafast electrons from breeching the shield
and moving deeper towards Earth's atmosphere.
"It's almost like
theses electrons are running into a glass wall in space," said
Baker, the study's lead author. "Somewhat like the shields
created by force fields on Star Trek that were used to repel alien
weapons, we are seeing an invisible shield blocking these electrons.
It's an extremely puzzling phenomenon."
A
paper on the subject was published in the Nov. 27 issue of Nature
The team originally
thought the highly charged electrons, which are looping around Earth
at more than 100,000 miles per second, would slowly drift downward
into the upper atmosphere and gradually be wiped out by interactions
with air molecules.
But the impenetrable
barrier seen by the twin Van Allen belt spacecraft stops the
electrons before they get that far, said Baker.
The group looked at a
number of scenarios that could create and maintain such a barrier.
The team wondered if it might have to do with Earth's magnetic field
lines, which trap and control protons and electrons, bouncing them
between Earth's poles like beads on a string. The also looked at
whether radio signals from human transmitters on Earth could be
scattering the charged electrons at the barrier, preventing their
downward motion. Neither explanation held scientific water, Baker
said.
"Nature abhors strong
gradients and generally finds ways to smooth them out, so we would
expect some of the relativistic electrons to move inward and some
outward," said Baker. "It's not obvious how the slow,
gradual processes that should be involved in motion of these
particles can conspire to create such a sharp, persistent bounda-ry
at this location in space."
Another scenario is that
the giant cloud of cold, electrically charged gas called the
plasmasphere, which begins about 600 miles above Earth and stretches
thousands of miles into the outer Van Allen belt, is scattering the
elec-trons at the boundary with low frequency, electromagnetic waves
that create a plasmapheric "hiss," said Baker. The hiss
sounds like white noise when played over a speaker, he said.
While Baker said
plasmaspheric hiss may play a role in the puzzling space barrier, he
believes there is more to the story. "I think the key here is to
keep observing the region in exquisite detail, which we can do
because of the powerful instruments on the Van Allen probes. If the
sun really blasts Earth's magnetosphere with a coronal mass ejection
(CME), I suspect it will breach the shield for a period of time,"
said Baker, also a faculty member in the astro-physical and planetary
sciences department.
"It's like looking at the phenomenon with new eyes, with a new
set of instrumentation, which give us the detail to say, 'Yes, there
is this hard, fast boundary,'" said John Foster, associate
director of MIT's Haystack Observatory and a study co-author.
Escudo
invisível encontrado a milhares de milhas sobre a Terra
bloqueia “eletrons assassinos”
Uma equipe liderada
pela University of Colorado Boulder descobriu um escudo invisível à
quase 7.200 milhas acima da terra que bloqueia os chamados “elétrons
assassinos” os quais se movem rápido e violentamente ao
redor do planeta em velocidade próxima da luz e são conhecidos por
ameaçarem a vida de astronautas, “fritarem” satélites e
degradarem sistemas espaciais durante as intensas tempestades
solares.
A barreira para a
movimentação das partículas foi descoberto dentro dos cinturões
de radiação Van Allen, dois anéis com forma de “rosca” sobre a
terra que são preenchidos de elétrons e prótons com alta energia,
conforme explicado pelo respeitado professor Daniel Baker, diretor do
CU-Boulder's Laboratory for Atmospheric and
Space Physics (LASP).
Conservado em sua
posição pelo campo magnético da Terra os cinturões de radiação
de Van Allen periodicamente expandem-se ou encolhem em resposta ao
recebimento de energia das perturbações vindas do sol.
Como a primeira significante descoberta
da idade espacial, os cinturões de radiação de Van Allen foram
detectados em 1058 pelo Professor James Van Allen e sua equipe na
University of Iowa e foram explicados como sendo compostos de um
cinto interno e outro externo, estendendo – se acima de 25,000
milhas acima da superfície da Terra.
Em 2013, Baker --- que recebeu seu
doutorado sob a orientação de Van Allen – liderou a equipe que
usou as sondas gêmeas de prova Van Allen lançadas pela NASA em 2012
para
descobrir um terceiro, transitório “anel
de armazenamento” entre o interno e o externo cinto de
radiação de Van Allen que parece “vir e ir”
de acordo com a intensidade do “clima”
espacial.
O ultimo recente mistério gira ao
redor de uma fronteira
“extremamente definida” na borda
dos cintos interno e externo em aproximadamente 7200 milhas de
altitude que aparece para bloquear os ultra-rápidos elétrons
oriundos do escudo e que movem-se para baixo em direção à
atmosfera terrestre.
“Isto é quase
como aqueles elétrons estivessem rumando para uma parede de vidro no
espaço”. Comentou Baker, o autor que liderou o estudo. “Alguma
coisa parecida com os escudos criados pelos campos de força na Star
Trek que eram usados para repelirem às armas alienígenas, nos
estamos percebendo um escudo invisível bloqueando estes elétrons.
Isto é um fenômeno extremamente difícil de explicar e entender”.
Um paper sobre o assunto foi publicado
na edição 27 de novembro da Nature.
A equipe originalmente pensou que a
alta carga de elétrons, que está circulando ao redor da Terra e que
move-se a mais de 100.000 milhas por segundo, poderia lentamente
derivar para baixo dentro da atmosfera superior e gradualmente serem
removidas pela interação com as moléculas do ar.
Mas a barreira impenetrável vistas
pelas sondas gêmeas no cinturão Van Allen bloqueia os elétrons
antes que eles se afastem para longe, comentou Baker.
O grupo procurou
em variados cenários que poderiam criar e manter-se como uma
barreira. A equipe imaginou se ela poderia estar relacionada com às
linhas do campo magnético da Terra, as quais aprisionam e controlam
prótons e elétrons, fazendo-os alternarem-se entre os pólos da
Terra como pequenas esferas colocadas em uma linha (algo
como um colar, pulseira etc..)
A procura também entre sinais de
rádio vindos dos transmissões humanas na Terra, que poderiam
espalhar a carga de elétrons na barreira, prevenindo sua
movimentação na direção para baixo. Nenhuma explicação
manteve-se possível na área cientifica, comentou Baker.
“A natureza
abomina fortes variações e geralmente encontra meios para
sutilmente altera-los, então nos podemos esperar que alguns dos
elétrons relativísticos se movam para dentro e para fora”.
comentou Baker.
“Entâo, não é
óbvio, como os lentos e graduais processos que podem estar
envolvidos no movimento destas partículas podem conspirar para criar
uma definida, e persistente fronteira nesta posição do espaço”.
Um outro cenário é que uma gigante
nuvem de frio, um gás eletricamente carregado chamado de plasmafera,
o qual inicia-se ao redor de 600 milhas acima da terra espalhando-se
milhares de milhas dentro e fora do cinturão de Van Allen, é
espalhando os elétrons na fronteira com baixa frequencia, que as
ondas eletromagnéticas criam um “chiado”
plasmaférico, de acordo com Baker.
O chiado é ouvido como um ruído
branco, quando executado sobre um microfone.
Na sequencia Baker comentou que o
chiado plasmaférico pode ter uma atuação importante dentro da
intrigante barreira espacial, ele acredita que há ainda muito mais
para se descobrir nesta história.
“Eu penso que a chave é manter a
região sob observação nos mínimos detalhes, o que nós podemos
fazer em função dos poderosos instrumentos nas sondas Van Allen. Se
o sol realmente golpeia a magnetosfera da Terra com uma ejeção de
massa coronal (CME), Eu suspeito que ele irá romper o escudo por um
período de tempo”, comentou Baker, que também um professor
adjunto no departamento de ciências astrofísicas e planetárias.
“Isto é como estar olhando para o fenômeno com novos olhos, com
um novo conjunto de instrumentação, os quais nos dá detalhes para
dizer, “Okay, existe esta dificuldade, fast boundary”, falou John
Foster, diretor associado do MIT's Haystack Observatory e co-autor
do estudo.